Os efeitos danosos do abuso da Cannabis foram os principais temas de pesquisa cientifica sobre a Cannabis, mas isso mudou nas últimas décadas

Quase 30 mil estudos relacionados à Cannabis foram publicados em 5.474 periódicos científicos entre 1829 a 2021. Essa é a conclusão de um estudo bibliométrico feito por pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade McMaster, no Canadá, em estudo publicado no Journal of Cannabis Research.

“Desde a década de 1960, observa-se uma tendência ascendente no que diz respeito ao volume de publicação, com 2020 marcando o ano com mais publicações”, escreveram os autores.

Os periódicos que mais frequentemente hospedam estudos de pesquisa sobre Cannabis são os periódicos Drug And Alcohol Dependence (706 artigos), Addictive Behaviors (419) e o British Journal of Pharmacology (356).

A palavra em inglês “medicine” foi a mais repetida entre todos os termos já publicados, e se refere tanto a “remédio” quanto à própria medicina. No entanto, segundo os pesquisadores, os estudos que investigam as propriedades medicinais da Cannabis se concentram nos últimos anos.

Em termos do assunto dos estudos, os cientistas também identificaram as frases relacionadas mais comuns associadas aos objetivos da pesquisa. Talvez sem surpresa, dado o forte interesse no potencial terapêutico da maconha, “remédio” foi o termo mais comum.

“Entre as décadas de 1960 e 2010, observou-se um aumento constante no número de publicações nas áreas de ‘imunologia e microbiologia’, ‘neurociência’, ‘enfermagem’, ‘psicologia’ e ‘ciências sociais’”, escreveram.

“A área temática que contribuiu consistentemente para a maior proporção de publicações de cannabis foi ‘medicina’, com a década de 2010 marcando a década com a maior porcentagem de todas as publicações de Cannabis.”

Isso se explica pelo aumento do investimento em estudos sobre a Cannabis. Entre 2000 e 2018, disseram os pesquisadores, mais de US$ 1,5 bilhão foi destinado para pesquisas cientificas sobre o tema.

Guerra às drogas

Historicamente, porém, o cenário é diferente. “Mais pesquisas sobre Cannabis se concentraram nos danos associados à substância, em oposição aos seus usos médicos, especialmente nos EUA”.

Eles determinaram que quase metade dos 30 periódicos que publicaram o maior número de estudos sobre cannabis contém “palavras associadas a danos em seus títulos”, como “dependência”, “viciante/vício”, “forense”, “droga” e “Abuso.”

Consequência da Guerra às Drogas, que limitam o conhecimento científico sobre os canabinoides enquanto incentiva a produção de evidências que demonstram as consequências do abuso da substância.

Uma realidade em transformação, como demonstra a pesquisa. “O presente estudo capturou as características das publicações de periódicos acadêmicos sobre o tema da cannabis e da literatura de pesquisa sobre canabinoides, gerando quase 30.000 publicações, representando a maior análise bibliométrica realizada sobre esse tópico até o momento”, concluíram.

“Os países mais produtivos incluíam EUA, Reino Unido e Canadá; sem surpresa, uma grande proporção de afiliações institucionais e patrocinadores de financiamento associados a este subconjunto de publicações também se originou desses três países. Nos últimos 20 anos, o volume de pesquisa sobre Cannabis cresceu vertiginosamente, o que pode ser atribuído em grande parte à existência de uma grande quantidade de financiamento recentemente dedicada à pesquisa sobre esse tópico.”

Como iniciar o tratamento?

Conforme avançam as pesquisas, cai por terra o principal argumento de quem ainda reluta em aceitar a Cannabis como alternativa de tratamento para diversas patologias com do manejo do sistema endocanabinoide.

Como os pacientes não podem esperar, a legislação sobre a Cannabis segue sendo atualizada em diversos cantos do mundo para permitir o acesso de cada vez mais pessoas.

No Brasil, só é possível realizar o tratamento de maneira legal por meio da prescrição de um médico. Na plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde você pode marcar uma consulta para você ou algum familiar com cerca de 200 médicos de diversas especialidades. Todos aptos a fazer o acompanhamento durante todo o tratamento canabinoide. Acesse agora e agende sua consulta!