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A oportunidade e o oportunismo na Cannabis

A oportunidade e o oportunismo na Cannabis

No maior congresso de neurociências do país deste ano vimos uma verdadeira dominância dos canabinoides frente a outras abordagens terapêuticas alopáticas. No ineditismo da situação tivemos também a agradável surpresa do lançamento do livro dos maiores cientistas do mundo no tema (grupo do falecido professor Carlini da USP). Nitidamente estamos presenciando o ápice do conhecimento técnico-científico no tema, com cada vez mais profissionais prescrevendo fitocanabinoides. Iniciativas como a do grupo de estudos da USP ajudam a iluminar esse caminho até então obscuro para a maioria.

Publicado em

17 de julho de 2023

• Revisado por

Graduado em medicina pela Univille em 2017, membro da Sociedade Brasileira de Estudos Canabinoides. 5 anos exercendo medicina da família, urgência e emergência. Médico realiza atendimento ao público adulto à partir de 18 anos.

Cannabis: oportunidade ou oportunismo? O que sabemos até agora é que o Canabidiol (CBD) é um canabinoide extremamente seguro e eficaz para uma vasta gama de doenças, dado o amplo espectro de ação do sistema endocanabinoide (SEC). Sabemos também que o paciente em uso de Canabidiol precisa de um seguimento próximo, até que atinja a dose terapêutica necessária.

Dificilmente se chegará a um resultado digno, se manejarmos a molécula da Cannabis, CBD, como outras medicações alopáticas

Dificilmente se chegará a um resultado digno se manejarmos CBD como outras medicações alopáticas e esse fato parece ser desconhecido por muitos oportunistas, que enxergam apenas uma grande possibilidade de ganhar dinheiro, nesse momento histórico da Medicina. O “start low go slow”, a anamnese detalhada, o cuidado multiprofissional e o seguimento próximo do paciente são hoje considerados necessários para uma boa prática médica na área.

Pessoalmente, escolhi focar nesse caminho, para ter mais tempo de consulta, melhor eficácia de resposta de tratamento e maior conexão com os pacientes. De fato, em consultas de vinte minutos temos essa oportunidade. Hoje, vejo anúncios patrocinados, mostrando, com oportunismo, a medicina canabinoide como uma forma de obter dinheiro fácil.

Cabe aos prescritores e demais profissionais relacionados ao tema juntar o conhecimento estatisticamente significativo ao empirismo da prática clínica. Isso porque, o paciente que busca CBD, geralmente é vítima da refratariedade das outras abordagens possíveis e “queimar” essa opção terapêutica pode ser como acabar com uma de suas últimas possibilidades de tratamento.

Só podemos sedimentar mais o caminho, se tivermos, dentro das entidades médicas reconhecidas pelo CRM, grupos técnicos especificamente relativos ao assunto. No entanto, hoje, temos poucos conselhos de especialidades que se posicionam a favor do tema, com destaque à SBMFC.

Para quem entra nesse universo como paciente é importante saber escolher um serviço digno. Além disso,é fundamental que tenha na individualidade do tratamento uma importante certeza, demonstrada pela variabilidade do SEC de cada indivíduo. Portanto, escolha um profissional empenhado em obter conhecimento, não recurso financeiro.

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Veja a live “Uso da Cannabis como terapia alternativa aos benzodiazepínicos” com o Dr. Felipe Neris Nora (CRM: 25097 E RQE: 25097):

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Graduado em medicina pela Univille em 2017, membro da Sociedade Brasileira de Estudos Canabinoides. 5 anos exercendo medicina da família, urgência e emergência. Médico realiza atendimento ao público adulto à partir de 18 anos.

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