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Dia Mundial de Combate ao Câncer: a importância dos cuidados paliativos na jornada do paciente e de suas famílias

Dia Mundial de Combate ao Câncer: a importância dos cuidados paliativos na jornada do paciente e de suas famílias

Além do diagnóstico precoce, os cuidados paliativos compõe uma estratégia fundamental que visa atender às necessidades integrais de pacientes e famílias, promovendo alívio e dignidade durante o tratamento

Publicado em

4 de fevereiro de 2025

• Revisado por

Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

No Dia Mundial de Combate ao Câncer, promovido pela OMS, a urgência do diagnóstico precoce ganha destaque. No entanto, é igualmente essencial abordar a qualidade de vida dos pacientes durante o tratamento, especialmente quando a cura não é mais uma perspectiva. 

Nesse sentido, os cuidados paliativos emergem como uma abordagem crucial, que promove alívio do sofrimento e proporciona dignidade aos pacientes e suas famílias.

Diante dessa realidade, portanto, os números da ANCP – Academia Nacional de Cuidados Paliativos, organização dedicada a melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças avançadas e terminais -, ressaltam a necessidade de uma discussão mais ampla, indo além da busca por soluções instantâneas. 

Dia Mundial de Combate ao Câncer e o panorama dos cuidados paliativos no Brasil

Em primeiro lugar, os dados do Terceiro Atlas de Cuidados Paliativos pela ANCP, revelam  que o primeiro serviço de cuidados paliativos foi implantado na década de 1980, experimentando um crescimento exponencial desde os anos 2000.

Entre 2020 e 2022, foram cadastrados 90 novos serviços, representando um aumento de 22.51%, em relação a 2019, e 32.20%, em relação a 2018.

Além disso, a evolução do Atlas se destaca com a inclusão de novos parâmetros, como atendimento ao público infantojuvenil. Ao detalhar o panorama nacional e estadual, a ANCP oferece insights valiosos sobre áreas específicas, como Oncologia e Pediatria, destacando a crescente importância dos cuidados paliativos no cenário brasileiro.

Por outro lado, a distribuição regional aponta que a Região Sudeste lidera, com 98 serviços, seguida pela Região Nordeste, com 60. A Região Sul conta com 40 serviços, a Região Norte, com sete, e o Distrito Federal, com 16.

A relevância dos serviços públicos no Sistema Único de Saúde (SUS) é notável, com 123 unidades, representando 52.5% do total. Desta forma, o aumento de 28.13% na oferta de serviços no SUS, em comparação com 2019, destaca o comprometimento em expandir o acesso a cuidados paliativos.

Cuidados paliativos: conforto, dignidade e uma maior qualidade de vida

Ao refletir sobre sua escolha pela área, a médica Bárbara Cury, especialista em cuidados paliativos, conta que sua motivação surgiu ao perceber lacunas no atendimento.

“Durante minha residência clínica, percebi que a maioria dos pacientes eram idosos ou enfrentavam doenças crônicas. Conforme a definição de cuidados paliativos, esses pacientes se enquadrariam perfeitamente, mas o hospital carecia desse suporte. Na verdade não tinha efetividade nesse cuidado. Por vir de uma família composta por profissionais que atuavam nessa área eu acabei conhecendo e me aprofundando e me apaixonando”

Ao falar sobre sua prática clínica, Bárbara Cury compartilha a perspectiva de que, ao receber o diagnóstico de uma doença ameaçadora à vida, o paciente necessita de cuidados integrados. 

Além disso, destaca a importância de não negligenciar aqueles para os quais não há um tratamento curativo. 

“Quando uma pessoa chega com um diagnóstico de uma doença que ameaça a vida, ela precisa de cuidado junto com um tratamento modificador de doença. E se, para ela, não existe um tratamento modificador de doença, ela não pode ser aquela pessoa que é ‘esquecida’ na enfermaria ou escutar aquela frase: ‘não temos mais nada a fazer’. Porque temos muito a fazer, como cuidar de sintomas, da dor, da falta de ar, das feridas, a gente precisa cuidar da família dessa pessoa.”

O envelhecimento populacional e a  necessidade crescente dos cuidados paliativos

Com o envelhecimento populacional, o aumento da incidência de doenças neurológicas e demências apresenta desafios significativos para a área de cuidados paliativos. 

“Fora o câncer, muitas doenças neurodegenerativas e síndromes demenciais entram também no cuidado paliativo”, destaca a médica 

À medida que os cuidados paliativos evoluem, abrangem agora uma gama diversificada de enfermidades, indo além do câncer.

Doenças neurodegenerativas e síndromes demenciais, como Alzheimer e doença de Parkinson, juntamente com condições crônicas como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva) e insuficiências cardíacas avançadas, são incorporadas ao escopo desses cuidados.  

Cannabis medicinal e cuidados paliativos

A utilização da cannabis medicinal se destaca como um componente importante nesse contexto. A médica destaca a eficácia dessa abordagem ao reduzir a rigidez e espasticidade. O que oferece mais autonomia e conforto aos pacientes.

Além disso, ela também observa impactos significativos, especialmente em síndromes demenciais, abordando questões como a perda de controle do tronco e dificuldades de higienização. 

A cannabis também demonstra eficácia no manejo da apatia e do humor oscilante comum em pacientes com síndromes demenciais. Essa abordagem não apenas deixa os pacientes mais despertos, como também aumenta seu apetite. E também oferece uma notável melhoria na qualidade de vida, aliviando dores cotidianas, incluindo aquelas associadas à dor oncológica.

“O uso de compostos como CGB e THC, presentes na cannabis, proporciona respostas satisfatórias, oferecendo alívio efetivo. A integração da Cannabis medicinal nos cuidados paliativos destaca seu papel crucial na promoção do bem-estar e na gestão de sintomas para pacientes enfrentando desafios neurológicos e demências“, explica.

Leia também: 

CBG demonstra eficácia no tratamento de câncer agressivo no cérebro

Os desafios dos familiares nos cuidados paliativos

Ao falar sobre os desafios enfrentados pelos familiares, a médica reforça:

“Os familiares sofrem muito. Cuidar não é fácil. A complexidade de assistir a pessoas com múltiplas limitações, impõe um ônus emocional significativo”, aponta. 

O cenário de pacientes acamados, dependentes de cuidados 24 horas por dia, coloca um fardo emocional sobre os familiares, muitas vezes levando-os ao estresse do cuidador. O sentimento de culpa por não conseguir atender plenamente às necessidades do ente querido contribui para um ambiente desafiador.

Barbara Curry destaca a importância de uma abordagem abrangente nos cuidados paliativos, analisando a totalidade do contexto. Isso inclui não apenas o cuidado ao paciente, mas também a avaliação do bem-estar do cuidador, identificando necessidades de apoio e organizando estratégias para oferecer suporte integral.

O entendimento da dinâmica familiar e a implementação de medidas para aliviar o estresse do cuidador tornam-se elementos fundamentais para garantir uma abordagem compassiva e eficaz nos cuidados paliativos. 

Cannabis Medicinal e o bem-estar nos cuidados paliativos

A medicina paliativa é, fundamentalmente, uma vertente da assistência médica centrada em aprimorar a qualidade de vida de indivíduos confrontados por enfermidades graves, crônicas ou terminais. Priorizando o alívio de sintomas e do sofrimento vinculado à doença, seu enfoque difere da busca por uma cura absoluta.

O cerne da medicina paliativa reside no propósito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, buscando fomentar o bem-estar, o conforto, a dignidade e o respeito ao longo de todo o percurso da doença.

O câncer impacta milhões de vidas anualmente, demandando abordagens que contemplem não apenas a cura. Nesse sentido, é essencial olhar para o conforto do paciente durante o tratamento. Em outras palavras, focar não só no alívio de sintomas, como também apoio emocional.

O entendimento de que a jornada nem sempre segue um caminho linear reforça a importância de estratégias de cuidado que considerem as necessidades físicas, emocionais e até espirituais dos pacientes e de suas famílias.

Facilitando o acesso aos benefícios da Cannabis para pacientes com câncer

A utilização da Cannabis para tratar diversas condições de saúde, incluindo o câncer, pode ser uma opção valiosa. No entanto, é crucial contar com a orientação de um profissional de saúde para determinar o produto e a dosagem mais adequados.

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