As doenças neurodegenerativas ainda confundem, assustam e levantam mais perguntas do que respostas claras.
Apesar de tanta pesquisa, ainda sabemos muito pouco sobre o que, de fato, dá início ao processo de degeneração dos neurônios.
Estas doenças ocorrem quando há problemas nas células nervosas do cérebro ou do sistema nervoso fazendo com que percam sua função ao longo do tempo.
Uma perda de memória que se repete, um tremor que surge sem explicação, uma mudança de comportamento que ninguém entende direito. E aí vem o susto: pode ser o início de algo maior.
Abaixo, você vai entender por onde tudo começa, quais sinais não podem ser ignorados, o que os exames realmente mostram e até onde vai o papel da genética, da alimentação, do estilo de vida e das novas terapias.
Mas antes de tudo, é preciso reconhecer o tamanho do problema, porque fingir que ele não está ali só atrasa a possibilidade de cuidar.
Se você quer entender de verdade o que está por trás das doenças neurodegenerativas, o que já se sabe — e o que ainda falta saber —, continue lendo. Abaixo essas respostas vão começar a surgir:
- O que são doenças neurodegenerativas?
- Quais são os sinais e sintomas das doenças neurodegenerativas?
- Como é feito o diagnóstico dessas doenças?
- Quais são as doenças degenerativas mais comuns?
- Quais são os tratamentos das doenças neurodegenerativas?
- Cannabis medicinal e as doenças neurodegenerativas
O que são doenças neurodegenerativas?
As doenças neurodegenerativas são condições crônicas e progressivas que afetam o sistema nervoso, principalmente por causar a degeneração ou morte de neurônios — células que não se regeneram com facilidade.
Quando esses neurônios são danificados ou morrem, as conexões cerebrais vão se perdendo aos poucos, o que interfere diretamente em funções motoras, cognitivas, comportamentais e até emocionais, dependendo da área afetada.
Elas podem atingir diferentes regiões do sistema nervoso central, e é justamente por isso que os sintomas variam tanto entre os diferentes tipos.
Algumas afetam mais a memória e o raciocínio, como no caso do Alzheimer. Outras comprometem o controle motor, como o Parkinson e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Há também doenças mais raras, como a de Huntington, que afeta tanto o movimento quanto o comportamento.
O processo que leva a essa degeneração ainda não é totalmente compreendido, mas o que se sabe é que existe uma combinação de fatores genéticos, ambientais e celulares envolvidos.
Em muitos casos, há acúmulo anormal de proteínas dentro dos neurônios, que vão se tornando tóxicas e aceleram a morte celular.
Inflamação crônica no cérebro, estresse oxidativo e falhas no sistema de limpeza celular também estão entre os mecanismos envolvidos.
Na prática, isso significa que o cérebro vai perdendo a capacidade de manter suas funções básicas, e o corpo inteiro sente os reflexos disso.
A comunicação entre as células nervosas falha, os circuitos cerebrais entram em colapso, e o indivíduo passa a ter dificuldades para se movimentar, pensar, se expressar, e até para manter funções vitais, como respirar ou engolir.
A progressão é lenta, mas constante, e quanto mais se entende sobre o que causa essas doenças, mais caminhos se abrem para tentar interromper esse ciclo de perda neuronal.
As doenças neurodegenerativas têm cura?
Atualmente, as doenças neurodegenerativas não têm cura. Isso significa que, uma vez iniciado o processo de degeneração dos neurônios, não há como revertê-lo.
Os danos causados ao cérebro e à medula espinhal são progressivos e, na maioria dos casos, irreversíveis. Ainda assim, isso não significa que nada possa ser feito.
Muito pelo contrário: há formas de retardar a progressão, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de quem convive com essas condições.
O grande desafio é que essas doenças atacam diretamente estruturas delicadas e complexas do sistema nervoso central.
E o problema vai além da morte celular: envolve acúmulo de proteínas anormais, inflamação crônica, falhas no metabolismo celular, alterações genéticas e uma série de processos que se entrelaçam.
Por isso, encontrar um único tratamento que “cure” a origem do problema é extremamente difícil — até porque cada doença tem suas próprias características e mecanismos específicos.
Nos últimos anos, a ciência avançou muito em entender esses mecanismos. Isso abriu espaço para terapias mais específicas, que tentam agir diretamente em algumas causas ou desacelerar os processos degenerativos.
Algumas linhas de pesquisa investigam como impedir o acúmulo de proteínas tóxicas, outras testam formas de proteger os neurônios ainda saudáveis, e há também estudos com terapia genética, células-tronco e canabinoides.
Apesar dos avanços, o foco ainda está no controle da progressão e no manejo dos sintomas, já que nenhuma das abordagens disponíveis hoje consegue interromper completamente o processo degenerativo.
O que existe são estratégias personalizadas, que combinam medicamentos, suporte multidisciplinar, mudanças no estilo de vida e acompanhamento contínuo.
Quais são os sinais e sintomas das doenças neurodegenerativas?

As doenças neurodegenerativas comprometem funções essenciais do cérebro e da medula espinhal, por isso os sinais e sintomas aparecem de forma lenta, mas vão se intensificando com o tempo.
Eles não surgem todos de uma vez e nem são iguais para todo mundo — tudo depende da região do sistema nervoso afetada e do tipo específico de doença.
Ainda assim, há alguns padrões que se repetem, e identificar esses sinais logo no início pode fazer diferença na qualidade de vida da pessoa:
- Perda de memória: é um dos sintomas mais comuns, especialmente nas doenças que afetam áreas cognitivas, como o Alzheimer. No início, a pessoa esquece compromissos, nomes ou onde guardou objetos;
- Dificuldade de concentração e raciocínio: tarefas simples, como seguir instruções ou resolver problemas cotidianos, começam a ficar mais difíceis;
- Alterações na fala e na linguagem: pode surgir dificuldade para encontrar palavras, formar frases ou manter o ritmo da fala. Em casos mais avançados, o discurso se torna confuso ou a comunicação verbal desaparece por completo;
- Comprometimento motor: tremores, rigidez muscular, perda de equilíbrio, lentidão nos movimentos e dificuldade para andar são sinais frequentes, principalmente no Parkinson, que afetam os neurônios motores;
- Mudanças de comportamento e humor: irritabilidade, apatia, agressividade, isolamento e até depressão podem aparecer mesmo nas fases iniciais;
- Problemas de coordenação e controle muscular: dificuldade para escrever, engolir, segurar objetos ou realizar movimentos finos. A coordenação motora fina vai sendo perdida com o avanço da doença;
- Fadiga e perda de energia: o corpo e a mente parecem “pesados”, como se tudo exigisse mais esforço do que o normal;
- Comprometimento das funções automáticas: com a progressão, o sistema nervoso também começa a falhar em comandos involuntários, como respirar, piscar, engolir ou controlar a bexiga e o intestino.
Como é feito o diagnóstico dessas doenças?

Muitos dos sintomas iniciais podem se confundir com outras condições neurológicas, psiquiátricas ou até com o envelhecimento natural.
Por isso, o diagnóstico costuma ser clínico, construído aos poucos, a partir de um conjunto de sinais, histórico detalhado e exames complementares.
O médico — geralmente um neurologista — precisa entender como os sintomas começaram, como evoluíram, se há outros casos na família, perda de memória, alterações motoras ou cognitivas, entre outros pontos.
Esse relato, feito pela própria pessoa ou por alguém próximo, é o primeiro passo para levantar hipóteses e direcionar a investigação.
Em seguida, o especialista analisa reflexos, força muscular, coordenação, equilíbrio, marcha, fala e funções cognitivas.
Esses testes ajudam a identificar que tipo de comprometimento está acontecendo e em que parte do sistema nervoso ele se concentra.
Além disso, é comum o uso de escalas padronizadas para avaliar cognição, comportamento e capacidade funcional. Essas escalas servem tanto para mapear o grau de prejuízo quanto para acompanhar a progressão da doença.
Para complementar, o médico solicita exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia, que ajudam a visualizar alterações no cérebro, atrofias ou áreas com perda de volume.
Exames clínicos e de imagem
Na investigação das doenças neurodegenerativas, os exames clínicos e de imagem são peças fundamentais para entender o que está acontecendo no cérebro e no corpo da pessoa.
Eles não servem, necessariamente, para confirmar um diagnóstico de forma isolada, mas ajudam a identificar padrões de comprometimento neurológico, a descartar outras causas.
Os exames clínicos neurológicos são realizados diretamente pelo especialista e envolvem uma série de testes simples, mas altamente reveladores.
Já os exames de imagem trazem informações visuais sobre a estrutura e, em alguns casos, sobre o funcionamento do cérebro.
A ressonância magnética é o exame mais usado, porque permite observar com detalhes áreas do cérebro que podem estar atrofiadas, além de mostrar lesões ou padrões típicos de algumas doenças neurodegenerativas.
A tomografia computadorizada, embora menos sensível, também pode ser usada, principalmente quando há necessidade de avaliação rápida ou contraindicação para a ressonância.
Em algumas situações, também podem ser indicados exames mais específicos, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) ou a cintilografia cerebral (SPECT), que avaliam o metabolismo cerebral e ajudam a diferenciar entre tipos de demência, por exemplo.
Quando combinados com os achados clínicos e o histórico da pessoa, os exames de imagem ajudam o neurologista a montar um diagnóstico preciso, descartar outras doenças e orientar o tratamento de forma mais personalizada.
Quais são as doenças degenerativas mais comuns?

As doenças neurodegenerativas não formam um grupo único — na verdade, existem vários tipos, cada uma afetando áreas diferentes do cérebro e causando sintomas distintos.
Algumas comprometem mais a memória, outras prejudicam o controle dos movimentos, e há também aquelas que afetam o comportamento, a fala e até funções vitais.
Conhecer os principais tipos ajuda a entender como essas doenças se manifestam na prática e por que o diagnóstico nem sempre é simples.
1. Doença de Alzheimer (DA)
A doença de Alzheimer (também conhecida simplesmente como Alzheimer) é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns e que trazem mais prejuízos.
Entre os principais sintomas de um paciente com Alzheimer estão os problemas de memória frequentes, bem como confusão mental.
Em casos mais graves, a pessoa perde até mesmo a capacidade de reconhecer pessoas próximas, como filhos e netos.
Além disso, pode haver casos em que a pessoa sai e não se lembra mais de onde mora (ou confunde informações novas com informações antigas).
Também é comum que a doença de Alzheimer traga também uma certa agressividade para os seus portadores, que se recusam a fazer tarefas cotidianas ou seguir instruções das pessoas mais próximas.
2. Doença de Parkinson (DP)
A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que afeta principalmente o controle dos movimentos.
Ela ocorre quando os neurônios de uma área do cérebro chamada substância negra começam a morrer, reduzindo a produção de dopamina, um neurotransmissor essencial para os movimentos voluntários.
Com a diminuição da dopamina, surgem os sintomas clássicos: tremores em repouso, rigidez muscular, lentidão nos movimentos (bradicinesia) e alterações no equilíbrio e na postura.
Além das manifestações motoras, também são comuns alterações no sono, dificuldade de engolir, constipação, depressão e até prejuízos cognitivos com o tempo.
A progressão é lenta, mas contínua, e os sintomas vão se tornando mais intensos. Em muitos casos, atividades simples do dia a dia começam a exigir esforço redobrado.
Embora mais comum a partir dos 60 anos, a doença também pode surgir mais cedo, em formas conhecidas como Parkinson de início precoce.
3. Doença de Huntington (DH)

A doença de Huntington é uma condição genética rara e progressiva que afeta regiões cerebrais responsáveis pelo movimento, cognição e comportamento.
Ela é causada por uma mutação no gene HTT, que leva à produção de uma proteína anormal, a huntingtina, que se acumula nos neurônios e causa sua morte progressiva.
A doença costuma se manifestar entre os 30 e 50 anos, mas pode surgir antes ou depois disso.
Os sintomas iniciais envolvem alterações motoras como movimentos involuntários, descoordenados e bruscos (conhecidos como coreia), além de rigidez e dificuldades de equilíbrio.
Com o tempo, surgem prejuízos cognitivos, dificuldade de concentração, perda de memória e alterações de humor, como depressão, irritabilidade ou apatia.
Como a mutação é hereditária, há risco de transmissão para os filhos, o que levanta questões delicadas sobre planejamento familiar.
4. Esclerose múltipla
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória e autoimune que atinge o sistema nervoso central, principalmente o cérebro e a medula espinhal.
Nela, o sistema imunológico passa a atacar a mielina — uma camada protetora que envolve os axônios dos neurônios —, interrompendo a comunicação adequada entre as células nervosas.
Esse processo causa lesões (placas) que afetam diferentes regiões do sistema nervoso, o que explica a grande variedade de sintomas.
Os mais comuns incluem fraqueza muscular, formigamentos, perda de sensibilidade, visão dupla ou embaçada, dificuldade para andar, fadiga intensa, alterações na fala, na memória e no controle da bexiga.
Os sintomas podem surgir de forma aguda e depois melhorar, ou progredir lentamente ao longo dos anos, dependendo da forma clínica da doença.
A esclerose múltipla afeta principalmente mulheres jovens, geralmente entre 20 e 40 anos, e ainda não se sabe exatamente o que desencadeia o processo autoimune, embora fatores genéticos e ambientais estejam envolvidos.
5. Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
A Esclerose Lateral Amiotrófica, ou ELA, é uma doença neurodegenerativa grave que compromete os neurônios motores — as células responsáveis por enviar comandos do cérebro para os músculos.
À medida que esses neurônios morrem, os músculos começam a enfraquecer e atrofiar, afetando a capacidade de se movimentar, falar, engolir e, nos estágios mais avançados, até de respirar.
O início costuma ser sutil: uma fraqueza em uma das mãos, tropeços frequentes ou dificuldade para segurar objetos.
Com o tempo, a progressão atinge outros grupos musculares, levando à perda de mobilidade e de autonomia.
A ELA não afeta as funções cognitivas na maioria dos casos, o que significa que a pessoa permanece lúcida e consciente de tudo o que está acontecendo.
Embora seja mais comum entre adultos acima dos 50 anos, pode surgir em pessoas mais jovens.
6. Distrofia muscular

A distrofia muscular é um grupo de doenças genéticas que causam degeneração progressiva dos músculos esqueléticos, responsáveis pelos movimentos voluntários.
Essas doenças afetam diretamente a produção de proteínas essenciais para manter as fibras musculares estruturadas e funcionais.
Com o tempo, os músculos vão enfraquecendo e perdendo volume, o que interfere na força, no equilíbrio e na mobilidade.
Existem vários tipos de distrofia muscular, e cada um tem suas particularidades, como idade de início, ritmo de progressão e grupos musculares mais afetados.
A forma mais conhecida é a distrofia muscular de Duchenne, que começa na infância e evolui rapidamente, principalmente em meninos.
Outras formas, como a distrofia de Becker ou a facioescapuloumeral, podem ter início mais tardio e evolução mais lenta.
Em geral, os primeiros sinais incluem dificuldade para subir escadas, quedas frequentes, marcha alterada e fraqueza nos braços ou pernas. A doença é progressiva, e afeta também a respiração e o funcionamento do coração.
7. Atrofia muscular espinhal (AME)
A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença genética rara que compromete os neurônios motores localizados na medula espinhal, responsáveis por controlar os músculos voluntários.
Essa falha ocorre por mutações no gene SMN1, que é essencial para a sobrevivência desses neurônios.
Com a morte progressiva dessas células, os músculos deixam de receber os estímulos necessários e começam a enfraquecer e atrofiar. A gravidade e a idade de início variam de acordo com o tipo de AME.
A forma mais grave, tipo 1, costuma se manifestar ainda nos primeiros meses de vida, afetando a capacidade de engolir, respirar e se mover.
Já os tipos mais leves podem permitir que a criança aprenda a sentar, andar e até viver de forma relativamente autônoma por alguns anos, mas sempre com limitações motoras.
A AME não afeta a cognição nem os sentidos, ou seja, a criança continua entendendo tudo, mesmo quando o corpo já não responde mais aos comandos.
Quais são os tratamentos das doenças neurodegenerativas?

Tratar doenças neurodegenerativas não é simples, mas também não é uma sentença de estagnação. Não existe um protocolo único, fechado ou inflexível.
Tudo depende do tipo de condição, do estágio, da resposta de cada pessoa, e principalmente, da combinação inteligente entre diferentes abordagens.
Medicamentos continuam sendo uma peça importante, mas estão longe de serem a única. No caso das doenças neurodegenerativas, é justamente a soma dos cuidados que faz a diferença.
Alguns fármacos são usados para tentar modular os sintomas, como os anticolinesterásicos no Alzheimer ou os agonistas dopaminérgicos no Parkinson, mas eles não interrompem o avanço da doença.
Servem para oferecer alguma funcionalidade, mais independência, mais clareza mental, menos rigidez ou tremores. Mesmo assim, o efeito costuma ser limitado.
O cérebro afetado por doenças neurodegenerativas responde de forma instável a essas intervenções. Por isso, é comum haver ajustes de doses, substituições de substâncias, pausas e reavaliações constantes.
A fisioterapia neurológica é uma aliada relevante. Não apenas para manter a mobilidade, mas para preservar circuitos motores, evitar retrações e promover neuroplasticidade.
Nas doenças neurodegenerativas, o corpo também precisa ser reeducado. O cérebro já não processa os estímulos como antes, então cada movimento, por menor que pareça, ganha importância clínica.
A fala, a deglutição, o equilíbrio, tudo precisa ser acompanhado de perto, e isso só funciona com terapia física integrada, adaptada às necessidades da pessoa.
Outro ponto essencial: o suporte nutricional. Não é coadjuvante. Muitas doenças neurodegenerativas pioram quando o estado nutricional está comprometido.
Isso inclui perda de peso, baixa ingestão de proteínas, desidratação e até deficiência de vitaminas do complexo B e vitamina D. Sem isso, a progressão se acelera, a autonomia se perde, e o impacto funcional é mais duro.
A saúde mental também precisa de atenção. Transtornos de humor, irritabilidade, retraimento, agressividade e apatia são comuns.
Psicólogos e psiquiatras ajudam a dar contorno para isso. Doenças neurodegenerativas afetam a percepção do eu. A psicoterapia pode ajudar o paciente a se reconhecer na nova realidade, e isso repercute no tratamento.
Cannabis medicinal e as doenças neurodegenerativas
O potencial da Cannabis medicinal vem sendo amplamente estudado desde o final do século XX. Inclusive, estudos preliminares daquela época já apresentaram resultados positivos para o tratamento de doenças neurodegenerativas.
Ela não substitui os tratamentos convencionais, mas tem oferecido efeitos importantes em sintomas específicos, principalmente dor, rigidez muscular, insônia, agitação, espasticidade e perda de apetite.
O sistema endocanabinoide está diretamente envolvido em processos de neuroinflamação, regulação da dor e equilíbrio motor.
O Canabidiol (CBD), um dos principais compostos da Cannabis, tem propriedades anti-inflamatórias e ansiolíticas que podem ajudar a modular respostas cerebrais alteradas.
Já o THC, que também pode ser usado sob prescrição, atua principalmente em sintomas mais refratários, como espasticidade severa ou dor crônica.
Em doses bem calculadas, ele pode ajudar o paciente a descansar melhor, recuperar o apetite, relaxar a musculatura e reduzir a hiperatividade cerebral.
Pacientes com esclerose múltipla, por exemplo, costumam responder bem ao uso do CBD associado a pequenas quantidades de THC, reduzindo surtos de dor neuropática e rigidez muscular.
Já no Alzheimer, o foco costuma ser a agitação noturna, o comportamento agressivo e a perda de apetite. O CBD isolado, nestes casos, pode oferecer mais conforto sem os efeitos adversos de outras medicações mais sedativas.
Outro ponto importante está na neuroproteção. Há hipóteses sobre o papel do CBD na modulação da excitotoxicidade e da inflamação crônica no cérebro, processos que aceleram a progressão de muitas doenças neurodegenerativas.
A Cannabis medicinal também oferece algo que muitos pacientes perdem ao longo do tratamento: a sensação de controle.
Quando o paciente percebe que há melhora do sono, menos dor, menos rigidez ou mais apetite, ele volta a se engajar. E isso impacta não só o corpo, mas o vínculo com os profissionais, com os familiares e com a própria rotina.
Conclusão
Doenças neurodegenerativas desafiam o corpo e a mente de formas diversas, e o tratamento precisa acompanhar essa complexidade, com cuidado integrado e humano.
Não existe cura, mas com a combinação certa de terapias, suporte familiar e, em alguns casos, a inclusão da Cannabis medicinal, é possível manter a qualidade de vida, preservar autonomia e oferecer mais conforto no dia a dia.
O essencial é olhar para a pessoa por completo, entendendo suas necessidades reais, para que o cuidado faça sentido na prática.
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