O retorno às aulas após a pandemia levou a professora de artes Luzia Melânia Silveira, 58 anos, ao extremo de sua ansiedade. “Trabalho numa sala de aula com crianças, ainda mais depois de dois anos de aulas online. Você sai do seu trabalho e traz para casa.”
“Eu estava preocupada de ter que pedir uma licença médica porque não estava conseguindo ter estabilidade emocional mínima para estar em meu ambiente de trabalho.”
Este, no entanto, foi o ponto final de um problema que ja a acompanha há muito tempo. Melânia se lembra que sua mãe e avós tinham problemas no intestino e sempre soube que um dia também teria.
Há 20 anos, percebeu que estava digerindo mal os laticínios e cortou de sua alimentação. Depois foi a gordura, a carne, glúten… “Tinha uma alimentação extremamente regrada. Não comia em lugar nenhum além da minha casa, onde eu faço o alimento e sei exatamente o que estou ingerindo.”
Acompanhada por uma nutróloga, mantinha toda uma suplementação alimentar, mas bastava fugir um pouco da regra, que os problemas apareciam. “O meu foco era o intestino. Eu sabia que, enquanto meu intestino estivesse desequilibrado, a minha ansiedade não estaria bem.”
Intestino irritável, ansiedade e fibromialgia
Foi diagnosticada com síndrome do intestino irritável e, não importa o que tentasse, sua única solução era viver sob as rédeas de uma alimentação super restrita. “Ficava muito incomodada de sair com as pessoas, sabendo das coisas que eu não posso comer e elas atrás para atender. Preocupada de estar incomodando as pessoas ali do meu lado cuidando para que eu não tivesse crise.”
Enquanto isso, sua saúde mental se deteriorava. “Estava com um quadro de ansiedade bastante grave em 2022. Um estresse muito grande. A minha pressão arterial subia quase que constantemente.”
Deu início ao tratamento para ansiedade, mas colecionou efeitos colaterais, incluindo alucinações. Manteve o Alprazolam, embora não sentisse grande benefício. Com a tensão, desenvolveu dores na coluna.
“Busquei uma reumatologista, prescritora de Cannabis inclusiva, mas ela não me indicou. Disse que não tinha necessidade, mesmo com a presença de fibromialgia.”
No início de 2023, se vendo perto de ter que se afastar do trabalho que desempenha há mais de dez anos, decidiu que recorreria à Cannabis. “A gente já sabia um pouco de um conhecido, que é ligado à Abrace, e foi atrás da consulta.”
“A ansiedade caiu praticamente 100%”
Agendou um horário com o médico clínico geral Vinícius Mesquita e logo deu início ao tratamento com Cannabis medicinal, enquanto desmamava do Alprazolam. “Em março, comecei a perceber as mudanças. Uma considerável melhora no meu quadro que me deixou extremamente empolgada e feliz.”
“O que estava me incomodando muito era o sono. quando eu comecei a dormir a noite inteira para no dia seguinte ter condições de trabalhar, foi me deixando bastante otimista.”
Apesar de manter uma preferência por comida vegana, já arrisca sair para um restaurante. “Eu digo sem medo nenhum que a minha vida melhorou, se não 100%, estou caminhando para isso. Estou com uma qualidade de vida que nunca esperei alcançar na minha vida. Posso dizer que voltei a ter uma vida normal.”
“A ansiedade caiu praticamente 100%. Mesmo quando tenho algum pico, não tenho mais as reações de antes. Quando eu percebo que algo está me deixando levemente fora do meu equilíbrio, eu respiro e me tranquilizo.”
“Isso, para mim, foi uma vitória que eu canto a todos os lados, porque eu nunca esperei de fato que a atuação de um produto que fizesse uso em tão pouco tempo, me levasse tão longe. Tenho uma noite plena, passo o dia tranquila para realizar meus afazeres.”
“Estou em uma torcida profunda para que isso se torne algo comum em nossa sociedade e que as pessoas possam recorrer à Cannabis como eu pude. Que fique mais viável, mais acessível e favoreça mais pessoas que buscam uma vida melhor.”
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