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CBD pode ajudar a prevenir Parkinson, aponta estudo

CBD pode ajudar a prevenir Parkinson, aponta estudo

Estudo brasileiro aponta que o uso preventivo de CBD pode ajudar a prevenir o Parkinson e proteger os neurônios dopaminérgicos

Publicado em

30 de junho de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o número de casos de doenças comuns na terceira idade, principalmente as neurodegenerativas. Como ainda não existe cura e os tratamentos disponíveis são limitados, pesquisadores buscam alternativas para prevenir ou retardar o avanço dessas doenças.

Um estudo brasileiro apontou que o canabidiol (CBD), um dos compostos da Cannabis, pode ser um aliado importante para prevenir o Parkinson — a segunda condição neurodegenerativa mais comum entre idosos. Em um modelo animal da doença, o uso precoce do canabinoide atrasou o início dos sintomas e reduziu danos cerebrais associados à condição.

Os resultados sugerem que o CBD tem potencial neuroprotetor e, se administrado antes do surgimento dos sintomas do Parkinson, pode influenciar positivamente na progressão da doença.

Entenda o Parkinson e os efeitos do CBD

A doença de Parkinson é uma condição neurológica que afeta principalmente pessoas com mais de 60 anos, embora também possa surgir em indivíduos mais jovens. Entre os principais sintomas da doença estão:

  • Tremores em repouso
  • Rigidez muscular
  • Lentidão nos movimentos
  • Dificuldades de equilíbrio
  • Alterações cognitivas e emocionais

Esses sintomas surgem devido à morte progressiva de neurônios que produzem dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos.

As propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e neuroprotetoras fazem do CBD um forte candidato para prevenir doenças neurodegenerativas, como o Parkinson. O composto atua no sistema endocanabinoide e também interage com receptores de serotonina, dopamina, PPARγ e outros envolvidos no funcionamento cerebral.

Tratamentos para doença de parkinson avancado

Estudo brasileiro avaliou o uso preventivo do CBD

O estudo Preventive beneficial effects of cannabidiol in a reserpine-induced progressive model of parkinsonism, publicado na Frontiers in Pharmacology, foi conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Neles, camundongos foram tratados com reserpina — uma substância que induz sintomas semelhantes ao Parkinson — para simular o avanço da doença.

Os animais foram divididos em dois grupos:

  • Tratamento concomitante: CBD administrado ao mesmo tempo que a reserpina
  • Tratamento preventivo: CBD administrado duas semanas antes da reserpina

Os efeitos do canabidiol foram analisados por meio de testes comportamentais e exames cerebrais. Os principais resultados foram:

Rigidez muscular (catalepsia)

  • O grupo que recebeu CBD preventivamente teve menor tempo de rigidez nas fases iniciais e intermediárias da doença.
  • O grupo tratado de forma concomitante também apresentou melhora, com atraso no início da rigidez, mas de forma menos expressiva.

Diminuição dos movimentos orais involuntários (vacuous chewing)

  • O tratamento preventivo com CBD impediu o aumento progressivo desses movimentos.
  • O tratamento concomitante, os sintomas não sumiram totalmente, mas houve uma redução parcial.

Preservação de neurônios dopaminérgicos

  • O CBD administrado de forma preventiva protegeu os neurônios que produzem e liberam dopamina na substância negra do cérebro — uma área-chave afetada pelo Parkinson.

Como o CBD atua para prevenir o Parkinson

Os pesquisadores acreditam que o CBD oferece proteção ao cérebro por meio de diferentes mecanismos:

  • Redução da inflamação no sistema nervoso central, com diminuição de enzimas inflamatórias e proteínas mal formadas, como a α-sinucleína
  • Combate ao estresse oxidativo, que acelera a morte de neurônios
  • Modulação da dopamina e serotonina, dois neurotransmissores importantes para o equilíbrio do sistema nervoso

Esses efeitos combinados ajudam a preservar os neurônios e retardar o surgimento dos sintomas motores da doença.

canabidiol serve para parkinson medico

CBD pode prevenir Parkinson em humanos?

Ainda não é possível afirmar com certeza que o CBD pode prevenir o Parkinson em humanos. Os resultados em modelos animais são promissores, mas a doença nos seres humanos é mais complexa e envolve fatores genéticos e ambientais diversos.

Apesar disso, os autores do estudo destacam que o uso do CBD apresenta baixo risco de efeitos colaterais e que os dados pré-clínicos justificam a realização de novos estudos com humanos.

“Os dados aqui apresentados demonstram que o CBD pode atenuar o desenvolvimento do parkinsonismo induzido por reserpina e proteger a perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra, com melhores resultados no protocolo preventivo.”

Efeitos do CBD em pessoas que já têm Parkinson

O estudo brasileiro oferece informações valiosas para profissionais da saúde, pacientes e familiares: o CBD tem potencial como neuroprotetor, especialmente quando usado antes do aparecimento dos sintomas.

Estudos anteriores já investigaram o uso do CBD em pacientes com Parkinson, porém a maioria deles focou em casos após o início dos sintomas. Ainda assim, os dados sugerem que o canabidiol pode ser um complemento ao tratamento, promovendo bem-estar e qualidade de vida.

Um estudo clínico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por exemplo, observou que um medicamento contendo CBD e THC na proporção 10:1 trouxe benefícios para pacientes com Parkinson. Todos os participantes relataram melhora, mas com diferenças entre os sexos: nos homens, os efeitos positivos surgiram após 30 dias de uso; nas mulheres, após 90 dias.

Outro estudo, conduzido por pesquisadores holandeses, indicou que o consumo de café também pode beneficiar pacientes com Parkinson. A cafeína — presente em bebidas como café, chás e refrigerantes — bloqueia receptores de adenosina, estimulando a atividade cerebral e promovendo a produção e a liberação de dopamina.

Como incluir medicamentos à base de Cannabis em tratamentos para Parkinson

Se você ou alguém próximo se interessou e quer experimentar os benefícios do uso de medicamentos à base de Cannabis, deve seguir as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e obter recomendação médica.

Acessando a nossa plataforma de agendamento, você pode marcar uma consulta com médicos experientes nesse tipo de prescrição. São centenas de especialistas prontos para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho.

Então, se quiser incluir medicamentos à base de Cannabis no tratamento para Parkinson, marque já sua consulta!

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