Início

Atraso na fala: quando se preocupar e como estimular a linguagem?

Atraso na fala: quando se preocupar e como estimular a linguagem?

Publicado em

3 de setembro de 2025

• Revisado por

Remedio-para-TAG

O atraso na fala é um daqueles temas que costuma dividir opiniões. De um lado, há quem diga: “cada criança tem seu tempo”. 

Do outro, pais e cuidadores que não conseguem deixar de se preocupar quando as palavras demoram a aparecer. Até onde vai o limite do desenvolvimento natural? 

Em que momento a demora deixa de ser apenas característica individual e passa a ser um sinal de que algo pode precisar de atenção profissional?

Essas dúvidas não surgem à toa. A comunicação é uma das ferramentas mais importantes da infância, e quando ela não acompanha o ritmo esperado, surgem incertezas inevitáveis. Mas nem sempre as respostas são simples. 

Estímulos no ambiente, audição, aspectos neurológicos, questões emocionais — há muitos fatores que podem influenciar esse processo, e entender qual deles está em jogo não é tarefa óbvia.

O que acontece, então, quando o atraso na fala permanece por mais tempo do que os pais imaginavam? É o que vamos descobrir abaixo. Prossiga lendo!

  • O que é considerado atraso na fala? 
  • Quais são os sinais mais comuns de atraso na fala? 
  • Possíveis causas do atraso na fala 
  • Quando o atraso passa a ser uma preocupação clínica? 
  • Como é feito o diagnóstico do atraso na fala? 
  • Estratégias de tratamento e estímulo à fala 
  • O papel do Canabidiol (CBD) em casos de atraso na fala ligado a condições neurológicas

O que é considerado atraso na fala?

o que e atraso na fala

O atraso na fala é um termo usado para descrever quando a criança demora mais do que o esperado para atingir marcos relacionados à linguagem oral, seja no número de palavras, na forma como organiza frases ou até na pronúncia. 

Esse processo pode variar de criança para criança, mas existem referências estabelecidas que ajudam a identificar quando algo está fora do padrão esperado.

Desde os primeiros anos de vida, a linguagem se desenvolve em etapas progressivas, e cada fase traz novas conquistas. 

Aos 12 meses, já se espera que a criança fale suas primeiras palavras simples, como “mamãe” ou “papai”. 

Aos 18 meses, o vocabulário costuma se expandir para cerca de 10 a 20 palavras, e por volta dos 2 anos, a expectativa é que ela consiga juntar duas palavras para formar frases curtas, como “quer água” ou “me dá bola”. 

Quando esse ritmo não acontece, e os marcos ficam atrasados em meses ou até anos, pode-se considerar atraso na fala.

Vale lembrar que o atraso na fala não significa, necessariamente, que existe um problema neurológico ou cognitivo grave. 

Muitas vezes, pode estar relacionado a fatores mais simples, como pouca estimulação no ambiente, excesso de exposição a telas ou histórico familiar de desenvolvimento mais lento da linguagem. 

No entanto, em alguns casos, pode estar ligado a alterações auditivas, distúrbios motores de fala, condições do espectro autista ou outras questões que precisam de avaliação profissional. 

É por isso que entender claramente o que caracteriza o atraso é tão importante para não perder tempo e buscar ajuda no momento certo.

Se aos 2 anos a criança ainda não fala nada ou não consegue se comunicar de forma mínima, é algo que precisa ser investigado. 

Quais são os sinais mais comuns de atraso na fala?

Os sinais costumam ser perceptíveis dentro da rotina, e muitos pais identificam mudanças sutis sem saber exatamente o que significam. 

O primeiro passo é entender que esses sinais não aparecem de forma isolada, mas sim em conjunto, indicando que a comunicação não está evoluindo como deveria. 

Muitas crianças começam a falar um pouco depois, mas quando apresentam vocabulário reduzido, frases ausentes e articulação prejudicada ao mesmo tempo, isso aponta para um quadro mais claro de atraso. 

Com essa visão geral, vale aprofundar cada um desses sinais de forma separada, entendendo como eles se manifestam no dia a dia e de que maneira impactam o desenvolvimento da criança. 

1. Pouco vocabulário para a idade

O vocabulário é um dos indicadores mais fáceis de observar. Crianças que apresentam atraso na fala geralmente têm dificuldade para ampliar a quantidade de palavras conhecidas dentro do tempo esperado. 

Aos 18 meses, é esperado que já falem pelo menos 10 palavras, e esse número sobe rapidamente nos meses seguintes. 

Aos 2 anos, muitas já chegam a 50 palavras, e aos 3 anos, esse repertório pode ultrapassar 200. Quando esse crescimento não acontece, o atraso na fala se torna evidente.

Esse problema traz reflexos diretos no comportamento. A criança pode usar gestos para pedir algo, puxar o adulto até o objeto desejado ou simplesmente chorar diante da frustração de não conseguir se comunicar. 

Essa limitação reduz as oportunidades de socialização, já que a comunicação é a base para brincar em grupo, pedir ajuda ou interagir em atividades simples. Quanto mais restrito o vocabulário, maior a dificuldade de acompanhar situações cotidianas.

Além disso, a limitação de palavras impacta diretamente no desenvolvimento da compreensão. 

A criança entende menos instruções, não acompanha histórias ou músicas e tem menor contato com estímulos linguísticos, o que gera um ciclo que reforça ainda mais o atraso na fala. 

Esse ponto precisa de observação cuidadosa, pois quanto mais cedo o vocabulário é estimulado, maiores as chances de expansão.

A atenção nesse sinal ajuda a diferenciar um atraso passageiro de algo que requer acompanhamento profissional. 

Se a criança não aumenta o repertório ao longo dos meses, mesmo com estímulos, é um indicativo de que o atraso na fala não vai se resolver sozinho e deve ser avaliado.

2. Dificuldade para formar frases

sintomas de atraso na fala

Além do vocabulário reduzido, a incapacidade de construir frases simples é outro sinal claro. 

Crianças que não conseguem unir duas ou três palavras para expressar ideias, mesmo após os 3 anos, apresentam um atraso na fala que precisa ser trabalhado. 

A construção de frases mostra que a criança domina não apenas palavras isoladas, mas também começa a compreender relações entre elas, o que é essencial para se comunicar de maneira funcional.

Esse atraso compromete tanto a interação familiar quanto a participação em ambientes escolares. 

Professores muitas vezes percebem que a criança entende as atividades, mas não consegue se expressar oralmente para mostrar o que aprendeu. 

A falta de frases também prejudica a compreensão de histórias, músicas e até regras simples de convivência. É um obstáculo que vai além da fala, pois interfere no aprendizado como um todo.

Quando o atraso na fala se manifesta nesse ponto, a intervenção costuma envolver estímulos específicos, como leitura compartilhada, brincadeiras que incentivam a formação de frases e acompanhamento fonoaudiológico. 

3. Problemas de articulação e fala “enrolada”

A fala pouco clara é outro fator que caracteriza atraso na fala. Mesmo quando a criança já tem vocabulário razoável e consegue formar frases curtas, a dificuldade de articulação pode comprometer a comunicação. 

Sons trocados, sílabas omitidas ou palavras deformadas tornam difícil entender o que ela quer dizer. Em muitos casos, apenas familiares próximos compreendem, o que limita ainda mais a interação social.

Esse tipo de atraso na fala pode ter origem em diversos fatores. Alterações na audição, amígdalas aumentadas, respiração oral frequente ou até dificuldades motoras na região da boca são causas comuns. 

Há também situações em que o uso prolongado de chupeta e mamadeira interfere na musculatura oral, prejudicando a produção correta dos sons. 

Independentemente da causa, o resultado é uma fala “enrolada” que precisa ser trabalhada com acompanhamento adequado.

Crianças com atraso na fala relacionado à articulação têm mais chances de enfrentar dificuldades para reconhecer sons e letras, o que compromete a leitura e a escrita. 

Possíveis causas do atraso na fala

atraso na fala em criancas

O desenvolvimento da fala nas crianças é um processo que pode variar bastante de uma para outra. 

Há aquelas que começam a formar frases cedo, já outras demoram mais tempo para estruturar palavras e se comunicar com clareza. 

Esse intervalo não significa, necessariamente, que exista um problema, mas quando o atraso na fala persiste, os profissionais de saúde recomendam uma investigação cuidadosa. 

Para compreender melhor as origens desse quadro, é importante olhar para diferentes fatores que podem estar relacionados:

1. Fatores auditivos

Quando há algum grau de perda auditiva, parcial ou total, a criança pode ter dificuldade em captar palavras, limitando o aprendizado natural da linguagem.

A perda auditiva pode ocorrer por diferentes motivos, desde infecções recorrentes no ouvido médio até condições congênitas. 

Casos de otite média, por exemplo, são comuns na infância e, quando frequentes, comprometem a recepção dos sons. 

Nessa situação, a criança ouve de forma distorcida e não consegue reproduzir os fonemas de maneira adequada, o que prolonga o atraso na fala.

Também é relevante considerar fatores hereditários. Algumas crianças já nascem com alterações auditivas devido a mutações genéticas ou complicações durante a gestação, como infecções intrauterinas. 

Nessas circunstâncias, o diagnóstico precoce é fundamental para que a intervenção seja feita o quanto antes, evitando impactos maiores no desenvolvimento da linguagem.

Outro ponto importante é a diferença entre perdas auditivas leves, moderadas ou severas. 

Em quadros leves, o atraso na fala pode ser percebido apenas com o tempo, já que a criança consegue escutar parte dos sons, mas tem dificuldade em distinguir detalhes. 

Nos casos mais graves, o problema costuma ser identificado logo nos primeiros meses, pois a criança não reage a estímulos sonoros simples, como chamarem pelo nome ou bater palmas próximos.

A triagem auditiva neonatal, realizada nos primeiros dias de vida, é uma ferramenta essencial nesse processo. 

Quando aplicada corretamente, permite detectar alterações e iniciar o tratamento, que pode incluir aparelhos auditivos ou implantes. Quanto mais cedo a intervenção, maiores as chances de reduzir o atraso na fala.

Além do diagnóstico e do uso de aparelhos, o acompanhamento especializado auxilia a criança a aprender a articular sons de forma correta e a desenvolver estratégias para se comunicar, mesmo diante de limitações auditivas. 

2. Condições neurológicas e do neurodesenvolvimento

A fala não é apenas repetição de sons, mas envolve memória, processamento cognitivo, coordenação motora e integração sensorial. 

Alterações neurológicas e do neurodesenvolvimento podem comprometer esses processos de forma direta.

Entre as condições mais conhecidas está o transtorno do espectro autista (TEA). 

Muitas crianças com esse diagnóstico apresentam atraso na fala, tanto na produção de palavras quanto na habilidade de usá-las para interagir socialmente. 

Nesses casos, a dificuldade pode estar associada não apenas à linguagem em si, mas também ao modo como a criança percebe e responde ao ambiente.

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) também pode interferir no desenvolvimento da fala. 

Crianças com esse perfil apresentam dificuldades de concentração e memória de trabalho, o que prejudica a fixação e a organização da linguagem oral. 

Esse impacto pode ser observado em atrasos na construção de frases ou na limitação do vocabulário.

Outro exemplo é a paralisia cerebral, que afeta o controle motor. Nesses casos, o atraso na fala não está relacionado à compreensão, mas à dificuldade em articular sons devido ao comprometimento muscular. 

O mesmo pode ocorrer em quadros de apraxia de fala, uma desordem neurológica que dificulta a coordenação dos movimentos necessários para falar.

Vale destacar também condições genéticas, como a síndrome de Down. Nessa população, o atraso na fala é frequente devido à combinação de fatores cognitivos, musculares e auditivos. 

Cada criança apresenta um ritmo próprio, e o suporte terapêutico precisa ser ajustado às necessidades individuais.

É importante ressaltar que, em casos de alterações neurológicas, o atraso na fala pode ser apenas um dos sinais de alerta. 

Muitas vezes, ele vem acompanhado de dificuldades motoras, cognitivas ou de interação social. Por isso, a avaliação multidisciplinar é indispensável.

3. Aspectos emocionais e ambientais

atraso na fala quando preocupar

Além das questões auditivas e neurológicas, o atraso na fala também pode estar ligado a fatores emocionais e ambientais. A fala é parte de um processo social, e sua evolução depende do contexto em que a criança está inserida. 

A falta de estímulos adequados, situações de estresse ou ambientes pouco interativos podem atrasar o desenvolvimento da linguagem. No caso da ausência de estímulos, o impacto é evidente. 

Crianças que não têm contato frequente com conversas, músicas, leituras ou interações verbais podem apresentar atraso na fala simplesmente porque não foram expostas a um repertório linguístico variado. 

Isso não significa negligência intencional, mas pode estar relacionado à rotina familiar corrida, ao uso excessivo de telas ou à falta de orientação sobre a importância da comunicação no dia a dia.

Crianças que passam por situações de insegurança, ansiedade ou mudanças bruscas, como separações familiares ou perda de vínculos, podem ter o desenvolvimento da fala prejudicado. 

O atraso na fala, nesse caso, pode ser uma forma de resposta ao ambiente emocional instável, onde a energia psíquica da criança se concentra em lidar com o estresse ao invés de aprender novas habilidades.

Ambientes bilíngues também podem gerar dúvidas nos pais. Em famílias que utilizam mais de um idioma em casa, é comum que a criança demore um pouco mais para falar. 

O ponto de atenção está em diferenciar a adaptação natural do contato com duas línguas de um atraso que demanda intervenção.

Em situações em que o atraso na fala está ligado a aspectos emocionais, o acompanhamento psicológico pode ser indicado. 

Quando o atraso passa a ser uma preocupação clínica?

Cada criança tem seu próprio ritmo, e algumas só começam a falar mais tarde sem que isso comprometa o desenvolvimento. Ainda assim, existem sinais que indicam que vale a pena buscar avaliação profissional.

Se, por exemplo, aos dois anos a criança ainda não consegue combinar palavras simples ou formar frases curtas, o atraso na fala precisa ser observado com atenção. 

A forma como a criança tenta se comunicar diz muito. Crianças que raramente tentam falar, que usam poucos gestos ou que evitam interagir verbalmente podem apresentar um atraso na fala mais significativo. 

Outro indicador relevante é a evolução. Se a criança não apresenta progressos consistentes, mesmo com estímulos cotidianos, é hora de considerar uma avaliação profissional. 

Reconhecer esses sinais cedo faz diferença, porque permite agir antes que o atraso na fala impacte outras áreas do desenvolvimento.

Como é feito o diagnóstico do atraso na fala?

atraso na fala sinais

O diagnóstico começa com uma conversa detalhada com os cuidadores. O profissional quer entender quando a criança começou a falar, se houve regressão em alguma fase, as condições de saúde e se há histórico familiar. 

Depois, a criança passa por uma avaliação prática. O fonoaudiólogo observa como ela articula os sons, forma palavras, combina frases e interage com o ambiente. 

A compreensão também é testada: saber se a criança entende instruções simples ajuda a entender se o atraso na fala é apenas na produção ou envolve outras áreas da linguagem.

Testes específicos podem ser aplicados para medir vocabulário, capacidade de repetir palavras, formação de frases e percepção de sons

Esses resultados mostram padrões claros e ajudam a definir quais estratégias serão mais eficazes para estimular a fala.

Exames auditivos são quase sempre necessários, porque a criança precisa ouvir bem para reproduzir sons corretamente. 

Se houver alguma perda auditiva, parcial ou total, ela precisa ser identificada rapidamente, e o tratamento adequado deve ser incluído no plano de intervenção, o que reduz o impacto do atraso na fala.

Em casos mais complexos, avaliações neurológicas ou psicológicas também podem ser recomendadas, principalmente se houver suspeita de transtornos do espectro autista, déficit de atenção ou outras condições cognitivas. 

Essas análises ajudam a entender todo o contexto do atraso na fala e a planejar ações que considerem todas as necessidades da criança.

O diagnóstico não é apenas um relatório; ele serve como guia para ação. É comum que a criança seja acompanhada ao longo de meses para verificar se há evolução, ajustar exercícios e estratégias de estímulo. 

Com esse acompanhamento contínuo, o atraso na fala deixa de ser apenas uma observação e passa a ser tratado de forma direcionada, aumentando a chance de progresso consistente.

Estratégias de tratamento e estímulo à fala

Quando percebemos um atraso na fala, a primeira reação é se preocupar, mas o caminho mais produtivo é entender que existem maneiras de estimular a criança e ajudar na evolução da linguagem. 

O desenvolvimento da fala envolve vários aspectos, e trabalhar em diferentes frentes aumenta bastante as chances de progresso. Entre essas frentes estão:

Intervenção fonoaudiológica precoce

Começar o acompanhamento com um fonoaudiólogo cedo faz toda a diferença no caso de atraso na fala. 

O profissional consegue identificar exatamente quais sons a criança está conseguindo reproduzir, quais ela ainda não domina e como ela organiza as palavras. 

A partir daí, ele cria um plano de exercícios adaptado à necessidade da criança, sem sobrecarregá-la, focando no desenvolvimento progressivo da linguagem.

O atraso na fala pode se manifestar de formas bem diferentes. 

Algumas crianças têm vocabulário limitado, outras têm dificuldade para juntar palavras em frases completas, e outras podem até entender bem, mas não conseguem se expressar. Por isso, cada plano é individualizado. 

As sessões de fonoaudiologia ajudam a criança a praticar desde os sons mais simples até frases mais complexas, sempre reforçando a comunicação de forma gradual.

Sessões regulares permitem acompanhar o avanço da criança e ajustar os exercícios quando necessário. Se o acompanhamento não for consistente, os ganhos podem ser menores e o atraso na fala pode se prolongar. 

Além do trabalho clínico, a orientação aos cuidadores é essencial: o que é feito em casa complementa o que é trabalhado na sessão e acelera a evolução.

Existem diversas técnicas aplicadas pelo fonoaudiólogo, como exercícios de articulação, repetição de palavras, atenção à pronúncia e até atividades para estimular a combinação de palavras em frases. 

Cada uma dessas técnicas ajuda a reduzir o atraso na fala e melhora a confiança da criança na comunicação.

O acompanhamento contínuo também permite detectar pequenas conquistas que podem passar despercebidas em casa. 

Técnicas e brincadeiras para estimular a linguagem em casa

Existem várias formas de estimular a fala no dia a dia, sem transformar cada momento em um exercício cansativo. A ideia é aproveitar situações cotidianas para reforçar a comunicação.

Ler livros infantis juntos é uma ótima estratégia. Ao apontar figuras, nomear objetos e conversar sobre as histórias, a criança relaciona palavras e sons com significado, o que contribui para reduzir o atraso na fala. 

Brincadeiras que envolvem nomear objetos, ações ou emoções também ajudam bastante. Jogos simples, em que a criança precisa dizer palavras ou formar frases curtas, tornam a prática da fala mais natural. 

O atraso na fala se torna mais fácil de superar quando a criança entende que cada palavra tem função, que ela consegue se comunicar e que a tentativa é valorizada.

Momentos do dia a dia também podem ser aproveitados: durante as refeições, passeios ou tarefas de higiene, é possível estimular a fala ao narrar ações, fazer perguntas simples e incentivar respostas. 

Com essa abordagem, o aprendizado se integra à rotina, e a comunicação deixa de ser um desafio isolado.

O uso moderado de aplicativos educativos pode ser um aliado, desde que acompanhados de perto pelos adultos. 

Alguns recursos ajudam na pronúncia correta, ampliam o vocabulário e tornam a prática mais lúdica, sempre reforçando o que é trabalhado nas interações reais.

O mais importante é a consistência e a atenção às tentativas de comunicação. Mesmo que a criança não consiga falar perfeitamente, cada esforço conta para superar o atraso na fala. 

Misturar atividades estruturadas com momentos naturais de interação aumenta a eficácia do estímulo.

Importância da participação da família

O papel da família não pode ser subestimado. A criança aprende a falar melhor quando encontra atenção, incentivo e oportunidades constantes para se comunicar. 

O atraso na fala diminui quando existe coerência entre o que é trabalhado no consultório e o que é praticado em casa.

Pais e cuidadores podem reforçar palavras, corrigir suavemente a pronúncia e criar uma rotina de leitura, jogos e conversas. 

A criança percebe que a fala tem função e valor, o que aumenta a motivação para tentar se comunicar. Pequenas atitudes, como responder às perguntas, nomear objetos ou celebrar conquistas, fazem diferença no progresso.

A troca de informações entre família e profissionais é fundamental. Saber quais palavras ou frases estão sendo trabalhadas no acompanhamento fonoaudiológico ajuda a criança a consolidar o aprendizado. 

Além de praticar a fala, os familiares devem criar um ambiente seguro para a criança experimentar. A paciência e a atenção dedicada reduzem a frustração, e o incentivo contínuo ajuda a superar o atraso na fala de forma consistente.

A integração de atividades em casa com a intervenção profissional cria uma rotina de estímulo constante. 

O papel do Canabidiol (CBD) em casos de atraso na fala ligado a condições neurológicas

tratamentos para atraso na fala

O atraso na fala pode estar ligado a múltiplos fatores neurológicos, que vão desde alterações no desenvolvimento cerebral até quadros clínicos complexos como epilepsia, transtorno do espectro autista (TEA) e condições genéticas. 

Nessas situações, há um impacto direto na forma como as conexões neurais são estabelecidas e fortalecidas. 

A comunicação verbal depende da integridade de circuitos corticais e subcorticais, principalmente nas regiões de Broca, Wernicke e áreas associativas que interagem com o sistema límbico. 

Quando esses circuitos são prejudicados por descargas epilépticas recorrentes, inflamação ou desorganização sináptica, a criança apresenta lentificação no desenvolvimento da linguagem.

O Canabidiol (CBD) tem se mostrado relevante nesses casos porque atua em diferentes pontos desses circuitos. 

O primeiro mecanismo que merece destaque é a modulação do sistema endocanabinoide, especialmente dos receptores CB1 e CB2. 

Ao interagir indiretamente com esses receptores, o CBD ajuda a regular a liberação de neurotransmissores como glutamato e GABA, que são cruciais para manter o equilíbrio entre excitação e inibição neuronal. 

Esse equilíbrio é fundamental para evitar descargas epilépticas e permitir que áreas do cérebro responsáveis pela linguagem consigam consolidar novos aprendizados.

Essa interação influencia a plasticidade sináptica e reduz a hiperexcitabilidade neuronal. 

Em termos práticos, isso significa que redes cerebrais envolvidas na fala, que antes estavam interrompidas por crises ou instabilidade elétrica, passam a ter um ambiente mais estável para organizar novas conexões. 

O atraso na fala em pacientes com epilepsia ou TEA muitas vezes está associado a uma sobrecarga metabólica do cérebro, causada pela atividade elétrica desordenada. 

O CBD também apresenta propriedades neuroprotetoras ao reduzir o estresse oxidativo e modular processos inflamatórios que prejudicam a função neuronal. 

Apresentação do caso clínico

diagnostico de atraso na fala

A paciente em questão é uma adolescente de 13 anos cuja história clínica demonstra bem como múltiplas condições neurológicas podem impactar o desenvolvimento da fala. 

Desde cedo, sinais de atraso global no desenvolvimento foram notados, com marcos motores acontecendo fora do tempo esperado e ausência de etapas típicas como o engatinhar. 

A fala, que já mostrava sinais de lentificação, foi ainda mais prejudicada após o início das crises epilépticas. Cada episódio de regressão representava perda de conquistas previamente alcançadas.

Mesmo com o uso de medicações tradicionais como o ácido valpróico, os resultados foram parciais, e os efeitos colaterais adicionavam mais desafios, como lentificação e apatia. 

As terapias de apoio eram mantidas, mas o impacto era limitado pela instabilidade do quadro clínico. Foi nesse contexto que a introdução do Canabidiol representou uma mudança significativa. 

O tratamento com extrato integral de Cannabis medicinal levou ao controle das crises, resultado que não havia sido alcançado até então com os medicamentos convencionais.

Com a redução das crises epilépticas, um novo cenário se formou. A paciente passou a apresentar maior disponibilidade cognitiva para aprender, e a fala começou a se desenvolver de forma mais consistente. 

A interação visual aumentou, a intenção comunicativa se fortaleceu, e a participação em atividades de grupo tornou-se mais ativa. 

O atraso na fala, que antes parecia estático, começou a apresentar sinais de recuperação contínua. A combinação de estabilidade clínica com terapias de estimulação resultou em ganhos na linguagem e socialização.

A adolescente manteve o perfil calmo, mas passou a se engajar mais em interações verbais, mostrando progressos em vocabulário e clareza da articulação. 

Para os profissionais envolvidos, esse resultado mostrou que o atraso na fala em quadros neurológicos complexos pode ser trabalhado de maneira mais eficaz quando há um controle das crises e um ambiente cerebral protegido e estável.

Conclusão

O atraso na fala em crianças e adolescentes com condições neurológicas é um desafio que afeta toda a família e mobiliza diferentes áreas da saúde. 

O Canabidiol, ao atuar como regulador de processos cerebrais fundamentais, pode criar as condições ideais para que terapias de estimulação tenham resultados reais.

Se você busca alternativas para lidar com o atraso na fala em casos semelhantes, agende uma consulta pela plataforma do Cannabis & Saúde e converse com um médico capacitado para avaliar essa possibilidade de forma individualizada.

Compartilhe:

O Cannabis& Saúde é um portal de jornalismo, que fornece conteúdos sobre Cannabis para uso medicinal, e, preza pelo cumprimento legal de todas as suas obrigações, em especial a previsão Constitucional Federal de 1988, dos seguintes artigos. Artigo 220, que estabelece que a liberdade de expressão, criação, informação e manifestação do pensamento não pode ser restringida, desde que respeitados os demais dispositivos da Constituição.
Os artigos seguintes, até o 224, tratam de temas como a liberdade de imprensa, a censura, a propriedade de empresas jornalísticas e a livre concorrência.

Agende agora uma consulta com um médico prescritor de Cannabis medicinal

Consultas a partir de R$ 200,00

Agende agora uma consulta com um médico prescritor de Cannabis medicinal

Consultas a partir de R$ 200,00

Posts relacionados

Colunas em destaque

Inscreva-se para não perder nenhuma atualização do portal Cannabis e Saúde

Posts relacionados

Agende agora uma consulta com um médico prescritor de Cannabis medicinal

Consultas a partir de R$ 200,00

Você também pode gostar destes posts: