As feridas na perna esquerda de Adeilce de Souza Gama resistiram a quase tudo. Curativos medicinais, pomadas, 50 sessões de oxigenoterapia hiperbárica, além de medicamentos para dor e controle da circulação. Nenhum tratamento parecia capaz de conter o avanço da úlcera venosa periférica, agravada pela diabetes, hipertensão e neuropatia.
A rotina de cuidados era conduzida por Ana Paula, filha e enfermeira, que acompanhava de perto a lenta deterioração do quadro. “Foi desesperador ver a lesão só aumentando, mesmo com tantos remédios e procedimentos. Chegou um ponto em que nada mais funcionava”, recorda.
A descoberta que abriu novas possibilidades de tratamento

Adeilce de Souza Gama
O ponto de virada começou com uma observação dentro da própria família. O genro de Adeilce fazia uso de Cannabis medicinal para o tratamento de Parkinson, e os resultados chamaram a atenção. A partir dessa experiência, Ana Paula decidiu buscar orientação com a Dra. Vanessa Matalobos, que conduziu uma consulta on-line e apresentou uma proposta de tratamento até então desconhecida por elas: canabinoides por via oral e em uso tópico.
“Nunca tínhamos ouvido falar em Cannabis para feridas — nem mesmo o médico vascular da minha mãe conhecia esse tipo de tratamento”, lembra Ana Paula. “Mas estávamos dispostas a tentar.”
Evolução clínica impressionante e consistente com o tratamento à base de Cannabis
Os primeiros sinais de melhora apareceram rápido. Com o uso oral, as dores cessaram, e Adeilce deixou de precisar da pregabalina e do clonazepam, antes tomados mais de uma vez ao dia. O controle da pressão arterial também melhorou, um resultado que surpreendeu até os médicos da família.
Já a aplicação tópica trouxe um outro tipo de resposta. O tecido, antes necrosado, começou a se regenerar. “A cada troca de curativo, era possível ver a diferença. O tecido novo nascia saudável, vascularizado. Foi a primeira vez em muito tempo que vi uma evolução tão nítida”, descreve Ana Paula.
Com o avanço da cicatrização, surgiu um desafio técnico: o tecido em formação aderia à gaze, e parte dele se perdia nas trocas, mesmo com todo o cuidado. “Conversei com a Dra. Vanessa e mudamos o tipo de gaze para proteger o que já estava cicatrizando.” A equipe decidiu ainda associar uma sessão de laserterapia, potencializando o resultado do tratamento tópico.
Meses depois, a ferida fechou completamente. Hoje, Adeilce usa apenas o óleo oral — sete gotas sublinguais de CBD e THC duas vezes ao dia, após o café da manhã e à noite. Está sem dor, dorme bem e mantém diabetes e hipertensão controladas.
“Com o uso diário do Cannabis via oral e tópico, vimos a evolução da cicatrização: o tecido necrosado sendo eliminado dia após dia, dando lugar a um tecido vascularizado. Nossa, foi lindo, um alívio, uma alegria! Evolução linda!”
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Desafios superados e resultados que impressionam
A recuperação, no entanto, não ocorreu sem resistência. “O endocrinologista solicitou a suspensão do uso oral e disse que não havia comprovação científica. Obedecemos por um mês, e as dores retornaram. Foi o próprio corpo dela que mostrou a resposta”, conta Ana Paula, que decidiu retomar o tratamento.
Enquanto isso, outros profissionais se mostraram abertos. O médico vascular ficou impressionado com a cicatrização, e a geriatra, ao ver as fotos da evolução registradas por Ana Paula, também passou a prescrever Cannabis. “Ela ficou tão encantada com os resultados que, hoje, também prescreve para seus pacientes”, diz a enfermeira.
Para a Dra. Vanessa Matalobos, médica que acompanha de perto o caso de Adeilce, a evolução foi muito gratificante. Receber uma foto da paciente passeando com a filha — depois de dois anos sem sair de casa — foi, nas suas palavras, “recompensador demais”.
O caso de Adeilce evidencia como a Cannabis medicinal pode abrir novas possibilidades em quadros de dor crônica e cicatrização difícil, promovendo melhora clínica e, sobretudo, qualidade de vida. “Não sente mais dor, cicatrização completa das lesões, controle da hipertensão arterial sistêmica”, resume Ana Paula.
Importante!
No Brasil, a prescrição e o uso de produtos à base de Cannabis só podem ser feitos com indicação médica, conforme as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por isso, o primeiro passo para conhecer os benefícios da Cannabis medicinal é conversar com um médico prescritor. Nossa plataforma conta com centenas de profissionais disponíveis para consultas presenciais ou por telemedicina, capazes de orientar de forma personalizada e esclarecer todas as dúvidas sobre o tratamento.