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Glaucoma e Cannabis: estudo mostra como o THC pode proteger a visão

Glaucoma e Cannabis: estudo mostra como o THC pode proteger a visão

Novas evidências mostram que medicamento oral à base de Cannabis rico em THC pode proteger a visão e retardar a progressão do glaucoma

Publicado em

12 de agosto de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

O glaucoma é uma das principais causas de cegueira no mundo e pesquisas sugerem que os compostos da Cannabis podem ajudar no tratamento. Controlar a pressão intraocular (PIO) continua sendo a base da terapia para essa condição, e estudos anteriores já indicavam que o ∆9-tetrahidrocanabinol (THC) poderia auxiliar nesse controle.

Agora, um estudo publicado na Acta Ophthalmologica trouxe outra perspectiva: o THC poderia melhorar a perfusão ocular, o fluxo de sangue que circula nos tecidos do olho, sem aumentar a PIO.

Entendendo o glaucoma primário de ângulo aberto

O glaucoma é um grupo de condições que danificam o nervo óptico, responsável por levar as informações da retina ao cérebro. No glaucoma primário de ângulo aberto, o tipo mais comum, a estrutura chamada ângulo que permite a drenagem do humor aquoso permanece aberto, mas a saída do líquido se torna menos eficiente com o tempo. Isso pode provocar o aumento gradual da PIO e lesão progressiva das fibras nervosas.

Melhorar o fluxo sanguíneo no disco óptico pode ajudar a preservar a função e a estrutura dessas fibras e retardar a morte celular. Os autores do estudo destacam que não existe, atualmente, medicamento aprovado especificamente para melhorar a perfusão ocular. Por isso, o THC poderia atuar como terapia adjuvante, complementando o controle da PIO e ajudando a retardar a progressão do glaucoma.

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O estudo com dronabinol

Pesquisadores da Universidade Médica de Viena realizaram um ensaio clínico com 23 pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto já em tratamento. Cada participante recebeu, em dias diferentes, uma única dose de dronabinol, uma forma sintética de THC, (5 mg ou 10 mg) ou placebo, com um intervalo mínimo de três semanas entre as sessões.

O fluxo sanguíneo no nervo óptico foi medido por laser speckle flowgraphy, e a densidade dos vasos sanguíneos da retina foi avaliada por angiografia por tomografia de coerência óptica (OCT-A).

Resultados: mais fluxo sanguíneo, sem aumentar a pressão ocular

A dose de 10 mg de THC aumentou o fluxo sanguíneo ocular de 10% a 12% em comparação ao placebo, com efeito por quatro horas.

Houve também aumento da densidade dos vasos na camada superficial da retina, sem alterações na PIO ou da pressão arterial.

De acordo com os pesquisadores, o efeito do THC no glaucoma envolve a ativação dos receptores CB1 do sistema endocanabinoide que, quando ativados, promovem vasodilatação por dois mecanismos principais:

  • Inibição da endotelina-1 (ET-1), substância que estimula a contração dos vasos.
  • Aumento da produção de óxido nítrico (NO), que ajuda a dilatar os vasos e melhora o fluxo sanguíneo.

Esses mecanismos são reconhecidamente importantes para a proteger o nervo óptico contra os danos do glaucoma.

Uma alternativa confortável para o tratamento

O estudo mostrou que o uso oral de THC foi capaz de melhorar o fluxo sanguíneo ocular em pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto. Essa forma de administração pode oferecer uma alternativa confortável para uso a longo prazo e abrir novas possibilidade terapêuticas.

Os autores do estudo destacaram que as doses analisadas tiveram efeito sobre o fluxo sanguíneo na região ocular sem provocar efeitos psicoativos relevantes.

“Este estudo fornece novas percepções sobre os efeitos do dronabinol sistêmico no fluxo sanguíneo ocular em pacientes com glaucoma, indicando efeitos vasodilatadores mesmo em baixas doses, com efeitos colaterais psicoativos inexistentes ou insignificantes.”

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Desafios para o uso oftalmológico de canabinoides

Por serem substâncias com alta afinidade por gorduras, os canabinoides têm dificuldade para atravessar a córnea, que é composta predominantemente por água. Essa barreira natural limita a quantidade de compostos que conseguem alcançar a retina, justamente a região onde poderia exercer seus efeitos terapêuticos. Esse é um dos principais desafios no desenvolvimento de colírios ou outras formulações oftalmológicas à base de Cannabis.

Atualmente, não existem medicamentos específicos com canabinoides aprovados para uso em oftalmologia. Por isso, o estudo utilizou um produto de uso oral — com resultados promissores. Porém, nos próximos anos, a expectativa é que novos estudos avancem na criação de formulações eficazes. Os efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios dos compostos da Cannabis têm potencial para proteger as células da retina e preservar a função visual em diferentes condições oftalmológicas.

Como iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis

O uso medicinal da Cannabis tem ganhado visibilidade em várias áreas da medicina e é acessível no Brasil. Para incluir medicamentos com canabinoides no seu tratamento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige prescrição e o acompanhamento de um médico.

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