Muitas mulheres lidam com desafios na vida sexual e no bem-estar após o tratamento de um câncer ginecológico, como dores, dificuldade de lubrificação e queda na qualidade de vida. Um estudo britânico mostrou que absorventes internos com canabinoides e práticas de atenção plena podem ajudar essas mulheres.

Os absorventes internos infundidos com compostos da Cannabis ajudaram a aliviar dores e melhorar a experiência sexual, com melhor excitação, lubrificação e orgasmos. Os resultados indicam que combinar medicamentos à base da planta com mindfulness pode ser uma nova esperança para mulheres que passaram por um câncer ginecológico.

Os tipos de câncer ginecológico

Existem cinco tipos principais de câncer ginecológico:

• Câncer de ovário;
• Câncer de útero;
• Câncer do colo do útero;
• Câncer de vulva;
• Câncer de vagina.

Após o tratamento, mesmo com a cura, muitas mulheres enfrentam a disfunção sexual, que pode envolver:

• Dificuldade de lubrificação vaginal;
• Falta de desejo;
• Dificuldade em se excitar ou atingir o orgasmo;
• Dores durante a relação.

Tratamentos convencionais, como para essa disfunção, envolvem o uso de dilatadores vaginais, uma ferramenta para dar flexibilidade ao tecido vaginal através de exercícios. No entanto, o estudo mostrou melhores resultados com o uso de absorventes internos infundidos com canabinoides e práticas de mindfulness.

Combinando Cannabis e mindfulness

O estudo A Preliminary Investigation into the Use of Cannabis Suppositories and Online Mindful Compassion for Improving Sexual Function Among Women Following Gynaecological Cancer Treatment, envolveu 83 mulheres, entre 18 e 50 anos, que tinham terminado o tratamento de algum câncer ginecológico há pelo menos seis meses. Elas foram divididas em quatro grupos:

• Grupo 1: usou exclusivamente absorventes internos com canabinoides;
• Grupo 2: usou práticas de atenção plena (mindfulness);
• Grupo 3: combinou mindfulness com os absorventes internos infundidos com canabinoides;
• Grupo 4: grupo controle que não recebeu nenhuma intervenção.

Os pesquisadores analisaram fatores como bem-estar, qualidade de vida, dores durante o sexo e autoconfiança.

Recuperando a vida sexual após o câncer ginecológico

Os resultados mostraram benefícios claros para os grupos que receberam algum tipo de intervenção:

• Menos dores: mulheres que utilizaram os absorventes internos relataram menos dores durante o sexo;
• Melhoria na lubrificação e orgasmos: o grupo que praticaram mindfulness ou combinaram as duas abordagens relataram mais excitação, melhor lubrificação e orgasmos mais satisfatórios;
• Maior bem-estar e qualidade de vida: a combinação de absorventes internos e atenção plena melhorou a confiança e o bem-estar geral das participantes.

Observação importante: muitas participantes preferiram o uso de brinquedos sexuais em vez de dilatadores vaginais. No estudo, algumas relataram que os dilatadores, ao invés de ajudar, pioravam a sua vida sexual.

No contexto do estudo, as práticas de atenção plena envolvem técnicas de respiração, relaxamento e escaneamento corporal — uma técnica para aumentar a consciência corporal, ajudando a reduzir o estresse e a ansiedade.

Cannabis e a vida sexual

O estudo, embora seja preliminar, abre portas para novas formas de cuidado para mulheres após o tratamento de câncer ginecológico. Ele reforça que as abordagens terapêuticas devem ir além da saúde física, cuidando também do bem-estar emocional e sexual.

Estes resultados estão alinhados com estudos realizados anteriormente, que destacaram como os compostos da Cannabis podem auxiliar na saúde da mulher, inclusive na satisfação sexual. Um estudo clínico de 2023 identificou que o uso de absorventes internos infundidos com canabidiol (CBD) traz alívio para dores relacionadas ao ciclo menstrual.

Do mesmo modo, um estudo indicou que o uso de Cannabis pode ajudar homens e mulheres a terem orgasmos melhores e mais intensos, tanto em uma relação sexual quanto na masturbação.

Além disso, os canabinoides podem complementar o tratamento de várias condições de saúde que afetam as mulheres, como a endometriose ou sintomas relacionados à menopausa.

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