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Dor oncológica: o que é, tipos, tratamento e alívio da dor no câncer

Dor oncológica: o que é, tipos, tratamento e alívio da dor no câncer

Publicado em

5 de agosto de 2025

• Revisado por

Dor oncológica não é só um sintoma a mais dentro do diagnóstico de câncer. 

Ela pode mudar completamente o curso do tratamento, interferir na rotina, no sono, na alimentação, no humor, na disposição e na forma como a pessoa encara tudo o que vem pela frente. 

E, apesar disso, ainda existe muita dúvida sobre como identificar, tratar e aliviar esse tipo de dor — até entre profissionais de saúde.

As diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o manejo da dor oncológica foram estabelecidas em 1986, mas o tratamento convencional para este problema frequentemente não é suficiente.

A dor oncológica não pode ser tratada como algo secundário. E quem vive esse processo — seja como paciente, familiar ou profissional — precisa de informações objetivas, práticas e atualizadas. 

Portanto, prossiga lendo e descubra as novas possibilidades de manejo para dor oncológica:

  • Quais são os tipos de dor oncológica? 
  • O que desencadeia a dor oncológica? 
  • Como é feita a avaliação da dor oncológica? 
  • Como tratar a dor oncológica? 
  • Como a Cannabis medicinal pode aliviar a dor oncológica?

O que é dor oncológica?

dor oncologica sintomas

A dor oncológica é uma consequência durante o curso do câncer, podendo surgir em qualquer fase da doença. Trata-se de um sintoma provocado tanto pela presença do tumor quanto pelos tratamentos indicados para combatê-lo. 

Nem todos os pacientes sentem dor relacionada ao câncer, mas ela é comum, especialmente em casos mais avançados ou recorrentes.

Esse tipo de dor pode assumir diferentes formas. Pode ser contínua ou aparecer de maneira intermitente, apresentar-se como uma sensação incômoda e difusa ou, ao contrário, ser aguda, intensa e localizada. 

Tudo depende do tipo e da localização do tumor, do estágio da doença e da sensibilidade individual do paciente.

A dor oncológica também tem um componente emocional muito marcante. Medo, insegurança, esgotamento e ansiedade aumentam a percepção da dor, criando um ciclo difícil de quebrar. 

Quando o sofrimento se prolonga e não recebe atenção adequada, ele afeta a qualidade de vida de maneira profunda — limita o convívio social, reduz a autonomia e mina o bem-estar.

O impacto é físico, mental e funcional. Mas o mais importante é saber que a dor oncológica pode, sim, ser controlada. 

Hoje, há diversas estratégias para isso — desde analgésicos potentes até recursos não farmacológicos que complementam os cuidados. 

A escolha do melhor caminho depende da causa da dor, da resposta ao tratamento e das necessidades individuais de cada paciente.

Quais são os tipos de dor oncológica?

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upset and sick woman with head scarf in living room

A dor oncológica pode ser aguda ou crônica. A forma aguda aparece de forma súbita, muitas vezes após um procedimento invasivo ou como resultado de uma progressão tumoral. 

Já a crônica permanece por mais de três meses, com variações de intensidade e impacto na rotina. Ambas precisam ser levadas a sério, mas a crônica costuma gerar maior impacto emocional. 

Dentro da classificação mais ampla, existem ainda três categorias que ajudam a organizar a abordagem da dor oncológica: dor relacionada ao tumor, dor relacionada ao tratamento e dor com causas independentes do câncer. 

A dor provocada diretamente pelo tumor é a mais intuitiva. Ela pode surgir por invasão de tecidos, compressão de estruturas, crescimento desordenado ou metástase. 

A dor relacionada aos tratamentos oncológicos, por sua vez, se origina da quimioterapia, radioterapia e procedimentos cirúrgicos. 

A terceira forma inclui as dores que surgem por outras causas, sem relação direta com o câncer ou com os tratamentos. Envolve condições adquiridas ao longo do tratamento, como artrose, cefaleias ou doenças autoimunes. 

Quais são os três tipos de dor relacionadas ao câncer?

A dor oncológica pode ser classificada de acordo com o tipo de estrutura envolvida, a origem da lesão e os mecanismos que estão ativando os receptores de dor. 

Quando se entende essas diferenças, o manejo se torna mais preciso, e o paciente tem mais chance de alívio. Veja quais são os tipos de dor oncológica:

  • Dor somática: Costuma vir de ossos, músculos ou articulações afetadas por tumores. É uma dor localizada, que piora com o movimento ou com o toque direto na área comprometida;
  • Dor visceral: Esse tipo de dor oncológica envolve órgãos internos, como fígado, intestino, pâncreas ou bexiga. Em geral, é mais difusa, mais difícil de localizar com precisão, e costuma ser acompanhada de náuseas, sensação de peso ou desconforto abdominal;
  • Dor neuropática: Ocorre quando o próprio sistema nervoso é afetado, seja por compressão de nervos, infiltração tumoral ou lesões provocadas por cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. A dor oncológica de origem neuropática é descrita como queimação, formigamento, pontadas ou choque elétrico. 

Alguns pacientes apresentam mais de um tipo de dor oncológica ao mesmo tempo. 

Por exemplo: uma pessoa com metástase óssea pode ter dor somática e, ao mesmo tempo, desenvolver dor neuropática se houver compressão da medula ou de raízes nervosas. 

O mesmo vale para casos em que o tumor compromete órgãos viscerais e invade estruturas vizinhas. Aqui, o uso de analgésicos comuns pode não dar conta do recado, e é necessário combinar diferentes abordagens.

O que pode desencadear a dor oncológica?

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A dor oncológica não tem uma origem única. Ela pode surgir por vários motivos ao mesmo tempo, e entender esses mecanismos ajuda a tornar o controle mais eficaz. 

O desconforto começa com o avanço do tumor, mas também pode ser consequência dos efeitos colaterais do tratamento ou de alterações no próprio funcionamento do organismo. 

Efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos

Cirurgias extensas, sessões de radioterapia e ciclos de quimioterapia frequentemente geram desconforto físico relevante, seja de forma temporária ou persistente.

As cirurgias para remoção de tumores podem causar dor pós-operatória prolongada, principalmente quando envolvem manipulação de nervos ou tecidos profundos. 

Em alguns casos, o paciente desenvolve dor crônica mesmo após a cicatrização, especialmente em intervenções torácicas, abdominais ou pélvicas.

A radioterapia, por sua vez, costuma desencadear inflamações nos tecidos irradiados. Mucosas, pele, articulações e órgãos internos podem ser afetados, o que causa dor localizada, sensação de queimação ou rigidez. 

Nos tratamentos prolongados, essa dor pode se estender por semanas após o término das sessões. Já a quimioterapia está associada a neuropatia periférica, dano aos nervos que provoca dor nas mãos, pés e outras áreas. 

Essa dor tem características muito incômodas, como ardência, formigamento e hipersensibilidade ao toque.

Além da dor provocada diretamente pelos tratamentos, há ainda complicações secundárias, como infecções, mucosites, úlceras, espasmos intestinais ou contrações musculares involuntárias. 

Esses efeitos são variáveis, mas muitas vezes pioram o quadro de dor oncológica, principalmente quando ocorrem em combinação.

Um corpo enfraquecido, desidratado, com desequilíbrio eletrolítico ou desnutrido responde de forma diferente à dor. 

A tolerância diminui, a sensibilidade aumenta, e pequenas lesões passam a ser percebidas como grandes fontes de desconforto.

Ação do tumor: compressão de órgãos e propagação do câncer

Vários mecanismos estão por trás da dor oncológica. O mais conhecido é o crescimento do tumor em regiões sensíveis do corpo, o que causa compressão de órgãos, estruturas nervosas e tecidos próximos. 

Isso é especialmente comum quando o câncer atinge áreas como ossos, coluna vertebral, cérebro ou cavidades abdominais.

Mas não é só a presença do tumor que gera dor. A inflamação provocada pela própria resposta imunológica do corpo também contribui. 

Em muitos casos, a tentativa do organismo de combater as células cancerígenas acaba gerando desequilíbrios bioquímicos, com liberação de substâncias que aumentam a sensibilidade à dor.

Outra situação envolve a invasão de nervos. Quando essas estruturas são afetadas, o paciente pode desenvolver dor neuropática, muitas vezes difícil de tratar.

Nos cânceres que atingem os ossos, como o de mama metastático ou o mieloma múltiplo, a dor oncológica costuma ser intensa e persistente. 

O tecido ósseo enfraquecido, além de causar dor espontânea, pode se fraturar com mínimos traumas ou até mesmo de forma espontânea, o que agrava ainda mais o quadro.

Fatores emocionais, como depressão, medo da progressão da doença e angústia em relação ao futuro, também amplificam a percepção da dor oncológica, tornando o manejo mais difícil.

Como é feita a avaliação da dor oncológica?

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Nenhuma decisão sobre o tratamento começa sem uma avaliação detalhada da dor oncológica. Antes de qualquer prescrição, o que os profissionais fazem é tentar entender com clareza o que aquela dor está comunicando. 

A primeira etapa é ouvir o paciente. Onde dói? Há quanto tempo? Que tipo de sensação aparece? O incômodo é constante, intermitente, piora em determinados momentos do dia? Existe algo que alivie?

Em seguida, são analisados dados clínicos mais objetivos: localização exata da dor, intensidade, sintomas associados, histórico da doença, resposta a tratamentos anteriores, tipo de tumor envolvido e possíveis metástases. 

Escalas numéricas e visuais são usadas para classificar a dor como leve, moderada ou intensa. Esse tipo de medição facilita a escolha dos analgésicos e a combinação de estratégias para controle da dor oncológica.

Para dores classificadas como leves ou moderadas, os analgésicos não opioides costumam ser suficientes. 

A dificuldade, no entanto, é que esses recursos nem sempre sustentam o alívio a longo prazo, e os efeitos colaterais costumam aparecer.

É por isso que o manejo da dor oncológica não se limita aos medicamentos. Muitos protocolos combinam fisioterapia, terapias manuais, ioga, meditação, tudo que possa auxiliar na melhoria da dor e no equilíbrio emocional. 

Escalas de dor: leve, moderada, intensa

As classificações da dor oncológica geralmente consideram a causa, as características clínicas associadas, a fisiopatologia e sistemas de escala previamente validados.

Tradicionalmente, a dor tem sido classificada como aguda ou crônica. Entretanto, com a progressão da doença, os danos causados aos tecidos podem progredir, fica difícil fazer uma diferenciação entre aguda e crônica.

Então, para classificá-la, uma ferramenta muito utilizada é a escala numérica, onde os pacientes são convidados a avaliar sua dor de 0 a 10, sendo 0 a ausência de dor e 10 a dor mais intensa que já sentiram.

Além da escala numérica, existem outras formas de avaliação que abordam aspectos qualitativos da dor, como a escala de faces, que ilustra expressões faciais que variam de feliz a muito triste.

As escalas visuais, que incluem diagramas do corpo humano, ajudam os pacientes a identificar e localizar a dor em suas regiões específicas.

Em termos de critérios fisiopatológicos, a dor oncológica costuma ser diferenciada entre nociceptiva ou neuropática.

A dor nociceptiva é a que resulta de danos reais ou ameaçados de tecidos não neurais, e pode ser ainda subdividida em somática e visceral, dependendo do nível das estruturas afetadas.

Toda dor causada por uma lesão ou dano do sistema nervoso somatossensorial é considerada neuropática. Ela também pode ser de fisiopatologia mista, possuindo um componente nociceptivo ou neuropático. 

Avaliação multidisciplinar e cuidados paliativos

Controlar a dor oncológica não é uma responsabilidade exclusiva do médico oncologista. Esse tipo de dor tem características físicas, emocionais e funcionais e, por isso, o cuidado precisa envolver diferentes especialidades. 

A atuação conjunta de profissionais de áreas distintas é o que torna possível enxergar o paciente além do tumor, considerando suas limitações, seus sintomas e sua rotina como parte do plano terapêutico.

Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais trabalham em colaboração pelo bem-estar do paciente.

Esse modelo de cuidado é ainda mais importante quando o foco se volta para os cuidados paliativos. Aqui, o objetivo não é mais curar a doença, mas oferecer alívio, dignidade e qualidade de vida. 

A dor oncológica costuma estar entre os sintomas mais difíceis nesse estágio, e precisa ser abordada de forma ativa, com reavaliações constantes, ajustes finos na medicação e apoio contínuo à saúde mental.

A dor oncológica pode ser evitada com tratamento precoce?

medicamentos para dor oncologica

Evitar completamente a dor oncológica nem sempre é possível, mas há formas de impedir que ela se torne intensa, contínua ou limitante. 

O principal caminho para isso é o tratamento precoce do câncer, aliado a um acompanhamento próximo, criterioso e proativo. 

Quando o diagnóstico é feito em estágios iniciais, as chances de evitar o surgimento da dor aumentam, já que o tumor ainda não comprometeu estruturas sensíveis como nervos, ossos ou órgãos internos.

Mas mesmo nos casos em que a doença já avançou, há como trabalhar para reduzir a probabilidade de dores intensas. Isso exige mais do que medicamentos. 

A prevenção da dor oncológica envolve identificar os primeiros sinais de desconforto e agir antes que o quadro se agrave. 

Existem protocolos específicos para a analgesia preventiva, que incluem o uso programado de fármacos antes de procedimentos, sessões de quimioterapia ou momentos em que a dor costuma se intensificar.

Não basta agir apenas quando o paciente se queixa. O ideal é que a equipe esteja atenta a sinais indiretos: alterações de humor, insônia, falta de apetite, movimentação reduzida ou dificuldade para realizar tarefas simples. 

Trabalhar com prevenção, neste contexto, significa construir um ambiente terapêutico em que a dor oncológica seja monitorada com atenção desde o início. 

Isso não elimina totalmente o sofrimento, mas reduz sua intensidade, evita picos agudos e garante que o paciente tenha mais autonomia para lidar com a própria rotina. 

Como tratar a dor oncológica?

A dor oncológica costuma ter múltiplas causas, e muitas vezes combina componentes diferentes. Uma parte da dor pode vir da lesão provocada pelo tumor. Outra, de um nervo comprimido. Outra, do tratamento em si. 

O risco de tratar tudo da mesma forma é não tratar nada de forma eficaz. Por isso, o tratamento precisa ser escalonado, ajustável e sempre baseado no que o paciente relata, sem suposições apressadas.

Com base nisso, é possível indicar medicamentos específicos, avaliar a necessidade de opioides, considerar terapias como acupuntura, fisioterapia, estimulação elétrica ou uso de canabinoides. 

Em casos de dor oncológica persistente e refratária, a equipe deve discutir bloqueios anestésicos, infusão contínua de analgésicos ou outros recursos mais invasivos, mas sempre respeitando a escolha e os limites do paciente.

Medicamentos analgésicos e opioides

Quando o assunto é dor oncológica, os analgésicos são, na maioria das vezes, o primeiro recurso adotado. Mas o que pouca gente fala com clareza é que nem todo analgésico é eficaz para qualquer tipo de dor. 

Existe uma diferença grande entre dor somática, visceral e neuropática. Ignorar essa distinção compromete o resultado do tratamento e pode aumentar o sofrimento do paciente.

A dor oncológica, quando é leve, pode responder bem a medicamentos como dipirona ou paracetamol. Contudo, se passa a ser moderada ou intensa, o uso de opioides entra como uma alternativa. 

A morfina ainda é o opioide mais conhecido e utilizado no manejo da dor oncológica, mas não é o único. 

Existem outros medicamentos dessa classe, como metadona, oxicodona, fentanil e buprenorfina, que podem ser indicados de acordo com a resposta clínica e o perfil do paciente. 

Outro ponto importante é a diferença entre opioides de liberação imediata e os de liberação prolongada. 

Os primeiros são usados para controle rápido de crises. Já os segundos ajudam a manter níveis estáveis de analgesia ao longo do dia. Em muitos casos, o paciente precisa dos dois tipos para controlar bem a dor oncológica. 

Além dos opioides, algumas dores oncológicas respondem melhor a medicamentos adjuvantes. 

Antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes e corticoides podem ser indicados em situações específicas, principalmente em casos de dor neuropática ou dor com componente inflamatório importante. 

Tratamento da dor oncológica em cuidados paliativos

Nos cuidados paliativos, o foco muda. A prioridade passa a ser o conforto. O objetivo não é curar, mas garantir que o paciente viva o tempo que resta com o mínimo de dor possível, com dignidade e qualidade. 

A dor oncológica nessa fase costuma ser mais resistente, mais complexa e, muitas vezes, associada a outros sintomas, como falta de ar, náuseas, fadiga e sofrimento emocional. 

É preciso ouvir, acolher e adaptar o cuidado de acordo com o momento vivido por cada pessoa. Não se trata de seguir um protocolo fixo. 

Os opioides de ação rápida são usados com frequência nos cuidados paliativos. A morfina continua sendo o mais utilizado, mas, dependendo da tolerância, outros podem ser preferidos. 

É comum que o paciente use doses maiores do que no início do tratamento. Isso significa que o corpo mudou, a dor aumentou e a resposta aos medicamentos anteriores já não é a mesma. 

Se o paciente não consegue mais engolir comprimidos, há opções sublinguais, transdérmicas, intravenosas ou até por bomba de infusão contínua. O foco é garantir que a medicação funcione, sem gerar mais desconforto. 

Como a Cannabis pode aliviar a dor oncológica?

dor oncologica grave

A dor oncológica, principalmente nos estágios avançados da doença, costuma ser persistente, intensa e difícil de controlar. 

Muitas vezes, os opioides perdem efeito com o tempo ou causam efeitos adversos tão incômodos que comprometem ainda mais a qualidade de vida do paciente. 

É neste cenário que a Cannabis medicinal começa a ser considerada como parte de um plano terapêutico mais tolerável.

O ponto de partida para entender os efeitos da Cannabis sobre a dor oncológica está no sistema endocanabinoide. 

Ele está distribuído por todo o corpo humano e atua regulando funções como dor, inflamação, sono, humor e imunidade. 

Quando este sistema é ativado por canabinoides como o THC e o CBD, há um potencial real de alívio, especialmente para dores crônicas, inflamatórias e neuropáticas — exatamente os tipos mais comuns em quadros oncológicos.

O THC, um dos principais compostos da planta, atua diretamente sobre os receptores do sistema nervoso central, reduzindo a transmissão dos sinais dolorosos. 

Já o CBD tem um efeito mais modulador: age sobre receptores periféricos, ajudando a controlar a inflamação, a resposta imune e até a percepção da dor.

Os dois compostos juntos parecem funcionar ainda melhor. Este efeito potencializado é conhecido como “efeito entourage”, e pode explicar por que muitos pacientes conseguem alívio com doses menores do que precisariam. 

A Cannabis medicinal também traz um diferencial importante: seus efeitos não se limitam apenas à dor física. 

Muitos pacientes relatam melhora no apetite, no sono, no humor e na disposição, o que tem um impacto direto sobre a forma como a dor é percebida. 

Evidências científicas e estudos clínicos

Um estudo publicado em 2023 fez uma revisão abrangente dos ensaios clínicos que testaram a eficácia do THC, do CBD e de combinações entre os dois no controle da dor oncológica, principalmente em casos refratários.

A revisão incluiu estudos realizados entre 1975 e 2014, com foco em pacientes oncológicos que apresentavam dor crônica ou neuropática. 

Entre os métodos utilizados, estavam cápsulas orais de óleo de THC, spray bucal com proporção equilibrada de THC:CBD e preparações com THC isolado. 

Os resultados mostraram que, em todos os estudos analisados, houve redução significativa da dor e melhora de sintomas relacionados, como ansiedade, insônia e náuseas.

Em alguns ensaios, doses mais altas de THC foram mais eficazes no alívio da dor. Em outros, a combinação com CBD ofereceu os mesmos benefícios, mas com menor incidência de efeitos adversos. 

Os eventos colaterais mais frequentes incluíram sonolência, tontura, hipotensão e dor de cabeça — efeitos mais toleráveis do que os causados por opioides.

Como iniciar um tratamento com Cannabis medicinal?

medicamentos para dor oncologica

Desde 2015, o uso da Cannabis medicinal está regulamentado no Brasil, sob responsabilidade da Anvisa. 

A legislação permite a prescrição de produtos à base de canabinoides para diversas condições clínicas, inclusive para dor oncológica, desde que a recomendação seja feita por um profissional habilitado.

A decisão de incluir a Cannabis no manejo da dor oncológica deve considerar o tipo de dor, os sintomas associados, a tolerância do paciente e a expectativa em relação à melhora da qualidade de vida.

O profissional também será responsável por definir a concentração ideal de THC e CBD no produto, além da via de administração mais indicada — seja óleo sublingual, cápsula, spray ou outro formato disponível. 

No portal Cannabis & Saúde, você encontra profissionais especializados, que já acompanham pacientes com dor oncológica e têm experiência real com esse tipo de tratamento. 

Portanto, vale a pena agendar sua consulta caso esteja interessado em saber se a Cannabis pode se adequar ao seu plano terapêutico. 

Conclusão

A dor oncológica é um dos principais fatores que comprometem a qualidade de vida de quem vive com câncer. Em alguns casos, pode até influenciar negativamente as chances de sobrevivência.

Por isso, buscar novas estratégias para aliviar essa dor é uma urgência clínica. A Cannabis medicinal surge como uma aliada importante, com potencial analgésico, anti-inflamatório e modulador da dor oncológica.

Se você quer saber mais sobre como esse tipo de terapia funciona na prática, agende uma consulta no portal Cannabis & Saúde com um dos médicos especialistas.

Aqui, você também pode explorar conteúdos atualizados, guias e histórias de pacientes que já experimentaram os benefícios da Cannabis no controle da dor oncológica.

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