Quando acontece um infarto agudo do músculo cardíaco, além do coração, outros órgãos podem sofrer danos, como o cérebro. Portanto, surge a necessidade de que os tratamentos para esses pacientes deem atenção ao sistema nervoso central, assim como para os danos vasculares.

Uma equipe de cientistas turcos avaliou o uso do canabidiol (CBD), um composto encontrado naturalmente na planta Cannabis, para tentar aliviar os danos cerebrais causados por uma isquemia-reperfusão.

A isquemia-reperfusão cardíaca pode evoluir para um infarto mais grave, causando inflamação das células do cérebro ou até levá-las à morte. Esses danos trazem uma série de prejuízos à qualidade de vida do paciente, caso ele sobreviva.

Vamos explorar os resultados de um estudo que avaliou os efeitos do CBD em ratos com danos cerebrais induzidos por isquemia-reperfusão cardíaca, com foco nas propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias.

Os danos no cérebro que uma isquemia-reperfusão pode causar

Em casos de isquemia-reperfusão cardíaca, o dano cerebral acontece devido à interrupção do fluxo sanguíneo seguido de uma restauração dessa circulação no órgão. Isso traz algumas consequências que incluem:

• Neuroinflamação: Uma resposta inflamatória pode danificar algumas células cerebrais;
• Disfunção celular: As células que sobrevivem podem funcionar fora do seu padrão normal, levando a uma série de problemas de fala, memória, aprendizado e fraqueza muscular;
• Morte celular: A falta de oxigênio pode causar a morte de algumas células ou danos permanentes em certas áreas do cérebro.

Assim, o artigo Investigation of neuroprotective and therapeutic effects of cannabidiol in an acute coronary syndrome model investigou em modelos animais os efeitos terapêuticos do uso do CBD no cérebro em casos de interrupção e retomada do fluxo sanguíneo para essa área.

Os benefícios do CBD

As análises aconteceram em quatro grupos, um grupo controle de indivíduos saudáveis e os outros três em modelos de isquemia-reperfusão. Desses três, um recebeu CBD antes da interrupção do fluxo sanguíneo, outro recebeu CBD após a interrupção do fluxo sanguíneo e o outro não recebeu CBD.

Depois disso, foi feita uma análise bioquímica, genética e hispatológica no cérebro desses indivíduos. Foi possível observar uma diferença em alguns fatores, como a morte celular programada das células e o processo inflamatório na região. A capacidade do CBD de combater o estresse oxidativo também recebeu destaque, como os cientistas mencionaram na conclusão do artigo.

“O dano de isquemia-reperfusão (I/R) aumentou o número de neurônios degenerativos, a imunoexpressão de caspase-3 e TNF-α, os níveis de estado oxidante total e o índice de estresse oxidativo. Tanto a administração profilática como terapêutica de CBD reduziram estes valores aumentados.

O CBD pode proteger contra lesões cerebrais causadas por danos de I/R cardíacos através de mecanismos antioxidantes, anti-inflamatórios e antiapoptóticos.”

Doenças vasculares que o CBD pode tratar

O estudo realizado na Turquia abordou somente uma das questões relacionadas à saúde vascular que o canabidiol pode ser útil. Além da lesão após uma isquemia-reperfusão, outras condições podem ser tratadas com o canabinoide da planta. São elas:

• Hipertensão;
• Doença arterial coronariana;
• Doença vascular relacionada ao diabetes;
• Dissecção aguda da artéria aorta.

Além disso, o uso do CBD tem potencial preventivo para doenças ligadas à circulação sanguínea graças à capacidade de inibir a inflamação, diminuir o estresse oxidativo e também de reduzir a concentração elevada de açúcares no sangue.

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