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Epilepsia refratária: como a Cannabis pode fazer a diferença

Epilepsia refratária: como a Cannabis pode fazer a diferença

Com THC e CBD combinados, pacientes com epilepsia refratária tiveram melhora clínica e menos uso de anticonvulsivantes

Publicado em

16 de maio de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Epilepsia refratária: como a Cannabis pode fazer a diferença

Infelizmente, cerca de um terço das pessoas com epilepsia vive com crises que não melhoram, mesmo com os medicamentos anticonvulsivantes. Para essa condição, chamada epilepsia refratária, novas alternativas vêm sendo estudadas — e uma delas vem de uma planta: a Cannabis.

Um estudo recente investigou o uso de medicamentos à base de Cannabis em 134 pessoas com epilepsia refratária. Os dados vieram do Registro de Cannabis Medicinal do Reino Unido (UKMCR), um banco de dados que acompanha pacientes que recebem esse tipo de tratamento.

Tratamentos com produtos aprovados

Durante seis meses, os pesquisadores analisaram a qualidade de vida desses pacientes, com base em questionários padronizados que avaliam aspectos como sono, ansiedade, bem-estar geral e impacto das convulsões.

Os participantes usaram diferentes tipos de medicamentos à base de Cannabis: com canabidiol (CBD) isolado ou fórmulas de espectro amplo ou completo, que também incluem o ∆9-tetrahidrocanabinol (THC).

Todos os produtos foram produzidos de acordo com padrões farmacêuticos rigorosos:

  • Cultivados segundo boas práticas agrícolas;
  • Processados conforme boas práticas de fabricação (GMP);
  • Com controle de qualidade supervisionado pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA), do Reino Unido.

As doses variavam entre os pacientes, sendo ajustadas individualmente pelos médicos conforme a resposta ao tratamento. Nesse sentido, ao final do estudo, a média diária foi de 50 mg/dia de CBD (variando entre 10 e 90 mg) e 93 mg/dia de THC (variando entre 5 e 135 mg).

Portanto, a maioria dos pacientes recebeu tratamentos com doses progressivamente ajustadas, compostos por CBD combinado com THC.

Alívio nas crises e melhora no bem-estar

Os principais resultados observados foram:

  • 84% relataram melhora na condição clínica geral, segundo a escala PGIC (Patient Global Impression of Change);
  • 77% tiveram redução na frequência e intensidade das crises;
  • 45% conseguiram reduzir o uso de anticonvulsivantes convencionais;
  • Apenas 5 pacientes (menos de 4%) relataram efeitos colaterais, como sonolência ou tontura — a maioria foi leve ou moderada.

Além disso, houve melhora significativa em todos os aspectos avaliados: qualidade do sono, ansiedade e bem-estar emocional.

Como a Cannabis atua no cérebro para “frear” as crises

As crises de epilepsia ocorrem por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro. Essa atividade elétrica interrompe a função normal do cérebro temporariamente, levando aos sintomas e manifestações.

Os compostos da Cannabis ajudam o cérebro a conter essas crises ao interagir com o sistema endocanabinoide. Esse sistema regula diversas funções importantes do corpo, inclusive a liberação de neurotransmissores que “acalmam” a atividade cerebral.

O CBD ajuda a diminuir a liberação de neurotransmissores que excitam demais o cérebro, como o glutamato, e aumenta os que acalmam, como o GABA. O THC, por sua vez, pode ajudar quando combinado com o canabidiol, e seu papel na epilepsia ainda é pouco claro para os cientistas.

Cannabis e ciência caminhando juntos

No estudo, os autores destacaram as melhoras consistentes ao longo dos seis meses de acompanhamento.

“O tratamento com medicamentos à base de Cannabis foi associado a uma melhora nos desfechos de qualidade de vida relacionados à epilepsia, tanto em nível geral quanto específico, em um, três e seis meses. Este estudo demonstra o potencial promissor dos medicamentos à base de Cannabis como opção de tratamento adjuvante no manejo da epilepsia resistente.”

No entanto, os próprios autores reforçam a necessidade de mais estudos clínicos bem controlados. Como é um estudo observacional, os resultados indicam associação — não causa e efeito. Mesmo com essa limitação, os achados sugerem que, com acompanhamento médico adequado e uso responsável, os medicamentos à base de Cannabis podem oferecer alívio para pessoas com epilepsia resistente aos tratamentos convencionais.

Estudo brasileiro reforça uso do CBD no tratamento da epilepsia refratária

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