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Cannabis contra fungos: o potencial do CBD e CBDV no combate à criptococose

Cannabis contra fungos: o potencial do CBD e CBDV no combate à criptococose

Estudo mostrou que canabinoides inibem o crescimento do Cyptococcus neoformans e trazem novas perspectivas para tratamentos antifúngicos

Publicado em

9 de junho de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Criptococose: como a ciência testa Cannabis no tratamento de infecções fúngicas

A criptococose é uma infecção fúngica grave causada pelo Cryptococcus neoformans, um fungo encontrado no solo e em matéria orgânica em decomposição, como fezes de pássaros. Quando inalado, esse microrganismo pode causar desde infecções nos pulmões até meningite, especialmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes com HIV/AIDS, transplantados ou em tratamento contra o câncer.

A doença é um problema global de saúde, com altas taxas de mortalidade quando não é tratada adequadamente. Os medicamentos usados hoje, como anfotericina B e fluconazol, têm limitações importantes, incluindo efeitos colaterais sérios e o risco de resistência do fungo.

Por isso, pesquisadores vêm buscando novas alternativas, e um estudo australiano sugere que o canabidiol (CBD) e a canabidivarina (CBDV) podem ser eficazes contra essa infecção.

Analisando o potencial antifúngico do CBD e do CBDV

O estudo Uncovering the antifungal potential of Cannabidiol and Cannabidivarin investigou os efeitos do CBD e do CBDV contra o fungo. Esse dois compostos naturais são extraídos da planta Cannabis e, diferente do ∆9-THC, não causam efeitos psicoativos.

O CBD já é aprovado para tratar epilepsia, dor crônica, ansiedade e inflamações. Já o CBDV, menos conhecido, está em testes para doenças neurológicas como a síndrome do X frágil e esclerose múltipla.

Ambos têm perfil de segurança comprovado, o que os torna candidatos promissores para novas aplicações médicas, incluindo o combate a infecções fúngicas como a criptococose.

Como o CBD e o CBDV agem contra a criptococose

Mãos com luvas manejam fungos em placas petri

Nos testes de laboratório, os principais resultados foram:

  • Mataram o fungo com eficácia, especialmente o CBD, que foi mais potente.
  • Reduziram a formação de biofilmes, estruturas que protegem o fungo contra medicamentos.
  • Enfraqueceram a cápsula protetora do fungo, deixando-o mais vulnerável ao sistema imunológico.

Além disso, o CBDV teve um efeito único: reduziu o tamanho das células do fungo e causou aglomerações, dificultando sua sobrevivência.

Como o fungo age — e como os canabinoides interferem

O Cryptococcus neoformans tem uma cápsula gelatinosa que o protege da ação do sistema imunológico humano. Ele entra no corpo principalmente pela inalação e, em muitos casos, se instala nos pulmões. Em pessoas com a saúde fragilizada, pode atingir o sistema nervoso central, causando meningite — uma inflamação nas membranas do cérebro que pode ser fatal.

Os canabinoides testados não apenas inibiram o crescimento do fungo, como também causaram mudanças importantes em sua estrutura. Através de análises proteômicas, os cientistas observaram que os canabinoides:

  • Danificam a membrana celular do fungo, comprometendo sua integridade.
  • Interferem no metabolismo energético, afetando as mitocôndrias.
  • Reduzem proteínas essenciais para a virulência do microrganismo.

Portanto, esses mecanismos explicam os bons resultados do CBD e do CBDV contra a criptococose nos testes laboratoriais.

Resultados em modelos vivos de criptococose

Para avaliar a eficácia fora do laboratório, os cientistas usaram larvas da traça-da-cera (Galleria mellonella), um modelo comum em testes de medicamentos.

As larvas infectadas com o fungo e tratadas com CBD apresentaram maior taxa de sobrevivência, sugerindo que o composto também pode ter efeito antifúngico em organismos vivos.

Potencial contra outras infecções fúngicas

Além da criptococose, os pesquisadores testaram os canabinoides contra fungos que causam micoses superficiais, como:

  • Pé de atleta
  • Micose de virilha

Os resultados foram promissores, indicando que o CBD e o CBDV podem ser úteis no tratamento de infecções fúngicas superficiais. Porém, fungos como Candida e Aspergillus não responderam ao tratamento, o que indica que a ação dos canabinoides é específica para certos tipos de fungos.

O potencial do CBD e do CBDV contra a criptococose

Os resultados deste estudo indicam que o CBD e o CBDV podem ser base para novos medicamentos antifúngicos, tanto para infecções internas quanto superficiais.

“A eficácia antifúngica in vitro e in vivo do CBD e do CBDV estabelecida neste estudo destaca o potencial dos fitocanabinoides para atender à necessidade urgente de tratamentos novos e eficazes para infecções fúngicas.

Em conjunto, a eficácia demonstrada do CBD e do CBDV como agentes antifúngicos amplos, aliada ao seu perfil de segurança estabelecido, os torna um recurso promissor como base para o desenvolvimento de futuras intervenções terapêuticas.”

A criptococose ainda é uma doença perigosa, mas estudos como esse trazem novas perspectivas para o tratamento de milhões de pessoas.

CBD eficaz contra superbactérias

Outros estudos com canabinoides contra microrganismos

Além dos usos já conhecidos na neurologia e no controle da dor, compostos da Cannabis mostram potencial contra vírus e bactérias. Estudos anteriores indicaram que o CBD e alguns terpenos:

Como iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis

Os estudos sobre o uso dos compostos da Cannabis como agente antifúngico ainda estão em andamento, porém os medicamentos à base de canabinoides são amplamente indicados para o tratamento de outras condições de saúde.

No entanto, para experimentar os benefícios destes compostos naturais, é necessário seguir as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que exige uma prescrição médica para adquirir os produtos.

Então, para iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis, busque a orientação de um profissional da saúde experiente nesse tipo de prescrição na nossa plataforma de agendamento. Lá, estão centenas de médicos de diversas especialidades, todos preparados para avaliar o seu caso e, se necessário, recomendar o melhor produto.

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