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TDAH e Cannabis: Veja tudo o que você precisa saber

TDAH e Cannabis: Veja tudo o que você precisa saber

Veja agora os melhores momento da live que contou com a participação do Dr. Gabriel Costa, revelando os principais sintomas associados ao TDAH, a importância do tratamento precoce e as possibilidades de intervenção através da Cannabis.

Publicado em

10 de julho de 2025

• Revisado por

Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

Nos últimos tempos, é provável que você tenha notado um aumento na discussão a respeito do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), refletindo uma crescente conscientização sobre a condição. Essa percepção não é apenas um reflexo de conversas cotidianas; de fato, os diagnósticos de TDAH estão em ascensão, acompanhando o aumento das informações disponíveis sobre o transtorno.

À medida que mais estudos, artigos e relatos surgem, o entendimento acerca do TDAH se torna mais abrangente, facilitando o reconhecimento dos sintomas e, consequentemente, o acesso ao diagnóstico.

“TDAH não é doença, e não tem cura. O lado bom é que o paciente vai se adaptando e conforme o desenvolvimento acontece os sintomas podem diminuir com o desenvolvimento e há terapias que a pessoa pode agregar, como a Cannabis. O diagnóstico precoce é imprescindível para começar terapias que proporcionem desenvolvimento da forma mais adequada”, explicou o médico Dr. Gabriel Costa, que foi convidado da live de ontem do Cannabis & Saúde.

Na última quarta-feira, a transmissão abordou o TDAH e sobre como a Cannabis medicinal pode ser uma aliada para aqueles que convivem com essa condição: destacando sua capacidade de melhorar a qualidade do sono, promover maior foco e aumentar a concentração nas atividades diárias. Esses aspectos são particularmente relevantes, já que muitos indivíduos com TDAH enfrentam desafios significativos em manter a atenção e regular seu sono.

“Tive o meu diagnóstico de TDAH há 4 anos e entendi muitas coisas da minha vida até então”

O Dr. Gabriel trouxe logo no início da live seu relato pessoal sobre o TDAH. Diagnosticado há quatro anos com TDAH.

“Me falavam no colégio que eu não prestava atenção. Mas no ano que comecei a fazer exercícios físicos, fiz a higiene do sono e melhorei a minha alimentação, passei em seis faculdades de medicina diferentes. Após tive meu diagnóstico entendi muitos acontecimentos da minha vida”, relata.

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, o número de casos de TDAH variam entre 5% e 8% a nível mundial. Estima-se que 70% das crianças com o transtorno apresentam outra comorbidade e pelo menos 10% apresentam três ou mais comorbidades.

Como chegar ao diagnóstico de TDAH?

O Dr. Gabriel trouxe à discussão apresentando as características fundamentais do TDAH. “É necessário saber sobre o TDAH três pontos principais: impulsividade, hiperatividade e atenção, que são os critérios de diagnóstico.”

Além disso, o médico destacou a importância de considerar o neurodesenvolvimento das crianças diagnosticadas com TDAH, explicando que:

“Durante o neurodesenvolvimento, a criança vai ter um desenvolvimento de uma forma diferente das crianças típicas e, durante esse desenvolvimento, vão ter alterações químicas e estruturais no cérebro do paciente.”

“Você não tem culpa de ter TDAH, mas tem toda responsabilidade ao descobri-lo” (Russell Barkley)

Durante a transmissão Dr. Gabriel trouxe a declaração do especialista em TDAH Russell Barkley destacando a importância de reconhecer que o TDAH não é resultado de falhas pessoais, mas sim uma condição neurobiológica que pode afetar a vida de muitos.

Segundo ele, ao descobrir o diagnóstico, a pessoa se depara com a responsabilidade de entender sua condição e buscar ferramentas que facilitem a gestão dos sintomas, transformando a culpa em autocompreensão e empoderamento.

O Dr. Gabriel ressalta a relevância do trabalho de Barkley, considerando-o um norte conceitual para profissionais que atuam na área de saúde mental. Ele reconhece Barkley como um dos principais autores sobre o TDAH, cuja pesquisa fornece uma base sólida para compreender o transtorno.

“O ponto principal do diagnóstico no TDAH não é para medicar. É para entender os motivos da vida dele que ele não conseguia estabilizar, nem fazer a rotina do sono, traz um entendimento para o paciente diferente e aí ele pode avisar para todas as pessoas que têm TDAH”.

Para o Dr. Gabriel, o diagnóstico do TDAH não deve ser visto simplesmente como um momento para prescrever medicamentos. Ele enfatiza que, ao invés disso, o foco deve estar em compreender os desafios específicos que o paciente enfrenta em sua vida diária, como a dificuldade em estabelecer uma rotina de sono ou a incapacidade de manter a estabilidade emocional.

Esse entendimento ‘empodera’ os pacientes a se tornarem defensores de sua própria saúde. Ao perceberem que as dificuldades que enfrentam não são suas culpas, mas sim manifestações de uma condição que pode ser gerida, os indivíduos podem se abrir para dialogar sobre suas experiências e compartilhar conhecimento com outros que vivenciam o mesmo desafio.

Química cerebral do TDAH

Igualmente, Dr. Gabriel aprofundou-se na química envolvida no TDAH, mencionando alterações nos neurotransmissores do cérebro:

“Durante esse neurodesenvolvimento, vai ter uma produção desregulada de dopamina e noradrenalina, que são as duas substâncias principais envolvendo a química cerebral do TDAH que vão refletir no comportamento.”

Ele esclareceu a função desses neurotransmissores. “A dopamina é o neurotransmissor relacionado à motivação, ao prazer, à motivação e ao sistema de recompensa. E a noradrenalina está ligada especificamente à memória, à atenção, ao estado de vigília e, por último, à regulação das emoções.”

O Papel da Cannabis no Tratamento do TDAH

Para o Dr. Costa comentou que a utilização de cannabis medicinal pode ser uma alternativa viável, mas reforçou a importância da supervisão médica. “A Cannabis pode ser uma ferramenta útil, mas deve ser sempre utilizada com orientação médica.”

Quais são as principais diferenças entre tratamento convencionais e tratamentos com Cannabis para o TDAH?

O Dr. Gabriel abordou as diferenças fundamentais entre os tratamentos convencionais para o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e as opções de tratamento com Cannabis. Ele explicou que o TDAH é caracterizado por uma desregulação de neurotransmissores, como a noradrenalina e a dopamina. A primeira linha de tratamento costuma incluir psicoestimulantes, como a Ritalina, que aumentam a concentração desses neurotransmissores.

“O TDAH é uma disfunção, uma desregulação desses neurotransmissores, noradrenalina e dopamina. E Pacientes que utilizam psicoestimulante podem começar a desenvolver mais ansiedade, mais insônia, mais estresse, porque também está ligado a esses neurotransmissores que estão em excesso”.

Portanto, essa elevação constante pode levar a efeitos colaterais indesejados, como ansiedade, insônia e estresse, uma vez que os neurotransmissores envolvidos estão sempre em níveis elevados. A segunda linha de tratamento envolve o uso de antidepressivos, que também têm um impacto semelhante nos neurotransmissores, mas com efeitos colaterais correlatos.

Por outro lado, o Dr. Gabriel destacou que o tratamento com Cannabis não se restringe apenas à manipulação de neurotransmissores.

“Quando a gente vem para o tratamento com a Cannabis, a gente não fala somente de neurotransmissor, a gente fala de sistema endocanabinoide. Porque caso vocês não saibam, nosso próprio corpo produz substâncias semelhantes a Cannabis, que é a anandamida e a 2AG, que são endocanabinoides endógenos. E eles vão ter ação semelhante ao CBD e ao THC. Eles atuam em um sistema paralelo, eles atuam da cabeça até a o pé, porque todo corpo praticamente vai ter receptores para Cannabis. Então, quando começa o tratamento com os fitocanabinoides, vai tratar o corpo inteiro, vai tratar o paciente como um todo, não vai ser somente um neurotransmissor”.

Segundo ele, ao iniciar um tratamento com fitocanabinoides, a intervenção se torna integral, atuando desde a cabeça até os pés. Isso se deve ao fato de que praticamente todos os tecidos do corpo possuem receptores para os canabinoides, permitindo que a cannabis trate o paciente de forma global.

A abordagem busca não apenas equilibrar a química cerebral, mas também considerar as necessidades gerais do corpo, sem se limitar a um único neurotransmissor. Para o médico, o uso da Cannabis medicinal se apresenta como uma alternativa promissora para aqueles que lidam com o TDAH, promovendo uma melhoria na qualidade de vida ao abordar a saúde do paciente como um todo.

Por fim, Dr. Gabriel destacou a importância de intervenções precoces para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com TDAH. Ele salientou que “quanto mais cedo a intervenção, melhores serão os resultados”, reforçando que um tratamento adequado deve integrar diferentes abordagens, incluindo a Cannabis como uma possibilidade a ser considerada.

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