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Pesquisa revela que canabidiol amplia ação da levodopa no tratamento do Parkinson

Pesquisa revela que canabidiol amplia ação da levodopa no tratamento do Parkinson

Canabidiol (CBD) e levodopa juntos mostraram resultados promissores no controle dos sintomas motores e não motores do Parkinson, segundo estudo clínico

Publicado em

13 de outubro de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Um estudo clínico, publicado no Italian Journal of Food Science, mostrou que a combinação entre canabidiol (CBD) e levodopa pode indicar um avanço relevante no tratamento da doença de Parkinson, oferecendo benefícios tanto para os sintomas motores quanto para os não motores.

Os resultados foram promissores: os pacientes que receberam CBD junto com o medicamento apresentaram melhoras mais expressivas nos movimentos, no sono e no humor, além de relatos mais constantes de bem-estar.

Canabidiol e levodopa: uma dupla promissora contra o Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso central, provocando sintomas como tremores, rigidez muscular, lentidão e dificuldade de equilíbrio. O tratamento mais utilizado é com levodopa, uma substância que o cérebro converte em dopamina, o neurotransmissor responsável pelo controle dos movimentos.

Embora a levodopa seja altamente eficaz nas fases iniciais, o uso prolongado pode causar efeitos colaterais, como movimentos involuntários (discinesias) e oscilações motoras. Além disso, a absorção do medicamento é prejudicada por alimentos ricos em proteína, já que os aminoácidos competem com a levodopa para entrar no cérebro.

Os benefícios da inclusão do canabidiol

No estudo, 96 pessoas diagnosticadas com Parkinson foram divididas em dois grupos:

  • Um grupo recebeu apenas levodopa (Sinemet)
  • O outro recebeu levodopa associada ao canabidiol (300 mg por dia)

Parte dos pacientes também seguiu uma dieta com controle de proteína, consumindo alimentos proteicos apenas à noite para não interferir na absorção da levodopa.

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Após oito semanas, o grupo que utilizou canabidiol com levodopa apresentou uma melhora média de 51 pontos na escala UPDRS, enquanto o grupo que usou apenas levodopa teve melhora de 36 pontos.

Os principais benefícios observados foram:

  • Redução dos tremores e da rigidez muscular
  • Melhora da coordenação e da lentidão dos movimentos
  • Diminuição da ansiedade e da depressão
  • Sono mais regular e maior disposição durante o dia

Além disso, os pacientes que controlaram o consumo de proteínas tiveram resultados ainda melhores, reforçando a importância de uma abordagem integrada entre medicação e alimentação.

Por que essa combinação funciona tão bem

O CBD vem ganhando destaque pelo seu potencial terapêutico em condições neurológicas. De acordo com o estudo, o mecanismo de ação do canabidiol no Parkinson ocorre em várias frentes.

  • Interage com receptores de serotonina (5-HT1A), que ajudam a equilibrar o humor e reduzir a ansiedade
  • Atua sobre o canal iônico TRPV-1, envolvido na regulação da dor e do estresse celular
  • Regula o sistema endocanabinoide, que modula processos como inflamação, dor, sono e humor

Essas ações combinadas resultam em efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e neuroprotetores, ajudando a proteger os neurônios dopaminérgicos, justamente aqueles que se degeneram no Parkinson. Segundo os autores, o canabidiol potencializa os efeitos da levodopa ao reduzir inflamações e o estresse oxidativo no cérebro, o que ajuda os neurônios a funcionar melhor.

Enquanto a levodopa repõe a dopamina, o canabidiol protege as células nervosas e equilibra o ambiente químico cerebral, ampliando o efeito terapêutico e reduzindo as flutuações motoras. Em resumo: a levodopa trata os sintomas, e o CBD ajuda a tratar as causas que agravam a doença, como o envelhecimento celular e a inflamação crônica.

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Segurança e efeitos colaterais: o que o estudo revelou

Durante o ensaio clínico, o CBD mostrou-se seguro e bem tolerado. Nenhum voluntário apresentou agravamento dos tremores, e os efeitos colaterais foram leves e temporários, como boca seca e leve desconforto gastrointestinal.

Com isso, os pesquisadores concluíram que o canabidiol pode ser um excelente coadjuvante ao tratamento com levodopa, especialmente em pacientes que já enfrentam limitações com o uso prolongado do medicamento.

“Como um dos primeiros ensaios clínicos randomizados a explorar a tríade canabidiol, levodopa e modulação proteica, os resultados fornecem uma base convincente para repensar estratégias adjuvantes no tratamento da doença de Parkinson.

Dado o perfil de segurança favorável do CBD e sua capacidade de tratar sintomas que não respondem às terapias convencionais, esta pesquisa corrobora sua consideração como parte de futuros protocolos de tratamento integrado.”

Nesse sentido, eles ainda recomendam novos estudos de longo prazo com maior número de participantes para compreender melhor os mecanismos neuroprotetores do CBD e sua capacidade de frear a progressão da doença.

Próximos passos e novas possibilidades de tratamento

Estudos anteriores já sugeriam os efeitos benéficos da inclusão de medicamentos à base de Cannabis no cuidado de pessoas com Parkinson. O caso mais famoso foi do deputado Eduardo Suplicy, que virou objeto de estudo de caso publicado em uma revista científica. Nele, os pesquisadores observaram que os canabinoides aliviaram sintomas motores e não motores.

Se você ou alguém próximo recebeu o diagnóstico de Parkinson e quer incluir produtos à base de Cannabis no tratamento, procure orientação médica. Para isso, acesse a nossa plataforma de agendamento e marque uma consulta presencial ou por telemedicina.

Então, conte com a nossa equipe de profissionais para iniciar um tratamento personalizado e seguro, respeitando a condição do paciente e a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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