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CBD e colangiocarcinoma: estudo revela potencial terapêutico

CBD e colangiocarcinoma: estudo revela potencial terapêutico

Pesquisadores investigaram como o CBD pode ajudar a combater o colangiocarcinoma, um tipo raro e agressivo de câncer no fígado

Publicado em

7 de março de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

O colangiocarcinoma, um tumor maligno raro que se origina nos dutos biliares, representa um desafio complexo para a oncologia devido à sua agressividade e difícil detecção precoce. Um estudo investigou os efeitos do canabidiol (CBD), um dos compostos da Cannabis, sobre esse tipo de câncer.

Os resultados são promissores e mostram que o CBD pode impedir o crescimento das células do tumor e induzir a sua destruição. O canabinoide afetaria múltiplos mecanismos dentro das células do câncer, dificultando a adaptação ao tratamento convencional.

O que é o colangiocarcinoma

Diferente de outros cânceres de fígado (hepatocarcinoma) ou de pâncreas, o colangiocarcinoma é mais raro e agressivo. Ele começa nos pequenos canais que transportam a bile do fígado para o intestino e muitas vezes só é descoberto quando já está em estágio avançado. Isso dificulta o tratamento, pois a cirurgia nem sempre é possível.

Os tratamentos convencionais para o colangiocarcinoma incluem quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, transplante de fígado. No entanto, esses métodos têm resultados limitados, o que torna essencial a busca por novas opções, como o uso do CBD.

 

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Os efeitos do CBD no colangiocarcinoma

No estudo, intitulado Cannabidiol suppresses proliferation and induces cell death, autophagy and senescence in human cholangiocarcinoma cells via the PI3K/AKT/mTOR pathway e publicado no Journal of Traditional and Complementary Medicine, cientistas tailandeses analisaram o efeito do CBD em três linhagens de células do colangiocarcinoma em laboratório e em animais.

Eles observaram que o CBD age de várias formas:

  • Reduz a multiplicação das células do câncer.
  • Interrompe o ciclo de divisão celular, impedindo o crescimento do tumor.
  • Aumenta a produção de radicais livres, que podem levar as células do câncer à morte.
  • Induz a autofagia, um processo em que a célula se autodestrói quando não funciona corretamente.
  • Estimula a senescência celular, uma espécie de envelhecimento da célula do câncer, impedindo-a de se multiplicar.
  • Desestabiliza as mitocôndrias, afetando o gasto energético das células.
  • Diminui a expressão de vias importantes para o crescimento e sobrevivência das células.

Em testes em animais, o CBD reduziu o crescimento do tumor e alterou marcadores associados à proliferação celular.

O potencial do CBD como terapia complementar para colangiocarcinoma

No estudo, os cientistas concluíram que o CBD tem potencial como terapia complementar para o colangiocarcinoma. Ele pode atuar em conjunto com métodos convencionais, como a quimioterapia, para aumentar a eficácia do tratamento.

“O estudo mostrou que o CBD tem um efeito antitumoral significativo em células de colangiocarcinoma por meio de vários mecanismos, incluindo a inibição da proliferação celular in vitro e in vivo, a redução da capacidade de formação de colônias e a indução de múltiplos processos celulares, notavelmente autofagia, parada do ciclo celular, senescência celular, disfunção mitocondrial, formação de gotículas lipídicas e superprodução de ROS.

Os resultados do estudo sugerem fortemente que o CBD é muito promissor como um agente terapêutico para tratar colangiocarcinoma e potencialmente outros cânceres.”

Embora os resultados tragam esperança, ainda são necessários mais estudos para confirmar sua eficácia e segurança em humanos. Apesar disso, o uso de compostos derivados de plantas pode abrir caminho para terapias menos agressivas e com menos efeitos colaterais.

Outros estudos sobre os efeitos anticâncer dos canabinoides

Pesquisas anteriores já haviam mostrado o potencial anticâncer dos compostos da Cannabis. Atualmente, essas pesquisas estão em estágios iniciais, com testes em células ou em animais no laboratório.

Anteriormente, pesquisadores observaram o potencial anticâncer do CBD e do canabigerol (CBG) no mesmo colangiocarcinoma. Ambos canabinoides inibiram o crescimento do tumor e induziram a morte das células cancerígenas. Uma outra análise observou esses mesmos efeitos com outro canabinoide, o canabinol (CBN).

Pesquisadores também sugerem potencial anticâncer dos canabinoides para:

Apesar dos resultados promissores, essas pesquisas ainda estão em fase inicial, com testes em células e animais. Por enquanto, não há medicamentos ou protocolos de tratamento com canabinoides aprovados para o combate ao câncer.

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Cannabis para pacientes em tratamento de câncer

Enquanto o uso de canabinoides no combate direto aos tumores ainda está em estudo, medicamentos à base de Cannabis já são usados para aliviar os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer. Os sintomas provocados pela quimioterapia podem ser incapacitantes, mas os medicamentos com canabinoides podem ajudar a lidar com alguns, como:

  • Náuseas e vômitos;
  • Fadiga;
  • Perda de apetite;
  • Neuropatia periférica induzida por quimioterapia;
  • Dor oncológica;

Como iniciar um tratamento com Cannabis

Começar a usar medicamentos à base de Cannabis em um tratamento é um processo simples, mas que exige a orientação de um profissional da saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige a prescrição de um médico para a compra dos produtos e para acompanhar a evolução do paciente.

Portanto, o primeiro passo é marcar uma consulta com um profissional experiente na prescrição desse tipo de tratamento. Para facilitar a busca por médicos qualificados, listamos mais de 300 médicos na nossa plataforma de agendamento.

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