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Faculdade de Medicina de Jundiaí inicia pesquisa inédita com Cannabis em Alzheimer

Faculdade de Medicina de Jundiaí inicia pesquisa inédita com Cannabis em Alzheimer

Estudo pioneiro no Brasil abre recrutamento para voluntários com Alzheimer moderado e avalia os efeitos da combinação de CBD e THC na qualidade de vida de pacientes e cuidadores.

Publicado em

26 de setembro de 2025

• Revisado por

Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

A Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP) deu início a um ensaio clínico inédito no Brasil que investiga o uso combinado de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC) em pacientes com Alzheimer em estágio moderado. O objetivo é avaliar se a formulação equilibrada desses dois canabinoides pode reduzir sintomas de agitação e, consequentemente, proporcionar mais estabilidade no cotidiano de pacientes e familiares.

O estudo é conduzido pela mestranda Tereza Raquel Xavier Viana, sob orientação do doutor José Eduardo Martinelli e coorientação do professor Ivan Aprahamian. A pesquisa é supervisionada por médicos e especialistas da instituição, seguindo todas as diretrizes do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/CONEP).

Um protocolo pensado para o Brasil

Em entrevista para o Portal Cannabis & Saúde, Tereza Raquel explica que  o protocolo que combina THC e CBD foi desenhado a partir de evidências internacionais que já apontam segurança e benefícios potenciais dessa associação.

“A ideia foi adaptar para o contexto brasileiro, criando um desenho clínico estruturado e com acompanhamento próximo, para avaliar de forma pioneira os efeitos em pacientes com Alzheimer moderado”, explica.

A escolha desse estágio da doença não foi por acaso. A pesquisadora destaca que o Alzheimer moderado é um ponto de equilíbrio: os sintomas já são significativos, mas o paciente ainda preserva alguma funcionalidade, o que permite observar de forma mais clara os impactos de uma intervenção terapêutica.

Critérios de inclusão e exclusão

O recrutamento é destinado a pessoas acima de 60 anos, com diagnóstico confirmado de Alzheimer moderado, validado inclusive por exames de imagem. É necessário também que o participante esteja sob uso controlado de determinadas medicações e conte com o apoio de um cuidador ou responsável legal.

Por outro lado, ficam de fora pacientes com doenças graves — como hepáticas, cardiovasculares ou respiratórias —, além de pessoas que tenham feito uso de Cannabis nos últimos três meses.

“Esses critérios reduzem o número de voluntários aptos, mas asseguram a segurança e a confiabilidade dos resultados da pesquisa”, explica.

Acompanhamento próximo

Após a inclusão no estudo, cada paciente passa por três consultas mensais nos primeiros três meses. Nesse período, a equipe acompanha tanto os sintomas cognitivos quanto os físicos, ajustando a dosagem quando necessário. Há ainda um canal direto de comunicação entre familiares e equipe de pesquisa.

O papel central do cuidador

Um dos diferenciais da pesquisa é a participação ativa dos cuidadores. “O cuidador é uma peça central no estudo. Ele é quem registra diariamente mudanças de comportamento, como qualidade do sono, apetite e alterações de humor. Sem esse olhar atento, seria impossível acompanhar de fato o impacto do tratamento”, ressalta Tereza.

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Caminhos para o futuro

Para a pesquisadora, os resultados poderão abrir portas para a criação de protocolos cada vez mais bem definidos e baseados em evidências, que no futuro possam ser incorporados ao sistema público de saúde. “A ideia é que esses cuidados se tornem acessíveis em larga escala, inclusive dentro do SUS”, projeta.

Impacto também nos cuidadores

Embora o foco esteja nos pacientes, o estudo também considera os efeitos indiretos nos cuidadores, que costumam enfrentar sobrecarga emocional e física. “Qualquer melhora na qualidade de vida do paciente reflete diretamente no cuidador. Só isso já é um impacto muito significativo, porque sabemos que o familiar sofre tanto quanto”, conclui Tereza.

Interessados em participar do recrutamento devem preencher o formulário disponível neste link. 

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