Do esporte às dores crônicas. “A Cannabis é fundamental na ortopedia, principalmente na dor crônica”, explicou o Dr. Marcos Pereira Dias, com quem conversamos sobre a atuação dos tratamentos com a planta na ortopedia.
CBG, CBD e THC: Cannabis na ortopedia é uma possibilidade de tratamento de uso tópico e oral
Definitivamente os produtos derivados de Cannabis apresentam uma possibilidade nova de tratamento na ortopedia. Principalmente para as pessoas que não encontraram resultados em outros tratamentos considerados mais tradicionais. O Dr. Marcos normalmente indica a utilização de óleo full spectrum para início de tratamentos. Já para dores mais insistentes recomenda a associação de uso tópico e oral de produtos à base de Cannabis. “É importante o pessoal saber que no início do tratamento é bom usar um óleo full spectrum. E o CBG é raiz de todos os outros canabinóides, sabemos a importância do CBD e do THC mas o CBG é o pai deles. Por isso é importante a presença deste canabinoide”, explicou o Dr. Marcos nesta entrevista exclusiva que fizemos com ele no Dia do Ortopedista:
A importância da atualização dos ortopedista em relação à Cannabis
O médico pós-graduado em ortopedia, traumatologia e medicina esportiva também destacou o quanto é importante que os ortopedistas se atualizem. E também não se deixem levar pelo preconceito. Pois assim poderão oferecer os benefícios de tratamentos com a planta para seus pacientes. Especialmente para os portadores de dor crônica.
Cannabis no tratamento da dor crônica
“Existem dois tipos de dores. Dor nociceptiva e ao mesmo tempo temos as dores de origem neuropática, que tem relação ao choque e à perda de sensibilidade. A Cannabis traz equilíbrio para os nossos sistemas, e não é diferente no processo inflamatório e ela age nos dois tipos de dores. Porque a transmissão elétrica dos nervos depende da produção em excesso ou em falta de alguns neurotransmissores. E a Cannabis equilibra justamente a produção destes neurotransmissores que causam a dor. E a homeostase, que é este equilíbrio que a Cannabis causa faz com que a dor melhore”, destacou.
Ortopedia e o esporte
Aqui em sua coluna do Portal Cannabis & Saúde, o Dr. Marcos esclareceu que até muito pouco tempo atrás, associar o uso de Cannabis e atividade física não fazia sentido algum. Porém hoje em dia há uma lista de benefícios que a planta pode trazer para atletas profissionais e para amadores também:
- Como o potencial de recuperação muscular no pós-treino (aumento da vascularização muscular periférica, com aumento da oxigenação local)
- A melhora da qualidade do sono e da higiene do sono (sono não pausado, profundo e restaurador; maior facilidade de pegar no sono);
- Melhora no padrão alimentar (alguns componentes da Cannabis podem aumentar o apetite, como o THC e outros podem ajudar na saciedade, como o CBD)
- O controle da ansiedade e depressão (sabe-se que tanto os endocanabinoides como fitocanabinoides, são potentes moduladores dos diversos neurotransmissores do sistema nervoso central);
- A diminuição nos episódios de lesões (com a melhora da vascularização muscular e articular assim como relaxamento dessas estruturas, a chance de lesões são minimizadas)
- Broncodilatadores (os canabinoides em geral são broncodilatadores potentes, aumentam a oxigenação a nível broncoalveolar, melhoram a captação de oxigênio e geração de energia-atp)
- Melhora do foco intratreino. Sabe-se que o THC, em doses adequadas, antes do seu feito psicotrópico ficar pronunciado, melhora a sensibilidade dos diversos sentidos básicos e aumenta a concentração na atividade e o foco. Com isso, o atleta melhora a execução do gesto esportivo, o que traz melhores resultados.
- São importantes anti-inflamatórios e analgésicos naturais (e isso faz o atleta diminuir o uso de medicações alopáticas, carregadas de efeitos adversos já conhecidos).
“De fato, no esporte a Cannabis ajuda muito. Pois ajuda o atleta a melhorar as condições antes, durante e no pós esporte. Atua como uma moduladora do processo inflamatório, ajudando o atleta a não tomar medicamentos clássicos como anti-inflamatórios. E ajuda na regeneração muscular. Assim há menos episódios de lesão. Para os que competem ela é importantíssima também”, destaca.
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