A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu uma comitiva da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para discutir a possibilidade de liberar pesquisas voltadas ao cultivo da Cannabis sativa. O encontro destacou a relevância de consolidar uma base científica nacional sobre a planta, em um momento em que crescem as discussões regulatórias e o interesse por suas aplicações tanto no campo médico quanto industrial.
A União, a Anvisa e o Ministério da Saúde tem até o próximo dia 30 de setembro para cumprir a determinação judicial do STJ para a regulamentação da produção nacional de Cannabis medicinal.
Encontro destacou a importância da construção de uma base científica sólida sobre o tema no país
A reunião contou com a presença do diretor da Embrapa, Clênio Pillon, do assessor Fernando Amaral, do gerente adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, Marcelo Bonnet Alvarenga, e dos pesquisadores Beatriz Marty Emygdio, Daniela Matias de Carvalho Bittencourt e Fábio Silva Macedo. Pela Anvisa, participaram o diretor da Quinta Diretoria (Dire5), Thiago Campos, a diretora adjunta, Roberta Meneses, as assessoras Adriana Margutti e Thays Rocha de Carvalho, além do assessor da Gerência de Produtos Controlados (GPCON), Thiago Brasil.
Segundo site oficial do Governo, durante a conversa, Clênio Pillon ressaltou que a Cannabis possui um vasto potencial para o agronegócio brasileiro. Além do uso medicinal, destacou a possibilidade de explorar o cânhamo para a produção de fibras industriais. Segundo ele, a missão da Embrapa é gerar soluções tecnológicas capazes de promover avanços sociais, econômicos e ambientais no campo, e o desenvolvimento agronômico da Cannabis está diretamente alinhado a esse propósito.
O diretor da Anvisa, Thiago Campos, por sua vez, reforçou a importância e a complexidade do assunto. Ele lembrou que uma decisão judicial atribui à Agência o papel de regulamentar o uso medicinal da Cannabis sativa, e defendeu que o país avance na geração de conhecimento técnico e científico para sustentar políticas públicas consistentes.
A aproximação entre as duas instituições representa um passo estratégico para que o Brasil desenvolva pesquisas de ponta sobre o cultivo da Cannabis. Essa cooperação pode abrir caminho não apenas para fortalecer o setor da saúde, mas também para impulsionar novas cadeias produtivas ligadas ao agronegócio e à bioeconomia nacional.