A Síndrome do Estresse do Cuidador transcende as barreiras das diversas patologias, afetando diretamente não apenas os pacientes, mas também aqueles dedicados ao cuidado de familiares. Nesse contexto, a Cannabis Medicinal surge como uma promissora alternativa terapêutica, aliviando não apenas as condições dos pacientes, mas também os desafios emocionais dos familiares.

Desafios e os principais indicadores da Síndrome do Estresse do Cuidador

Assumir o papel de cuidador exige dedicação constante, muitas vezes em tempo integral, o que pode acarretar um desgaste físico e mental para o cuidador. Além disso, existe nessa equação a tensão emocional por conta da carga de responsabilidade frequente. Muitos familiares, acabam abrindo mão de suas rotinas diárias, enfrentando privação de sono e elevados níveis de estresse.

Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, à medida que a população envelhece, o número de cuidadores não profissionais de saúde aumenta. Reconhecer o papel dessas pessoas é fundamental para proporcionar o apoio necessário diante dos inúmeros desafios enfrentados.

Cuidadores frequentemente negligenciam os sinais de risco para sua própria saúde ao focar no bem-estar do ente querido. É preciso estar atento aos indicadores como cansaço persistente, alterações no sono, variações  significativas de peso, irritabilidade, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, sentimentos de tristeza, dores físicas e uso excessivo de álcool ou drogas.

A Cannabis Medicinal como aliada no gerenciamento da Síndrome do Estresse do Cuidador

“A partir do momento em que ficamos doentes ou temos um paciente doente na família, isso gera um nível de estresse importante, porque qualquer doença prejudica nosso convívio familiar, trabalho ou da escola. Isso ganha ainda mais destaque nas áreas de Neurologia e Psiquiatria, onde as patologias desencadeiam um comprometimento muito maior do estado emocional tanto do paciente quanto de familiares e cuidadores.

Portanto, é muito importante que o tratamento seja direcionado ao paciente e também aos seus familiares e cuidadores, para que eles recebam todas as orientações necessárias”, destaca o neurologista Dr. Valdir Silveira Afonso.

Além disso, o médico enfatiza que a terapia com a Cannabis medicinal pode proporcionar melhorias significativas nos pacientes e a satisfação evidente de seus familiares.

“Quando inserimos a opção terapêutica com o Cannabis medicinal podemos imprimir que ocorre uma grande melhora do paciente e a satisfação dos seus familiares. É um fato concreto. E isso pode ser notado desde o início do tratamento. Além dos avanços clínicos, podemos observar uma grande evolução na redução gradual de vários medicamentos

A Complexidade emocional que envolve o diagnóstico de demência

A Dra. Helenice Rosa, especializada em cardiologia e geriatria, destaca a complexidade emocional do diagnóstico de demência, ressaltando o quanto esse momento pode ser doloroso para os familiares.

“O diagnóstico de demência é sempre sentido com muita dor e, não raro, desespero. Há também a negação principalmente quando os familiares entendem que trata-se de um quadro progressivo.”

A médica enfatiza o ônus emocional sobre os cuidadores, que enfrentam estresse, tristeza e desânimo, muitas vezes sem suporte adequado.

O envolvimento pessoal da médica com a Cannabis teve início há mais de uma década, impulsionado pelo diagnóstico de demência de sua mãe. Em 2021, ela deu um passo significativo ao fazer sua primeira prescrição, direcionada para o tratamento da própria mãe.

“Eu resolvi aprender sobre a Cannabis medicinal por conta do diagnóstico da minha mãe. Ela tem uma demência não-Alzheimer, e quando começou a fazer uso do óleo, sua melhora foi surpreendente. Ela já estava com afasia, ou seja, muita dificuldade para se expressar, e ninguém conseguia entender o que ela estava falando. Após o início do tratamento com a Cannabis, ela voltou a falar frases inteiras, a responder sim ou não, demonstrando entendimento. Outra melhora ocorrida foi ela voltar a segurar a micção, e assim o plano da fralda foi abortado. Seguimos melhores. Ela hoje está bem, com saúde, ainda sem fralda e conversando”, comemora.

Dra. Amanda Medeiros fala sobre os desafios na pediatria e psiquiatria

Na prática médica da Dra. Amanda Medeiros, pediatra e psiquiatra especializada em tratamentos com Cannabis medicinal, observa-se um impacto significativo nas famílias de pacientes, como no caso de crianças autistas.

 

“Um exemplo clássico são os casos de crianças autistas, que enfrentam dificuldades de interação social e muitas vezes não conseguem sair de casa devido ao desconforto causado pelo barulho. Essa realidade impacta significativamente na qualidade de vida da família, privando-os de atividades simples, como jantar fora ou visitar um parque. Nesse contexto, o cuidador muitas vezes é o primeiro a adoecer.”

Ela destaca também o desafio enfrentado por cuidadores de pacientes com doenças psiquiátricas, como o Alzheimer, ressaltando a importância de manter hábitos saudáveis, acompanhamento psicológico e sono adequado para evitar o adoecimento do cuidador.

Ao abordar os ganhos proporcionados pela Cannabis medicinal, a médica constata a melhoria do estado clínico, aspectos cognitivos e comportamentais, bem como um sono de melhor qualidade. Esses benefícios não apenas impactam positivamente o paciente, mas também elevam a qualidade de vida da família.

“A melhoria do paciente resulta em um ciclo positivo, tornando o ambiente familiar mais gerenciável, mesmo diante de patologias neurodegenerativas graves”, conclui.

Desafios e ganhos na jornada da Cannabis medicinal para pacientes e familiares

Ignácio Loureiro Pinto Neto, de 66 anos, compartilhou a comovente jornada como cuidador de sua mãe, Marli Dias Donato, de 84 anos, enfrentando a desafiadora batalha contra a demência frontotemporal (DFT). Desesperançoso diante do aumento do uso de medicamentos tradicionais, Ignácio sentia que estava perdendo não apenas sua mãe para a doença, mas também para o remédio que a deixava dopada. Buscando uma alternativa, começou a explorar a Cannabis como opção terapêutica .

“A introdução do óleo de Cannabis resultou em uma notável redução do Rivotril, proporcionando melhorias surpreendentes na qualidade não apenas na vida da minha mãe, mas na dinâmica de cuidado, permitindo uma interação mais significativa e trazendo mais felicidade ao cotidiano”, conta.

Ele enfatiza que a Cannabis não apenas melhorou a vida de Marli, mas também fez toda a diferença na jornada de cuidado de ambos, proporcionando uma perspectiva positiva mesmo diante dos desafios da demência frontotemporal. Ignácio reflete sobre a atualidade com gratidão, resumindo: ‘Mesmo com esse problema, a vida é boa.’

Relatos Transformadores com o uso de Cannabis na jornada de mães de crianças com TEA

Maria Luiza Duvenal, mãe do Bernardo, compartilhou os avanços no tratamento do autismo do filho:

“Meu filho, hoje com quatro anos, experimentou uma transformação significativa com o uso de Canabidiol. A saúde mental de toda a família se tornou mais leve, sem crises prolongadas que antes eram bastante desafiadoras. Graças ao óleo de Cannabis, agora ele aceita uma variedade maior de alimentos e desfrutamos de refeições em família com tranquilidade. Nossas vidas se tornaram mais felizes, proporcionando uma existência mais suave para ele.”

Izabelly Alves Coutinho, mãe da Cora, também compartilhou os notáveis avanços da criança, que, como consequência, impactaram positivamente na vida de toda a família.

” Ao receber tratamento com CBD, a Cora demonstrou melhorias notáveis em diversos aspectos. Ela está mais atenta, com um aumento no contato visual e começou a usar novas palavras no dia a dia. Recentemente, surpreendeu a todos ao proferir uma frase completa. Essa mudança não só representa um avanço tangível, mas também traz um alívio substancial para toda a família, proporcionando um período de tranquilidade e esperança que há muito não experimentávamos.”

Cannabis medicinal: uma nova esperança na Síndrome do Estresse do Cuidador

Em um contexto onde o estresse do cuidador se torna uma síndrome presente nas jornadas familiares, a Cannabis Medicinal emerge como uma abordagem terapêutica promissora.

Os depoimentos unificados de médicos e pacientes ressaltam não apenas os desafios enfrentados pelos cuidadores, mas também os ganhos notáveis através da Cannabis Medicinal.

A jornada do cuidador, embora árdua, pode ser melhor gerenciada com a introdução dessa alternativa terapêutica. A esperança é renovada não só para os pacientes, mas para as famílias, encontrando na Cannabis Medicinal uma luz na sombra do estresse do cuidador. A conscientização sobre essa opção terapêutica é crucial para transformar vidas e oferecer uma perspectiva mais positiva para aqueles que enfrentam as complexidades das doenças neurológicas.

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