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Autismo regressivo: o que é, causas, sintomas e tratamento

Autismo regressivo: o que é, causas, sintomas e tratamento

Publicado em

8 de agosto de 2025

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O autismo regressivo, que no passado era chamado de Transtorno Desintegrativo da Infância ou Síndrome de Heller, é um tipo específico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) que costuma surgir entre os 18 meses e os 2 anos de idade. 

Nesses casos, a criança aparenta se desenvolver normalmente até certo ponto, mas começa a perder habilidades fundamentais que já havia adquirido, como linguagem, contato visual e interação social.

Apesar de muitos pais associarem essa mudança a algum fator externo, os especialistas apontam que o autismo regressivo tem origem em mecanismos neurológicos complexos, com forte componente genético. 

Não se trata de um retrocesso casual no desenvolvimento, mas de um processo profundo que altera o funcionamento cerebral da criança.

A regressão é uma manifestação menos frequente no TEA, mas que costuma ser bastante impactante para os familiares, justamente pela mudança brusca de comportamento. 

Cabe frisar que cada criança atípica é única, e os avanços no seu desenvolvimento irão variar conforme muitos fatores, que serão explicados neste artigo. Então, Acompanhe a leitura abaixo e saiba mais sobre:

  • O que é autismo regressivo? 
  • Quais são os sintomas do autismo regressivo? 
  • O que causa o autismo regressivo? 
  • Como é feito o diagnóstico do autismo regressivo? 
  • Autismo regressivo tem cura? 
  • Como os pais podem lidar com o autismo regressivo? 
  • Como tratar o autismo regressivo? 
  • Cannabis medicinal no tratamento do autismo

O que é autismo regressivo?

O autismo regressivo é um tipo de TEA em que a criança apresenta um desenvolvimento típico nos primeiros meses ou anos de vida, mas, em determinado momento, perde habilidades que já havia adquirido. 

Isso não significa que ela pare de aprender, mas sim que habilidades que antes estavam presentes desaparecem de forma gradual ou repentina.

É um fenômeno que gera muita preocupação, principalmente porque os pais costumam notar que o desenvolvimento de seu filho estava caminhando bem, até que algo parece “mudar” drasticamente.

O autismo regressivo é uma forma menos comum de TEA. E embora existam diversas teorias sobre as causas desta regressão, não há um consenso na comunidade médica.

Os desafios associados são ainda maiores no que diz respeito à compreensão de sua etiologia. Por que uma criança que aparentava se desenvolver normalmente começa a demonstrar sinais de autismo de forma tardia?

Alguns especialistas sugerem que, entre 1 e 2 anos de idade, o cérebro passa por um processo conhecido como “poda neuronal”, uma espécie de “limpeza” das conexões cerebrais.

Se a criança possui predisposição genética ao autismo, esse é o momento em que o transtorno pode se manifestar.

O autismo regressivo pode afetar diferentes áreas do desenvolvimento: linguagem, socialização, controle motor, interação com o ambiente e até no padrão de sono e alimentação. 

Esse padrão não se confunde com fases naturais do desenvolvimento, em que crianças testam limites ou apresentam flutuações emocionais. 

O que é um comportamento regressivo?

Quando falamos em comportamento regressivo, estamos nos referindo a uma perda progressiva de habilidades que já haviam sido conquistadas. 

O comportamento regressivo, no autismo, é contínuo e começa de maneira sutil. Pequenos sinais surgem antes das perdas mais marcantes. Com o passar das semanas, essas alterações se tornam mais evidentes.

Mesmo que a regressão cause insegurança, é possível criar um ambiente favorável à recuperação de algumas habilidades. 

O processo não depende apenas de terapias, mas de um cuidado integral que envolva rotina estruturada, acolhimento e suporte emocional para toda a família. 

Por isso, entender o que é o autismo regressivo é o primeiro passo para agir de forma assertiva e evitar atrasos no diagnóstico.

Em que idade costuma aparecer?

O autismo regressivo geralmente começa a se manifestar entre os 15 e 30 meses. Até essa fase, muitas crianças apresentam um desenvolvimento considerado típico. 

Elas balbuciam, respondem quando chamadas, fazem contato visual e demonstram interesse por outras pessoas. Nada chama a atenção. Aos olhos dos pais, tudo está no caminho esperado.

O problema começa quando essas habilidades deixam de acontecer. São mudanças que, por mais sutis que sejam no início, costumam ser percebidas pelos cuidadores.

A perda de habilidades adquiridas é o que levanta o alerta. Não se trata de uma criança que ainda não aprendeu, e sim de uma criança que já fazia — e parou de fazer. Isso é o que diferencia o autismo regressivo de outras formas de TEA.

O ideal é que os pais observem de perto o desenvolvimento da fala, a forma como a criança se relaciona com o ambiente, o interesse por brinquedos, a forma como responde à rotina. 

Mesmo que a regressão aconteça com mais frequência entre 1 e 2 anos, ela também pode surgir depois, em idades mais avançadas. É raro, mas pode acontecer. 

Quanto antes isso for identificado, maiores são as chances de adaptação e planejamento do cuidado.

Quais são os sintomas do autismo regressivo?

Os sintomas do autismo regressivo aparecem como perdas de fazer coisas que já fazia com naturalidade, entre as quais: 

  • Alterações na fala: Palavras que antes eram ditas com frequência desaparecem do vocabulário. Frases simples deixam de ser usadas, e a comunicação verbal fica cada vez mais limitada;
  • Mudança evidente na interação social: O contato visual diminui, o interesse por outras pessoas também. A criança começa a se isolar. Brincadeiras que envolviam troca com os pais ou com colegas são deixadas de lado;
  • Mudanças comportamentais: A criança passa a repetir movimentos, balança o corpo, alinha objetos, gira as mãos, age de forma repetitiva;
  • Rigidez com a rotina: Qualquer mudança no ambiente gera irritação, desconforto ou crise. Coisas simples como trocar o caminho da escola ou mudar a disposição dos móveis em casa podem gerar reações desproporcionais;
  • Sensibilidade à estímulos sensoriais: Barulhos que antes passavam despercebidos agora incomodam. Luzes, texturas, cheiros, sons — tudo pode parecer agressivo para a criança;
  • Perda de interesse por atividades que antes chamavam a atenção: Brinquedos preferidos são deixados de lado. A espontaneidade nas brincadeiras some.

Esses sinais, em conjunto, desenham o quadro do autismo regressivo. Não são sinais isolados, e sim uma sequência de mudanças que devem ser avaliadas com atenção.

Sinais comportamentais mais comuns

Os sinais comportamentais do autismo regressivo costumam surgir junto com a perda das habilidades de comunicação e socialização. 

O primeiro ponto de atenção está no distanciamento. A criança começa a evitar contato com outras pessoas, não busca mais interações, se afasta de situações que antes fazia parte.

O comportamento repetitivo ganha força, podendo aparecer de diferentes formas: movimentos com as mãos, balançar o corpo, rodar objetos, insistir em padrões muito específicos nas brincadeiras. 

A criança apresenta resistência a mudanças simples, como alterar o horário de uma atividade ou trocar de ambiente. 

Ela se mostra mais irritada, ansiosa, insegura, principalmente diante de situações que fogem do que já está estabelecido como rotina.

Muitos desses comportamentos são acompanhados por alterações no sono e na alimentação. A criança passa a dormir menos, acorda várias vezes à noite, tem dificuldade para manter uma rotina de sono estável. 

Também pode ficar mais seletiva com os alimentos, rejeitar texturas que antes aceitava, perder o apetite de forma repentina.

O autismo regressivo não segue uma única forma de manifestação. Cada criança vai apresentar os sinais de um jeito, mas é a soma dos comportamentos, mais a regressão nas habilidades, que constrói o quadro. 

Nenhum desses sinais deve ser interpretado isoladamente, e nenhum deve ser ignorado. O acompanhamento clínico precisa ser feito por profissionais que tenham experiência com o transtorno.

É possível reverter alguns sintomas?

Algumas habilidades podem ser retomadas com o tempo, mas falar em “reverter” o autismo regressivo completamente não é possível. 

O que se observa é que algumas crianças, depois de um período de perda de funções, voltam a desenvolver certas competências, especialmente as relacionadas à comunicação e à interação. Contudo, isso varia muito. 

Em alguns casos, a linguagem reaparece com mais clareza, o contato visual melhora, há mais interesse pelo ambiente e pelas pessoas. Em outros, as mudanças são mais sutis ou não acontecem da mesma forma.

O que influencia nesse processo é a forma como a criança responde aos estímulos do dia a dia, como ela se adapta às novas rotinas e como o ambiente favorece o desenvolvimento. 

O autismo regressivo não segue um padrão fixo. Há oscilações. Há avanços. E também há fases de estagnação. O que pode melhorar em uma criança, pode permanecer travado em outra. Isso não define gravidade nem progresso.

O que causa o autismo regressivo?

Diversos estudos têm sido realizados para investigar as possíveis causas dos atrasos no desenvolvimento e do TEA em crianças.

Uma das pesquisas mais notórias foi conduzida por cientistas da Universidade da Califórnia, na qual uma potencial causa biológica do autismo foi identificada.

Nessa análise, os pesquisadores descobriram que tanto o autismo quanto os atrasos no desenvolvimento podem estar relacionados à perda adquirida da capacidade das células de uma criança de produzir energia adequadamente.

Isso ocorre devido ao aumento do estresse oxidativo e danos às mitocôndrias, que são responsáveis pela geração de energia nas células.

Dado que o cérebro e o desenvolvimento neurológico dependem fortemente de energia, a incapacidade das mitocôndrias de produzir a quantidade necessária pode resultar em atrasos e, em alguns casos, contribuir para o autismo.

Outro avanço importante foi realizado pelo Dr. Paul Ashwood, do Instituto de Investigação Médica de Transtornos do Neurodesenvolvimento (MIND) da mesma universidade.

Nesse estudo, a equipe de Ashwood encontrou evidências de uma conexão entre a regressão no autismo e disfunções imunológicas, alterações cerebrais, problemas gastrointestinais e comportamentos repetitivos intensos.

Os pesquisadores também identificaram níveis elevados de células imunológicas chamadas células dendríticas em crianças com autismo.

Essa resposta imunológica anômala está associada a um aumento na amígdala, região do cérebro responsável por regular respostas emocionais.

Nos casos mais raros, o autismo regressivo tem sua etiologia em encefalopatias autoimunes, nas quais o próprio sistema imunológico ataca o tecido cerebral.

Fatores como exposição precoce a poluentes, metais pesados, pesticidas, além de deficiências nutricionais durante a gestação, são apontados como possíveis contribuintes.

Eventos estressantes ou traumas precoces também podem agravar a vulnerabilidade da criança.

Fatores genéticos e ambientais

A origem do autismo regressivo ainda não está completamente esclarecida, mas sabe-se que existe uma interação entre predisposição genética e fatores ambientais. 

O que se entende hoje é que algumas crianças já nascem com uma vulnerabilidade biológica que pode se manifestar de forma mais evidente após determinados gatilhos.

Esses gatilhos podem ser infecções, inflamações, alterações no sistema imunológico ou exposição a certas substâncias no início da vida. 

Nenhum desses fatores, isoladamente, é capaz de causar autismo regressivo, mas em organismos predispostos, eles podem interferir em processos cerebrais que estavam se desenvolvendo de forma aparentemente típica.

A carga genética tem um peso importante, mas nem sempre é possível identificar alterações específicas nos exames. Em algumas famílias, há histórico de transtornos do neurodesenvolvimento, aumentando o risco. 

Em outras, não há nenhum antecedente. Isso reforça a complexidade do quadro. O autismo regressivo não tem uma causa única, nem uma explicação definitiva.

A pesquisa continua avançando, mas o que já se sabe é que o cérebro dessas crianças responde de forma diferente a certos estímulos e processos inflamatórios, o que pode interromper ou alterar o curso do desenvolvimento.

Autismo regressivo é grave?

O impacto do autismo regressivo não está na definição de gravidade, mas na ruptura que ele provoca. 

A impressão de que “tudo estava indo bem” e, de repente, mudou, costuma gerar muita insegurança, o que leva à sensação de que o quadro é mais severo do que outros tipos de autismo.

Na prática, não dá para afirmar que o autismo regressivo seja mais grave. Há crianças que passam por regressão e depois avançam bastante em várias áreas. 

Outras têm mais dificuldades e seguem com um perfil de maior dependência. Mas isso também acontece em quadros sem regressão. O que muda é a forma como o transtorno se apresenta, não necessariamente a intensidade.

Classificar o autismo regressivo como grave pode atrapalhar o olhar sobre o potencial da criança. A regressão assusta, mas não define o futuro. 

O mais importante é entender que o cérebro segue operando com outro ritmo, com outras conexões, com outro jeito de aprender. 

Como é feito o diagnóstico do autismo regressivo?

O diagnóstico de autismo regressivo começa com a observação de uma mudança clara no comportamento da criança. Não é uma questão de atraso, mas de perda real de habilidades. 

Crianças que antes falavam, interagiam ou brincavam com espontaneidade passam a não fazer mais o que já dominavam. Isso costuma chamar a atenção dos pais, que percebem que algo mudou.

O histórico de desenvolvimento é o ponto de partida. Profissionais escutam com atenção o relato dos responsáveis, analisam quando e como as perdas aconteceram, e buscam entender o que veio antes e o que veio depois. 

Testes padronizados como o ADI-R e o ADOS ajudam a identificar padrões de comportamento compatíveis com o espectro, sempre considerando o que foi perdido ao longo do tempo. 

Além disso, exames como ressonância magnética e eletroencefalograma são úteis para descartar outras condições que também causam regressão.

O autismo regressivo não é diagnosticado por um único critério. É um conjunto de sinais, históricos e exames que vão apontando na mesma direção. 

Autismo regressivo tem cura?

Autismo regressivo não tem cura. É uma condição ligada ao funcionamento do cérebro, que afeta como a criança percebe, processa e responde ao mundo. Essas alterações são duradouras, mesmo que o quadro mude com o tempo.

Isso não significa que nada pode melhorar. Crianças com autismo regressivo aprendem, evoluem, ganham novas habilidades e podem ter qualidade de vida. 

Mas isso acontece por meio de intervenção constante, não porque o autismo desaparece. O objetivo não é apagar o diagnóstico, mas ampliar possibilidades.

Intervenções específicas podem ajudar a recuperar parte das habilidades perdidas, principalmente comunicação, contato social e autonomia. 

O foco está em promover desenvolvimento. Terapias comportamentais, fonoaudiologia, recursos de comunicação alternativa, estímulos organizados — tudo isso tem valor. 

Como os pais podem lidar com o autismo regressivo?

Lidar com o autismo regressivo não é simples. Ver uma criança deixar de fazer o que já fazia antes afeta qualquer pai ou mãe. É natural sentir medo, tristeza, frustração, mas esses sentimentos não precisam definir tudo.

O primeiro passo para superar tais emoções é conversar com profissionais, buscar grupos de apoio e trocar experiências com quem passa por algo parecido. 

Entender que não é culpa dos pais, que isso não foi causado por algo específico que se fez ou deixou de fazer, é essencial para seguir em frente.

Aceitar a nova realidade não significa se conformar. Significa se reorganizar para entender o que a criança precisa agora, e como o dia a dia pode ser adaptado. 

Rotina previsível, ambiente estruturado e estímulo constante ajudam muito. Não só a criança, mas a família como um todo.

Também é importante lembrar que o desenvolvimento continua, mesmo depois da regressão. Pode ser mais lento, pode ser diferente, mas acontece. Observar esses pequenos avanços com atenção pode dar um novo sentido ao processo. 

Como tratar o autismo regressivo?

O tratamento do autismo regressivo é baseado em uma múltipla abordagem. Ou seja, são realizadas intervenções farmacológicas e não farmacológicas para o controle de sintomas.

Como o autismo regressivo é mais comum em crianças muito novas, que normalmente são mais sensíveis aos efeitos colaterais de medicamentos, as intervenções não farmacológicas são preferidas.

Ainda assim, medicamentos podem ser prescritos de acordo com a severidade da irritabilidade, comportamentos repetitivos, dificuldades de sono e das crises de agressividade que podem surgir.

Risperidona e aripiprazol são indicados, sobretudo, quando a criança apresenta comportamentos agressivos ou severamente irritáveis.

Eles ajudam a moderar essas manifestações, tornando o convívio familiar mais tranquilo. 

Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como o fluoxetina ou sertralina, costumam ser indicados para lidar com sintomas de ansiedade, comportamentos obsessivo-compulsivos e depressão.

O foco é reduzir esses sintomas que, se não controlados, podem afetar negativamente o desenvolvimento social e emocional da criança.

Outra categoria é o uso de estimulantes, como o metilfenidato, bastante eficiente no manejo de sintomas de hiperatividade e déficit de atenção, problemas comuns em indivíduos com autismo regressivo.

Além dos medicamentos, o uso de melatonina auxilia no sono, que é perturbado no autismo. O sono de qualidade melhora o desenvolvimento geral, tanto para a criança quanto para a família, que também precisa descansar.

Terapias mais indicadas para autismo regressivo

As psicoterapias são a base do tratamento para o autismo regressivo. Cada caso é único, mas algumas intervenções terapêuticas têm se mostrado particularmente mais eficientes para lidar com os desafios dessa condição:

  • Análise do Comportamento Aplicada (ABA): A ABA foca em ensinar habilidades específicas, como identificação de cores, em etapas estruturadas. É eficiente quando iniciada cedo, mas também traz benefícios para crianças mais velhas.
  • Terapia da Fala: Indicada para crianças com dificuldades de comunicação, utilizando recursos como línguas de sinais ou sistemas de troca de imagens;
  • Terapia de Integração Sensorial: Visa melhorar problemas sensoriais comuns em indivíduos com autismo, trabalhando com os sentidos vestibular, tátil e proprioceptivo;
  • Intervenção de Desenvolvimento de Relacionamento (DIR): Busca melhorar as habilidades sociais em indivíduos com TEA. Baseada na teoria da “inteligência dinâmica” de Steven Gutstein, envolve treinamento dos cuidadores para fortalecer a interação com a criança;
  • Terapia Ocupacional: Também é uma recomendação comum, focando em ajudar a criança a desenvolver habilidades motoras finas e grossas.
  • Musicoterapia e a Equoterapia: Ambas ajudam a melhorar a interação social e a regulação emocional. A música, por exemplo, pode desbloquear emoções, enquanto o contato com cavalos na equoterapia trabalha habilidades motoras e emocionais.

Cannabis medicinal no autismo regressivo

A Cannabis medicinal tem sido estudada como uma opção complementar no cuidado de crianças com autismo regressivo, principalmente pelos efeitos sobre ansiedade, irritabilidade, distúrbios do sono e dificuldades de interação. 

O interesse maior gira em torno do Canabidiol (CBD), um dos principais compostos da planta, com propriedades neuromoduladoras.

Boa parte dos sintomas ligados ao autismo regressivo, como perda de habilidades sociais, aumento de comportamentos repetitivos e alterações de humor, podem estar relacionados a disfunções no sistema endocanabinoide. 

Esse sistema participa da regulação de respostas emocionais, sono, apetite e da modulação de neurotransmissores no cérebro.

Em crianças com autismo regressivo, há sinais de que os receptores nesse sistema não estejam funcionando como deveriam. 

O CBD não ativa diretamente os receptores, mas interfere na forma como eles modulam outras substâncias envolvidas na comunicação entre os neurônios. Isso ajuda a regular processos que costumam estar desorganizados.

Estudos recentes têm mostrado que a regulação do sistema endocanabinoide pode favorecer a retomada da estabilidade emocional e o aumento da responsividade social. 

Crianças que usam o CBD como parte do tratamento têm mostrado menos agitação, mais concentração e melhora na qualidade do sono, que é um problema comum em casos de autismo regressivo.

O CBD também pode proteger conexões neurais e reduzir processos inflamatórios no sistema nervoso, o que abre espaço para a retomada de algumas funções que haviam sido perdidas. 

Ainda não há uma conclusão definitiva, mas os dados disponíveis indicam que essa pode ser uma ferramenta útil para ajudar a reorganizar áreas do cérebro afetadas pela regressão.

Benefícios da Cannabis para o autismo

Em 2022, uma análise observacional acompanhou o uso de Cannabis rica em CBD em crianças e adolescentes com TEA, incluindo casos de autismo regressivo. 

Foram avaliadas mudanças comportamentais e sociais após seis meses de uso supervisionado.

Mais de 80 participantes completaram o acompanhamento, e os resultados mostraram uma melhora importante nas habilidades de comunicação social, principalmente entre os que tinham quadros mais intensos. 

Os dados foram obtidos por meio de relatórios dos pais e de escalas clínicas padronizadas, como a Escala de Responsividade Social (SRS).

Os principais avanços apareceram na redução da irritabilidade, no aumento da interação e na diminuição dos comportamentos repetitivos. A qualidade do sono também melhorou em boa parte dos casos. 

Esses efeitos sugerem que o CBD pode ajudar a equilibrar funções afetadas diretamente pelo autismo regressivo.

Ainda assim, os próprios autores reforçam que esse tipo de estudo precisa ser validado por pesquisas controladas, com grupos placebo, antes de se tirar conclusões definitivas. 

O que se sabe é que, quando bem indicado, o uso do CBD tende a ser seguro, desde que o acompanhamento médico seja feito de perto, com ajustes na dose e monitoramento constante.

Não é uma promessa de reversão, mas sim uma possibilidade concreta de reduzir o impacto de alguns sintomas. Para quem convive com autismo regressivo, isso já representa um avanço real.

Como iniciar o tratamento com Cannabis medicinal

O primeiro passo para quem busca usar Cannabis medicinal no tratamento do autismo regressivo é consultar um profissional qualificado. 

No Brasil, a prescrição de derivados da Cannabis já está regulamentada pela Anvisa, mas nem todo médico tem experiência suficiente para lidar com esses casos. 

É preciso buscar um especialista que entenda da condição, das particularidades do desenvolvimento infantil e das diferentes combinações de canabinoides.

No portal Cannabis & Saúde, há uma rede de médicos preparados para orientar esse início. A plataforma facilita o agendamento da consulta, além de oferecer suporte durante todo o processo. 

O médico responsável vai avaliar o histórico da criança, os sintomas atuais e definir, junto com a família, se o uso da Cannabis faz sentido naquele momento.

Caso o tratamento seja indicado, o profissional também vai orientar sobre o processo de importação ou compra em farmácias autorizadas, além de acompanhar a adaptação da criança. 

O uso de CBD não tem efeito imediato, nem é igual para todos. Exige paciência, constância e ajustes.

No autismo regressivo, qualquer ganho de funcionalidade pode ter um impacto enorme no dia a dia da criança. E é justamente por isso que o uso da Cannabis deve ser feito com responsabilidade, planejamento e orientação especializada.

Conclusão

Autismo regressivo é um desafio que muda a dinâmica familiar e exige novas formas de cuidado. 

E, embora ainda não exista uma solução única, a Cannabis medicinal tem mostrado potencial para aliviar parte dos sintomas mais limitantes.

Com uso responsável, acompanhamento adequado e objetivos claros, o tratamento com CBD pode ajudar a reorganizar funções afetadas, melhorar o bem-estar e ampliar as possibilidades de desenvolvimento.

Se quiser entender melhor como isso funciona na prática, agende uma consulta no portal Cannabis & Saúde. Lá você encontra médicos experientes em autismo regressivo e pode tirar suas dúvidas sobre o uso da Cannabis no TEA.

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