O interesse científico e médico em torno do Canabidiol (CBD) cresceu de forma impressionante nos últimos anos.
Diversos estudos vêm demonstrando que ele atua de maneira significativa em processos relacionados à dor, ansiedade, inflamação e até distúrbios neurológicos.
Isso fez com que o CBD passasse a ocupar espaço tanto em pesquisas clínicas quanto nas prateleiras de farmácias que comercializam medicamentos sob prescrição médica.
Sob essa perspectiva, abordamos abaixo tudo o que você precisa saber sobre o Canabidiol e por que seu potencial terapêutico desperta tanto interesse da comunidade médica. Prossiga lendo e descubra:
- O que é o Canabidiol?
- Como o Canabidiol age no corpo?
- Para que serve o Canabidiol?
- Quais doenças podem ser tratadas com o Canabidiol?
- Como usar o Canabidiol?
- Segurança, efeitos colaterais e contraindicações do Canabidiol
- Como iniciar um tratamento com Canabidiol no Brasil?
O que é o Canabidiol?

O Canabidiol (CBD) é um dos principais compostos bioativos da Cannabis.
Ele pertence à classe dos canabinoides, substâncias que interagem com um sistema biológico específico do corpo humano: o sistema endocanabinoide.
Essa interação é o que torna o CBD tão relevante do ponto de vista terapêutico.
Ele influencia processos fisiológicos essenciais, como sono, humor, apetite, dor e resposta imunológica.
Por isso, o Canabidiol vem sendo estudado e utilizado como base para diferentes formulações destinadas ao tratamento de condições como epilepsia, ansiedade, dores crônicas, inflamações e doenças neurodegenerativas.
Nos últimos anos, pesquisas clínicas vêm reforçando seu perfil de segurança e eficácia, o que tem impulsionado a regulamentação e o uso medicinal da substância em vários países, inclusive no Brasil.
Como o Canabidiol age no corpo?

A ação do CBD está diretamente ligada à sua capacidade de interagir com receptores dentro e fora do sistema endocanabinoide, que estão espalhados por todo o corpo.
Essa comunicação ajuda a equilibrar funções fisiológicas, modulando reações como inflamação, dor e estresse.
Outro canabinoide bastante conhecido é o THC, responsável pelos efeitos psicoativos da Cannabis.
Embora também tenha propriedades medicinais, o THC é utilizado em doses controladas, especialmente em pacientes com dor intensa, câncer ou em cuidados paliativos.
Nos medicamentos à base de CBD, a concentração de THC não ultrapassa 0,3%, limite que garante segurança e ausência de efeitos psicoativos perceptíveis.
Sistema endocanabinoide (CB1 e CB2)
O sistema endocanabinoide é uma rede de receptores e mensageiros químicos distribuídos por todo o corpo.
Ele foi identificado na década de 1990 e é considerado um dos grandes responsáveis por manter o equilíbrio interno do organismo, conhecido como homeostase.
Existem dois tipos principais de receptores: os CB1, encontrados em maior quantidade no cérebro e no sistema nervoso central, e os CB2, presentes principalmente nas células do sistema imunológico e nos tecidos periféricos.
O CBD interage de forma indireta com esses receptores, ajustando sua atividade sem ativá-los diretamente.
Essa regulação ajuda a reduzir inflamações, controlar a dor, equilibrar o humor e proteger neurônios contra danos oxidativos.
Receptores TRPV1 (dor e inflamação)
Além dos receptores clássicos CB1 e CB2, o Canabidiol também influencia outras estruturas importantes, como os receptores TRPV1, conhecidos por sua função na regulação da dor e da inflamação.
Os TRPV1 atuam como sensores que detectam estímulos físicos e químicos — como calor, pressão e substâncias inflamatórias.
O CBD ativa esses receptores de forma controlada, promovendo uma espécie de “dessensibilização” que reduz a intensidade da dor e a resposta inflamatória.
Essa ação explica por que muitos pacientes relatam alívio em condições dolorosas, como fibromialgia, artrite e enxaquecas.
A modulação dos TRPV1 também tem relação com a regulação da temperatura corporal e com o controle de crises convulsivas em alguns quadros neurológicos.
Receptores 5-HT1A (humor e ansiedade)
Entre os mecanismos de ação mais estudados do Canabidiol está sua interação com os receptores 5-HT1A, que fazem parte do sistema de serotonina — neurotransmissor diretamente ligado ao controle do humor.
De forma simplificada, esses receptores ajudam o cérebro a regular emoções e sensações de bem-estar.
O CBD atua como um modulador parcial desses receptores, favorecendo a liberação equilibrada de serotonina.
Essa ação está associada a uma redução nos níveis de ansiedade e a uma melhora no humor, algo que já vem sendo observado em estudos clínicos e experimentais.
Pesquisas apontam que essa interação também contribui para diminuir sintomas de pânico, estresse pós-traumático e depressão leve a moderada.
A vantagem é que o CBD realiza esse efeito sem interferir diretamente nos receptores de dopamina, o que reduz o risco de dependência química e de efeitos colaterais comuns em ansiolíticos tradicionais.
Em termos práticos, o efeito sobre os receptores 5-HT1A ajuda o organismo a “frear” respostas exageradas de estresse, o que explica a sensação de tranquilidade frequentemente relatada por pacientes em uso de Canabidiol.
PPARγ (inflamação e metabolismo)
Outro ponto de ação relevante do CBD ocorre nos receptores PPARγ (Peroxisome Proliferator-Activated Receptor Gamma), que têm função importante na regulação de processos metabólicos e até na proteção celular.
Esses receptores estão presentes em vários tecidos, especialmente no fígado, no tecido adiposo e no sistema nervoso central.
Quando ativados, ajudam a controlar a expressão de genes ligados à inflamação, à resistência à insulina e ao equilíbrio do metabolismo lipídico.
O Canabidiol tem afinidade natural por esses receptores, o que o torna um agente interessante para o controle de processos inflamatórios crônicos e para condições como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Além disso, há evidências de que a ativação dos PPARγ contribui para a proteção de neurônios contra o estresse oxidativo, abrindo espaço para pesquisas em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
Para que serve o Canabidiol?

Diferente do THC, o CBD não é psicoativo, o que significa que não altera a consciência nem provoca a sensação de euforia.
Seu uso médico se baseia em evidências que mostram benefícios reais em diferentes condições clínicas:
- Epilepsia: O CBD mostrou eficácia comprovada na redução de crises convulsivas em síndromes graves e resistentes a medicamentos, como Lennox-Gastaut e Dravet;
- Ansiedade e depressão: Pesquisas indicam que o CBD tem ação ansiolítica e antidepressiva. Essa propriedade ajuda a reduzir sintomas de ansiedade generalizada, fobia social e transtorno de estresse pós-traumático;
- Dores crônicas e inflamações: O Canabidiol também é utilizado no controle da dor e na redução de inflamações associadas a doenças reumatológicas, como fibromialgia, artrite e dores neuropáticas;
- Transtorno do Espectro Autista (TEA): O CBD vem sendo estudado como apoio terapêutico para sintomas como irritabilidade, distúrbios do sono e crises sensoriais;
- Outras condições: O interesse científico se estende a doenças neurodegenerativas (como Parkinson e Alzheimer), distúrbios do sono, esclerose múltipla e náuseas provocadas por quimioterapia.
Esses efeitos se devem à capacidade do Canabidiol de atuar em múltiplas vias bioquímicas, que conferem ao CBD a capacidade de ser:
Analgésico e anti-inflamatório
Entre os efeitos mais conhecidos do Canabidiol está a capacidade de aliviar dor e reduzir inflamações.
Isso acontece porque o CBD interfere diretamente em mensageiros químicos que participam do processo inflamatório, como citocinas e prostaglandinas.
O mecanismo envolve também a ativação dos receptores TRPV1, responsáveis por regular o limiar de dor e a percepção de temperatura.
Além da ação periférica, há um efeito central: o CBD influencia regiões do cérebro ligadas à percepção da dor, reduzindo o desconforto sem causar sedação.
Ansiolítico e estabilizador de humor
O efeito ansiolítico do Canabidiol é uma área que muitos pesquisadores brasileiros já exploraram.
Na USP, por exemplo, o professor José Alexandre Crippa conduziu um estudo sobre o uso do composto para tratar condições como os transtornos de ansiedade.
Já em 2012 pesquisadores brasileiros publicaram o artigo Canabidiol, um componente da Cannabis sativa, como um ansiolítico na Revista Brasileira de Psiquiatria, revisando a literatura científica a respeito.
Eles concluíram que o Canabidiol possui um perfil de segurança adequado, boa tolerabilidade e apresentou resultados positivos em testes com seres humanos que sofrem de ansiedade.
Diferente dos ansiolíticos convencionais, ele não deprime o sistema nervoso nem interfere na cognição, o que permite manter o raciocínio e a concentração.
Essa estabilidade emocional é o que leva muitos pacientes com transtornos de ansiedade generalizada, fobia social ou estresse pós-traumático a responder bem ao tratamento.
Além disso, há um efeito indireto sobre o sono e o bem-estar geral: ao reduzir a ativação exagerada do sistema nervoso, o CBD ajuda o organismo a sair do estado constante de alerta que acompanha quadros de ansiedade crônica.
Neuroprotetor
O cérebro é um dos órgãos que mais se beneficiam da ação do Canabidiol.
Estudos mostram que o CBD tem efeito neuroprotetor, ajudando a proteger neurônios contra danos causados por inflamação, estresse oxidativo e degeneração celular.
Grande parte dessa proteção vem da interação do CBD com os receptores CB2 e PPARγ, que reduzem a produção de substâncias inflamatórias e melhoram a função mitocondrial das células nervosas.
Esse mecanismo ajuda a manter a integridade dos neurônios e a retardar processos degenerativos ligados a doenças como Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla.
O Canabidiol também influencia a liberação de glutamato, um neurotransmissor que, em excesso, está relacionado à morte neuronal.
Ao equilibrar esse processo, ele contribui para uma atividade cerebral mais estável e saudável.
Esse conjunto de efeitos explica por que o CBD vem sendo estudado não só como tratamento, mas também como potencial agente preventivo em distúrbios neurológicos progressivos.
Regulação do sono
O sono é um dos primeiros processos afetados pelo desequilíbrio do sistema endocanabinoide — e é também um dos que mais se ajustam com o uso de Canabidiol.
A substância age em diferentes frentes: reduz a ansiedade que atrapalha o adormecer, diminui a ativação cerebral noturna e melhora a qualidade do sono profundo, etapa essencial para a recuperação do corpo e da mente.
Essa regulação envolve uma combinação de efeitos: leve sedação, relaxamento muscular e equilíbrio na produção de neurotransmissores como GABA e serotonina.
Diferente de medicamentos para insônia, o CBD não altera o ciclo natural do sono nem causa dependência.
Quais doenças podem ser tratadas com o Canabidiol?

O Canabidiol (CBD) entrou de vez na medicina contemporânea como uma molécula promissora para o tratamento de diversas condições clínicas.
O que chama atenção é a amplitude de sua ação — ele influencia múltiplos sistemas biológicos, sempre com o mesmo princípio: restaurar o equilíbrio interno do corpo, conhecido como homeostase.
A partir dessa base, o CBD tem se mostrado eficaz em distúrbios neurológicos, psiquiátricos, inflamatórios e até dermatológicos, além de ser investigado em doenças metabólicas e cardiovasculares.
Doenças neurológicas
O sistema nervoso é um dos principais alvos terapêuticos do Canabidiol.
Ele atua reduzindo a excitabilidade neuronal, controlando inflamações e protegendo neurônios contra o estresse oxidativo —processo envolvido em várias doenças degenerativas.
Grande parte desses efeitos vem da interação do CBD com os receptores CB1, CB2 e PPARγ, que ajudam a regular neurotransmissores e a atividade elétrica cerebral.
Assim, seu uso pode ser útil em contextos como:
- Epilepsia: O CBD age diminuindo a hiperatividade elétrica dos neurônios e melhorando a estabilidade das sinapses. No Brasil, alguns medicamentos à base de Canabidiol já são disponibilizados pelo SUS para casos refratários;
- Alzheimer: Estudos indicam que o Canabidiol ajuda a diminuir a inflamação cerebral e a formação de placas de beta-amiloide, associadas à progressão da doença. Além disso, seu efeito antioxidante protege as células nervosas contra degeneração precoce;
- Parkinson: O CBD tem mostrado resultados promissores na redução de tremores, rigidez muscular e distúrbios do sono associados à doença. Ele melhora a comunicação entre as regiões cerebrais afetadas pela perda de dopamina e reduz a neuroinflamação;
- Esclerose múltipla: Seu efeito imunomodulador ajuda a limitar os ataques autoimunes que danificam a mielina, estrutura que reveste os neurônios.
Doenças psiquiátricas
O Canabidiol influencia a liberação de serotonina e dopamina, atua nos receptores 5-HT1A e modula a atividade da amígdala, região responsável por respostas de medo e ansiedade.
Por isso, há aplicações do Canabidiol em condições como:
- Ansiedade: O CBD reduz a hiperatividade da amígdala e do córtex pré-frontal, áreas ligadas à resposta de estresse. Isso resulta em uma sensação real de calma, sem os efeitos sedativos de ansiolíticos convencionais;
- Depressão: Sua ação sobre o sistema serotoninérgico favorece a melhora do humor e da motivação, estimulando o equilíbrio entre os neurotransmissores que regulam prazer e bem-estar;
- TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático): O Canabidiol ajuda a reduzir pesadelos, flashbacks e hipervigilância. Ele interfere na consolidação de memórias traumáticas e diminui a resposta do organismo a gatilhos emocionais;
- Esquizofrenia: O CBD tem sido estudado como adjuvante a antipsicóticos convencionais, por agir nos receptores de dopamina e glutamato de forma moduladora, sem causar efeitos colaterais como rigidez ou sonolência excessiva.
Condições inflamatórias e autoimunes
O Canabidiol exerce um efeito imunorregulador, reduzindo a produção de citocinas inflamatórias e equilibrando a resposta do sistema imunológico.
Ele interage com os receptores CB2 e PPARγ, que controlam a liberação de substâncias pró-inflamatórias e o metabolismo celular, podendo influenciar condições como:
- Artrite reumatoide: O CBD ajuda a aliviar a dor articular, a rigidez e o inchaço, ao mesmo tempo em que reduz a inflamação local e a degradação das articulações;
- Doença de Crohn e colite ulcerosa: Em doenças intestinais inflamatórias, o Canabidiol contribui para a redução de dores abdominais e diarreia, além de melhorar a permeabilidade da mucosa intestinal, evitando crises frequentes;
- Psoríase: O CBD regula a produção de queratinócitos e reduz a inflamação cutânea, controlando a vermelhidão e o espessamento da pele. Ele também alivia a coceira e a sensibilidade;
- Fibromialgia: O uso de Canabidiol tem mostrado bons resultados na redução da dor generalizada e na melhora do sono. Sua ação no sistema nervoso central ajuda a diminuir a hipersensibilidade dos receptores de dor;
Distúrbios dermatológicos

Na pele, o Canabidiol atua diretamente nos receptores endocanabinoides presentes nas glândulas sebáceas e nas células de defesa.
Ele regula a produção de sebo, reduz a inflamação e ajuda na recuperação da barreira cutânea, sendo promissor nas seguintes doenças de pele:
- Acne: O CBD controla a secreção sebácea e reduz a inflamação das glândulas, diminuindo a formação de espinhas e a vermelhidão sem ressecar a pele;
- Dermatite atópica: Seu efeito anti-inflamatório e antipruriginoso ajuda a aliviar coceiras e irritações, restaurando o equilíbrio natural da pele e reduzindo a frequência das crises;
- Psoríase: Além de modular a resposta inflamatória, o CBD interfere na multiplicação acelerada das células da pele, diminuindo a descamação e o desconforto nas áreas afetadas.
Outras condições em estudo
Pesquisas mais recentes ampliaram o campo de investigação do Canabidiol para doenças metabólicas e cardiovasculares.
Os resultados iniciais são promissores e apontam para efeitos reguladores em funções essenciais do organismo que previnem condições como:
- Hipertensão: O CBD tem efeito vasodilatador leve, reduz o estresse oxidativo e melhora a função endotelial, ajudando a controlar a pressão arterial em situações de estresse;
- Diabetes: A ação sobre os receptores PPARγ contribui para a sensibilidade à insulina e o controle do metabolismo da glicose, o que pode ajudar a reduzir complicações associadas à doença;
- Obesidade: O Canabidiol influencia o metabolismo energético e a diferenciação das células de gordura, podendo auxiliar na regulação do apetite e na redução de inflamações associadas ao excesso de peso.
Como usar o Canabidiol?

O Canabidiol pode ser ministrado de diferentes maneiras, sendo que a mais comumente adotada é a partir do óleo.
Além do óleo para administração sublingual, existem diversos produtos para uso externo, que são aplicados diretamente sobre a pele.
Eles são comercializados em forma de cremes, pomadas, cápsulas ou na forma de óleo e ajudam a tratar condições de pele, como psoríase, dermatite atópica e até acne.
As pomadas com Canabidiol também têm um poderoso efeito analgésico, como comprova Giovanna Luz, paciente com fibromialgia que compartilhou seu relato com o portal Cannabis & Saúde.
Além do óleo e do uso tópico (pomadas), o Canabidiol também pode ser usado como tinturas, vaporizadores e supositórios.
Óleo
O óleo à base de Canabidiol (CBD) é uma das formas mais conhecidas de uso medicinal da Cannabis.
Ele é extraído das flores da planta e concentrado em um líquido rico em compostos terapêuticos.
O produto costuma ser comercializado em frascos pequenos, com conta-gotas, para uso sublingual — método que garante uma absorção rápida pelo organismo.
Além disso, o óleo serve de base para cápsulas, pomadas e até cosméticos, mas o formato líquido continua sendo o mais popular entre pacientes e médicos.
A composição química define o tipo de óleo:
- CBD isolado: contém exclusivamente o Canabidiol, sem outros compostos da planta. É a opção ideal para quem busca um produto livre de THC;
- CBD de espectro completo (full spectrum): reúne todos os canabinoides, terpenos e flavonoides da Cannabis, incluindo pequenas quantidades de THC. Essa combinação é conhecida pelo “efeito entourage”, em que as substâncias atuam em sinergia;
- CBD de espectro amplo (broad spectrum): mantém a diversidade de compostos do espectro completo, mas com o THC removido. É uma alternativa equilibrada entre pureza e complexidade química.
Cápsulas e comprimidos
As cápsulas de CBD são pensadas para quem busca praticidade e precisão na dosagem.
Elas têm o mesmo composto ativo presente nos óleos, mas em formato sólido, garantindo que cada unidade ofereça uma quantidade exata de Canabidiol.
Esse tipo de produto é muito usado em tratamentos contínuos, onde a regularidade da dose faz diferença.
Além disso, as cápsulas são discretas e fáceis de transportar, o que favorece o uso durante o dia.
Em geral, são formuladas com óleo de coco ou outro veículo lipídico que melhora a absorção intestinal.
O efeito tende a ser mais lento em comparação ao óleo sublingual, mas também mais duradouro, ideal para quem precisa de alívio prolongado.
Cremes e produtos tópicos
Os cremes, pomadas e loções com CBD ganharam espaço no tratamento de dores localizadas, inflamações e doenças de pele.
Nessa forma de uso, o Canabidiol age diretamente sobre os receptores endocanabinoides da pele, sem entrar na corrente sanguínea.
Esses produtos são aplicados sobre áreas específicas — como articulações, músculos ou regiões inflamadas — e ajudam a aliviar desconfortos sem causar efeitos sistêmicos.
Dermatologistas também recorrem ao CBD tópico para tratar condições como eczema, acne e psoríase, já que o composto tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Além do uso médico, o CBD chegou ao setor cosmético: há hidratantes, séruns e bálsamos que exploram o potencial do Canabidiol para acalmar, regenerar e equilibrar a pele.
Vaporizadores e sprays orais
Os vaporizadores e sprays orais oferecem uma absorção quase imediata do CBD.
No caso dos vaporizadores, o composto é inalado na forma de vapor — sem combustão — e entra rapidamente na corrente sanguínea pelos pulmões.
Essa via é interessante para quem busca alívio rápido de sintomas como ansiedade, dor intensa ou crises de pânico.
Os sprays orais funcionam de forma semelhante ao óleo sublingual, mas com um mecanismo de aplicação mais prático.
São pulverizados diretamente na boca, o que facilita o uso em doses pequenas e de forma discreta.
Ambos os formatos exigem atenção à origem e à pureza do produto, já que a inalação de substâncias inadequadas pode causar irritações respiratórias.
Segurança, efeitos colaterais e contraindicações do Canabidiol

O CBD é considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com perfil de tolerância favorável.
No entanto, como qualquer substância ativa, ele exige prescrição e acompanhamento médico.
Os efeitos adversos mais relatados são leves e geralmente temporários, como sonolência, boca seca, alteração de apetite e pequenas variações na pressão arterial.
O Canabidiol também pode interagir com outros medicamentos metabolizados pelo fígado, o que reforça a importância de informar ao médico todos os remédios em uso.
Além disso, cada organismo reage de forma diferente, por isso o ajuste de dose costuma ser gradual até alcançar o equilíbrio ideal entre eficácia e conforto.
Possíveis efeitos colaterais
Há estudos que comprovam que a Cannabis é utilizada como uma planta medicinal há milênios – e o Canabidiol é um dos grandes responsáveis por isso.
O que se observa em estudos clínicos é que, na maioria dos casos, o Canabidiol tem uma boa eficácia sem o ônus das reações adversas e da adicção.
Seus efeitos colaterais são leves e tolerados, e incluem sonolência, náusea, diarreia, e em alguns casos aumento de enzimas do fígado.
O Canabidiol engorda?
Entre os processos relacionados ao Sistema Endocanabinoide, está a regulação do apetite.
Ao contrário do que diz o senso comum, os fitocanabinoides, utilizados na proporção certa, podem ajudar a reduzir o apetite.
O Canabidiol também demonstrou transformar o tipo de gordura associada à obesidade e diabetes, em gorduras benéficas para o corpo.
Além de, efetivamente, atuar na queima de calorias, acelerando o metabolismo e intensificando o processo de produção de calor pelo corpo.
Ao invés de engordar, na verdade o Canabidiol proporciona uma facilidade para o emagrecimento.
Pode causar dependência?
Embora a Cannabis seja muito atribuída à dependência química devido ao preconceito com a planta, o Canabidiol não compartilha desse risco.
Pelo contrário, o Canabidiol pode ter um papel importante em pacientes que buscam se livrar de algum tipo de dependência química.
Veja o que diz o estudo Early Phase in the Development of Cannabidiol as a Treatment for Addiction: Opioid Relapse Takes Initial Center Stage, publicado em 2012 por cientistas dos Estados Unidos, Suécia e Canadá:
“O Canabidiol (CBD) parece ter potencial limitado de abuso, e pode inibir o comportamento de busca por drogas.”
Quem não deve usar CBD?
As contraindicações absolutas ao Canabidiol são geralmente nos casos de alergias à substância ou a qualquer ingrediente usado na fórmula do produto.
Aos primeiros sinais na pele de irritação ou reação anafilática, o paciente deve parar de usar o Canabidiol e alertar seu médico.
Você pode saber mais sobre esse assunto lendo o artigo “É possível ter alergia à Cannabis?” em nosso portal.
Além disso, o Canabidiol normalmente não é indicado para crianças menores de 2 anos, mulheres grávidas e lactantes.
Como iniciar um tratamento com Canabidiol no Brasil?
Começar um tratamento com Canabidiol no Brasil exige acompanhamento médico e atenção às normas da Anvisa.
Pela regulamentação vigente (RDC 660), apenas profissionais de saúde habilitados podem prescrever medicamentos à base de Cannabis.
Com essa prescrição, o paciente tem liberdade para adquirir o produto em drogarias autorizadas, laboratórios especializados ou até realizar a importação diretamente.
Embora o número de médicos prescritores venha crescendo, ainda é pequeno diante da demanda.
Para facilitar o acesso, nosso portal reúne uma lista de médicos familiarizados em prescrição de CBD.
É possível agendar uma consulta presencial ou online e receber orientação completa sobre o tratamento ideal.
O acesso ao Canabidiol pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também é viável, embora o processo seja mais burocrático.
O primeiro passo é a consulta com um médico. Ele deve emitir uma receita e um laudo justificando a necessidade do uso do medicamento.
Com esses documentos, o paciente solicita o fornecimento junto à Secretaria de Saúde.
Caso o pedido seja negado, há a alternativa de recorrer judicialmente, com o apoio de um advogado especializado em ações de acesso ao Canabidiol.
Quem possui plano de saúde também tem respaldo legal. As operadoras são obrigadas a cobrir tratamentos prescritos, desde que a condição esteja prevista no contrato.
O processo é semelhante: apresentar a receita, o relatório médico e, se houver negativa, buscar suporte jurídico.
O tratamento com Canabidiol é seguro?
É importante deixar claro que o Canabidiol (CBD) não produz os efeitos psicoativos típicos da Cannabis rica em THC.
Uma extensa revisão dos estudos de toxicidade e efeitos adversos do Canabidiol sugere que este canabinoide é bem tolerado, seguro, sem efeitos colaterais significativos, mesmo com uso crônico.
Qualquer medicamento que venha a ser aprovado para importação ou comercialização deve passar por vários tipos de testes para que sua segurança no uso humano seja atestada.
Não é comum que os pacientes que utilizam o Canabidiol experimentem reações adversas.
Esse é um dos principais pontos positivos de seus produtos derivados.
De toda forma, quando eles surgem, costumam ser leves, incluindo:
- Queda de pressão;
- Sonolência;
- Tontura;
- Secura na boca;
- Diarreia.
Quem pode prescrever Canabidiol no Brasil?
A prescrição do Canabidiol pode ser feita por qualquer médico e por dentista com registro ativo.
Entretanto, como falamos, menos de 0,4% dos médicos e dentistas brasileiros tem experiência com a terapia canabinoide, o que faz com que nem sempre seja fácil encontrar um profissional que oriente esse tipo de tratamento.
Por isso, o Portal Cannabis & Saúde criou uma plataforma de conexão entre médicos e pacientes, onde você pode encontrar médicos confiáveis de diversas especialidades que realizam esse tipo de prescrição.
Como obter autorização da Anvisa
Para quem deseja importar medicamentos à base de Cannabis medicinal, a autorização da Anvisa é um passo obrigatório.
O processo segue as regras da RDC nº 660/2022, que regulamenta o uso e a importação desses produtos no Brasil.
Como já mencionado, tudo começa com a prescrição médica emitida por um profissional habilitado.
Esse documento precisa detalhar o produto indicado, a concentração do Canabidiol, a dosagem recomendada e o tempo de uso.
Com a receita em mãos, o paciente deve acessar o portal da Anvisa e preencher o formulário de solicitação de importação de produtos derivados de Cannabis.
O cadastro exige informações pessoais, dados do médico prescritor, cópia da receita e detalhes do produto que será adquirido.
Também é necessário anexar um laudo médico que comprove a necessidade do tratamento e demonstre que outros medicamentos convencionais não tiveram efeito satisfatório.
Depois de enviar tudo, o pedido entra em análise pela Anvisa. Em geral, o retorno é dado em até dez dias úteis, mas o prazo pode variar conforme a demanda.
Uma vez aprovada, a autorização tem validade de dois anos, e o paciente pode utilizá-la para realizar novas importações dentro desse período, desde que mantenha a prescrição atualizada.
Esse processo é gratuito e totalmente online, o que facilita o acesso para pacientes de todo o país.
Conclusão
O Canabidiol se tornou um dos principais protagonistas da medicina contemporânea.
Extraído das plantas do gênero Cannabis, esse composto químico vem conquistando espaço por sua ação terapêutica comprovada em diversas condições de saúde.
Se você se interessa pelo tema, continue acompanhando o portal Cannabis & Saúde.
Aqui, você encontra notícias atualizadas, explicações médicas e histórias reais de pacientes que transformaram sua qualidade de vida com o uso da Cannabis medicinal.