Em estudo feito na Nova Zelândia, pesquisadores identificaram que a Cannabis melhora a qualidade de vida e o bem-estar de pacientes em cuidados paliativos. Na revisão sistemática, foram avaliados 52 trabalhos envolvendo quase 5 mil pacientes com patologias diversas, incluindo câncer, AIDS, espasticidade e doenças neurodegenerativas.

Cuidados paliativos são medidas que podemos tomar para melhorar a qualidade de vida e para controlar sintomas de pessoas com doenças incuráveis. Um bom exemplo disso são os pacientes com câncer que utilizam Cannabis para conviver com os efeitos adversos dos tratamentos, como náuseas, vômitos e dores. E foram os pacientes com câncer os que mais relataram melhoras no estudo publicado no periódico Journal of Pain and Sympton Management, periódico interdisciplinar revisado por pares.

Cuidados paliativos relacionados ao câncer

Pacientes com câncer e sua relação com a Cannabis são objetos de estudo há muitos anos. Um exemplo é essa pesquisa de 1983, que analisou a eficácia do uso de canabinoides sintéticos para reduzir vômitos causados pela quimioterapia. Os resultados mostraram que a Nabilona foi mais eficiente do que os antieméticos convencionais.

A maioria dos pacientes objetos do estudo neozelandês passava por cuidados paliativos relacionados a algum tipo de câncer e os resultados mostraram eficácia e segurança em outros sintomas. Além das náuseas, foram identificadas melhoras no sono, apetite, dores e fadiga relacionados à quimioterapia.

AIDS e doenças neurodegenerativas

Também foram encontrados bons resultados em pacientes com AIDS, com melhoras nas náuseas e enjoos, e com doenças neurodegenerativas, com melhoras também na agitação e no sono. Vale destacar que durante o estudo foram identificadas as melhorias na qualidade de vida dos pacientes, mas também podemos expandir esses benefícios para as pessoas que estão ao redor de quem vive com essas patologias, como cuidadores, familiares e responsáveis legais.

Mesmo que a Cannabis não traga a cura para essas doenças, os canabinoides podem melhorar significativamente a qualidade de vida. Seja com esses pacientes retornando à atividades que antes não podiam exercer, seja diminuindo a dose de medicamentos com efeitos adversos mais graves, como opioides e ansiolíticos.

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