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Cannabis medicinal: evidências científicas para tratar Parkinson

Cannabis medicinal: evidências científicas para tratar Parkinson

Veja cinco evidências científicas e cinco relatos de pacientes com demonstram os benefícios da Cannabis para o tratamento da doença de Parkinson

Publicado em

13 de setembro de 2024

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Prosseguindo com nossa série de evidências científicas que comprovam a eficácia e a segurança do uso medicinal da Cannabis, desta vez apresentaremos estudos sobre Parkinson e relatos de pacientes com essa condição .

Aliás, estamos no quinto capítulo da série. Os demais você pode acessar pelos links abaixo:

Antes de tudo, ressaltamos que nosso objetivo com esta série é incentivar um debate bem-informado e consciente sobre o uso medicinal da Cannabis, destacando o conhecimento produzido por cientistas de universidades e centros de pesquisa ao redor do mundo.

Assim, acreditamos que a evidência científica vem de pesquisas rigorosas, como ensaios clínicos, estudos observacionais, revisões sistemáticas e meta-análises. De fato, esse tipo de informação é crucial para orientar decisões em cuidados de saúde e a formulação de políticas públicas.

Parkinson: mais do que tremores

tratamentos para mal de parkinson sintomas

Primeiramente, a doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa, que costuma surgir com o avanço da idade. Ela é conhecida, principalmente, pelos sintomas que afetam os movimentos, causando tremores, lentidão, rigidez muscular e dificuldade de equilíbrio. No entanto, ela também afeta profundamente a vida social e a saúde mental dos pacientes e de seus familiares.

Embora não exista uma cura conhecida para o Parkinson, ao longo dos anos, as pesquisas científicas avançaram na compreensão dos mecanismos da doença, permitindo o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e a melhora na qualidade de vida dos pacientes.

Por isso, nos últimos anos, pesquisadores viram potencial no uso terapêutico da Cannabis para complementar o tratamento para o Parkinson, obtendo resultados empolgantes, em sintomas como:

  • Alívio na rigidez muscular;
  • Redução nos tremores e movimentos involuntários;
  • Melhora no sono;
  • Alívio da ansiedade.

Cinco evidências científicas da eficácia da Cannabis no tratamento da doença de Parkinson

A seguir, listamos cinco evidências científicas que sugerem o uso medicinal da Cannabis para complementar o tratamento de pessoas com a Doença de Parkinson.

1. Estudo duplo-cego, controlado por placebo, com 300 mg de CBD

O primeiro estudo que destacamos foi realizado por pesquisadores brasileiros da Universidade de São Paulo (USP), dos campus de São Carlos e Ribeirão Preto. Com a colaboração de cientistas renomados, como Antonio Zuardi e José Alexandre Crippa, 24 pacientes com Parkinson passaram por um teste simulado de fala em público, após tomar uma dose de 300 mg de canabidiol (CBD).

O objetivo do estudo Effects of acute cannabidiol administration on anxiety and tremors induced by a Simulated Public Speaking Test in patients with Parkinson’s disease, publicado no Journal of Psychopharmacology, era avaliar o impacto de uma dose de CBD nesses pacientes, em uma situação de estresse controlada.

Nesse sentido, além de reduzir a ansiedade, o medicamento à base de Cannabis também reduziu a amplitude dos tremores.

2. Estudo exploratório duplo-cego com 75 ou 300 mg de CBD

Este é mais um estudo sobre o uso medicinal da Cannabis para o Parkinson, desenvolvido por pesquisadores da USP de Ribeirão Preto. Dessa vez, eles analisaram os efeitos do CBD em pacientes com a doença, que, no entanto, não apresentavam sintomas relacionados à saúde mental.

No estudo Effects of cannabidiol in the treatment of patients with Parkinson’s disease: An exploratory double-blind trial, também publicado no Journal of Psychopharmacology, os pesquisadores observaram que os pacientes que receberam 300 mg de CBD apresentaram melhorias significativas na qualidade de vida, durante o período dos testes de 21 dias.

3. Revisão sistemática e meta-análise

Já nessa revisão sistemática e meta-análise houve a análise de outros estudos científicos, para reunir evidências científicas da eficácia da Cannabis para o tratamento do Parkinson. Pesquisadores australianos conseguiram selecionar cinco estudos randomizados e 18 não randomizados.

No artigo Effects of Cannabis in Parkinson’s Disease: A Systematic Review and Meta-Analysis, publicado no Journal of Parkinson’s Disease, eles observaram que o uso de Cannabis trouxe benefícios em diversos sintomas, como alívio dos tremores, da dor, da insônia e da ansiedade. Da mesma forma, todas essas melhorias foram importantes para recuperar a qualidade de vida dos pacientes e dos seus familiares.

4. Revisão sistemática de estudos clínicos

Além disso, um grupo de pesquisadores de Austrália, China e EUA fez uma revisão sistemática da literatura científica, focada em estudos clínicos com CBD e THC para Parkinson, conseguindo reunir 13 estudos.

Assim, o artigo Cannabinoids in Treating Parkinson’s Disease Symptoms: A Systematic Review of Clinical Studies, publicado no periódico Cannabis and Cannabinoid Research, sugere que os canabinoides têm potencial para ser parte do tratamento da doença de Parkinson, sem despertar preocupações com a segurança do paciente. Os canabinoides se mostraram potencialmente eficazes para tratar os sintomas motores e também os não motores.

5. Revisão da literatura

Por último, uma equipe de pesquisadores norte-americanos realizou uma revisão da literatura, que incluía estudos sobre o uso da Cannabis para tratar o Parkinson. Eles destacaram que os tratamentos convencionais para a doença geralmente não conseguem aliviar os sintomas não motores e provocam efeitos colaterais consideráveis.

Nesse sentido, o estudo Marijuana Compounds: A Nonconventional Approach to Parkinson’s Disease Therapy, publicado no periódico Parkinson’s Disease, do grupo Wiley, sugere que o uso da Cannabis é eficaz para reduzir sintomas motores e não motores da doença. Entre os sintomas não motores, se destacaram depressão, dor, sono e ansiedade.

Pacientes que tratam Parkinson com Cannabis

Agora que conhecemos cinco evidências científicas que apoiam o uso de medicamentos com Cannabis para tratar o Parkinson, vamos conhecer pessoas que incluíram a planta no tratamento e tiveram grandes benefícios. Esses e outros relatos emocionantes você pode ler na nossa sessão “Histórias dos pacientes”.

Eduardo Suplicy

Recentemente, o deputado estadual por São Paulo, Eduardo Suplicy, tornou público o seu diagnóstico de Parkinson e também o seu tratamento com Cannabis. O político precisou de alguns meses para se sentir à vontade para compartilhar que tinha a doença, assim como o tratamento com medicamentos à base da planta.

Suplicy cobra regulamentação da Cannabis no Ministério da Saúde

“Depois de ter sido diagnosticado com essa problemática, há cerca de um ano, eu, nos últimos meses, venho tomando gradualmente. E hoje, como melhorei bastante, avaliei que é o caso de revelar que eu tô tomando a Cannabis, para que, assim, mais e mais pessoas possam ter acesso à Cannabis medicinal para cuidar das mais diversas doenças.”

Leia aqui a história do Eduardo.

Maria Gomes da Silva

Conhecida entre os amigos como Dica, Maria começou a tratar o Parkinson com medicamentos convencionais que aumentavam os sintomas motores, principalmente os tremores. Gradualmente, a doença se agravou e ela passou a depender de ajuda para atividades do cotidiano. A filha dela, Leidian, procurou um médico experiente na prescrição de canabinoides e viu a saúde da mãe se transformar.

parkinson

“Depois dessa medicação, as pessoas nem acreditam, ficam perplexas quando veem ela agora. Voltou a caminhar sozinha, senta na mesa normal para comer e vai para o quarto dela, toma banho sozinha. Coisas que não estava fazendo.

Eu vivo perguntando para o meu irmão como que a gente não procurou o óleo de Cannabis antes. Eu não sei o que seria da nossa mãe sem esse óleo.”

Leia aqui a história da Dica.

Clay Protásio

Para um músico como Clay, os sintomas motores do Parkinson foram extremamente impactantes. O contrabaixista precisa de firmeza e precisão nas mãos para tocar seu instrumento e os tremores tornavam as apresentações com a Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense muito mais difíceis.

Parkinson

“Já no começo, com dois meses de uso, eu senti diferença, percebi que comecei a dormir melhor, meu humor melhorou. Na parte motora, eu não vi muita diferença, mas eu comecei a gostar, pois as coisas melhoraram. Em relação à depressão, as coisas ficaram mais tranquilas. Então, foi insônia, humor e depressão. Tudo parece que ficou mais nítido depois do canabidiol.”

Leia aqui a história do Clay.

Maria Núbia

Com a chegada da terceira idade, muitos problemas de saúde começaram a aparecer para Maria Núbia, sendo os mais graves o Parkinson e o Alzheimer. A filha dela, Ana Patrícia, não imaginava que o tratamento com Cannabis “mataria dois coelhos com uma cajadada só” e observou melhora em vários sintomas da mãe.

“Quando introduzimos o CBD, o sono melhorou, a questão do equilíbrio melhorou também. A pessoa, quando não dorme, passa mal o dia inteiro. Ela voltou a dormir um pouco melhor e voltou a ficar mais ativa durante o dia. Voltou a fazer coisas que tinha parado. Foi bem legal.”

Leia aqui a história da Núbia.

Hélio Gasparini

Foi a indicação de uma amiga que levou Hélio Gasparini a se consultar com uma neurologista experiente na prescrição de tratamentos com Cannabis. Após mais de uma década se tratando com medicamentos convencionais e sentindo os efeitos adversos, segue o tratamento com óleo rico em CBD. Hoje, com bom humor, ele lembra que a planta complementa o seu tratamento.

relato cannabis parkinson

“Não interferiu no tratamento convencional: continuo tomando a alopatia da mesma forma. A única coisa que muda é que o canabidiol deixa um amarguinho na língua quando você toma”

Leia aqui a história do Hélio.

Como iniciar um tratamento com Cannabis

Fazer um tratamento com Cannabis para Parkinson é possível no Brasil de forma legal e segura. Entretanto, há uma exigência simples da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): que um médico faça a prescrição e acompanhe todo o processo.

Então, se você quiser começar a utilizar a Cannabis para fins terapêuticos, consulte um profissional da saúde, acostumado a indicar esse tipo de tratamento, aqui na nossa plataforma de agendamento. Nela, você encontra mais de 300 médicos e dentistas de diversas especialidades, todos prontos para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho. Agende já uma consulta!

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