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Estudo aponta segurança do CBD e CBDA em cavalos

Estudo aponta segurança do CBD e CBDA em cavalos

Com apoio da Federação Equestre Internacional, pesquisadores avaliaram a segurança e o metabolismo do canabidiol (CBD) e do ácido canabidiólico (CBDA) em cavalos

Publicado em

9 de outubro de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

O uso de medicamentos à base de Cannabis em cavalos ganhou visibilidade recentemente com o caso de Hope, em Florianópolis. O animal foi encontrado abandonado, com a perna em carne viva, e diagnosticado com sarcoide equino, um tipo agressivo de câncer de pele. Com orientação veterinária, Hope passou a receber gotas de um óleo rico em canabinoides e a reação foi surpreendente: a ferida começou a cicatrizar e o tumor a regredir.

Histórias como essa têm despertado o interesse de veterinários e tratadores em entender como o canabidiol (CBD) age em cavalos e qual é o seu nível de segurança. Nesse sentido, um estudo publicado no Journal of Veterinary Pharmacology and Therapeutics revelou dados sobre efeitos, absorção, metabolismo e segurança do CBD e do ácido canabidiólico (CBDA) em equinos.

Os resultados mostraram que o uso controlado de desses compostos é seguro, e que o CBDA pode ser ainda mais promissor do que o CBD.

A biodisponibilidade dos canabinoides

O CBD é um dos compostos mais estudados da Cannabis, amplamente utilizado para reduzir ansiedade, inflamações e dores crônicas em humanos e animais. Já o CBDA é sua forma ácida, naturalmente encontrada na planta antes de passar por aquecimento.

Nos seres humanos, tanto o CBD quanto o CBDA, quando ingeridos, sofrem com o chamado “metabolismo de primeira passagem”, processo em que o fígado destrói parte da substância antes dela chegar ao sangue. Estima-se que apenas cerca de 6% dos canabinoides chegam à corrente sanguínea após passar pelo fígado.

Analisando o metabolismo dos canabinoides em equinos

A pesquisa Differences in Plasma Exposure of Cannabidiol and Cannabidiolic Acid Following Oral Administration to Horses foi conduzida com cavalos que receberam, em momentos diferentes, doses orais de 3 mg/kg de canabidiol, ácido canabidiólico e placebo, com intervalos de uma semana. Durante sete dias, os cientistas coletaram sangue e urina para medir as concentrações dos compostos e avaliar alterações fisiológicas.

Principais resultados:

  • O CBDA foi absorvido mais rapidamente, atingindo picos de concentração entre 0,7 e 1 horas após a administração.
  • O CBD levou de 1,5 a 4 horas para atingir o pico e apresentou níveis muito menores.
  • Nenhum dos compostos causou alterações nos exames de sangue ou sinais de toxicidade.

De acordo com o estudo, menos de 15% do canabidiol administrado por via oral atinge a corrente sanguínea dos cavalos.

Por outro lado, o CBDA apresentou até 67 vezes mais concentração plasmática que o CBD, mesmo em doses equivalentes, o que indica melhor absorção e menor degradação.

Ambos foram bem tolerados, reforçando que o uso desses canabinoides em equinos é seguro, desde que sob acompanhamento veterinário.

Implicações para a saúde e esporte equestre

Esses resultados são importantes para garantir tratamentos eficazes e evitar riscos. Além disso, a pesquisa ajuda a esclarecer dúvidas sobre testes antidoping em competições equestres, já que a Federação Equestre Internacional financiou parte do estudo.

O destaque, porém, ficou com o CBDA. Graças à alta absorção e eficiência, ele pode atingir níveis terapêuticos com facilidade, tornando-se um candidato promissor para o tratamento de dores, inflamações e outros distúrbios em cavalos.

Estudos anteriores já haviam apontado potencial analgésico e antiemético (contra náuseas) do CBDA. No entanto, sua instabilidade química ainda limita o uso. Por isso, os cientistas sugerem que o CBDA-metil éster, uma versão mais estável da molécula, como possível caminho para terapias veterinárias futuras.

Mesmo com os resultados promissores, os pesquisadores reforçam que é essencial seguir critérios clínicos e éticos rigorosos antes de recomendar o uso desses produtos.

No Brasil, uso veterinário já tem regulamentação da Anvisa

Dia do Veterinário e os avanços da Cannabis para uso animal

Desde 2024, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza o uso de medicamentos à base de Cannabis por veterinários. A medida abriu espaço para que esse tipo de tratamento chegue a mais animais e impulsionou novas pesquisas na área.

Estudos recentes já haviam apontado que o canabidiol pode reduzir dores e inflamações em cavalos com artrose, além de melhorar o bem-estar de animais com comportamentos estereotipados.

Casos como o de Hope mostram que, com acompanhamento profissional e base científica, o CBD pode representar uma alternativa segura e eficaz para o cuidado e a recuperação dos equinos.

Uso medicinal da Cannabis exige orientação

Com o avanço das pesquisas e da regulamentação do uso veterinário, a Cannabis se consolida como uma alternativa terapêutica promissora, unindo ciência, segurança e compaixão com o bem-estar animal. Importante: nunca dê produtos com canabinoides a animais sem orientação profissional.

A Anvisa também autoriza o uso de medicamentos à base de derivados da Cannabis em humanos e a exigência é a mesma: orientação médica. Portanto, se você, humano, quiser experimentar os benefícios desse tipo de tratamento, acesse já a nossa plataforma de agendamento. Lá, você pode marcar uma consulta com especialistas experientes nesse tipo de terapia. Conte com a nossa equipe para iniciar de forma responsável e segura.

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