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Cannabis para dor crônica: o que diz novo guia de especialistas

Cannabis para dor crônica: o que diz novo guia de especialistas

American College of Physicians publicou guia com orientações baseadas em evidências científicas para médicos e pacientes sobre uso de Cannabis para dor crônica

Publicado em

14 de maio de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Cannabis para dor crônica: o que diz novo guia de especialistas

Um novo guia de boas práticas, publicado pelo American College of Physicians — a maior organização de especialidades médicas do mundo —, traz recomendações importantes para orientar médicos e pacientes interessados no uso de medicamentos à base de Cannabis no tratamento da dor crônica.

A dor crônica é caracterizada por sua persistência ao longo de meses ou até anos. Quando os tratamentos convencionais falham, muitos pacientes buscam alternativas, como medicamentos com canabinoides.

O guia traz uma análise científica detalhada, destacando os principais benefícios, riscos e contraindicações do uso da Cannabis no tratamento da dor crônica.

A revisão considerou 47 estudos — incluindo 22 ensaios clínicos randomizados e 12 revisões sistemáticas focadas em estudos clínicos. As formulações avaliadas envolvem medicamentos aprovados nos EUA, contendo extratos da planta e canabinoides sintéticos, com diferentes proporções de canabidiol (CBD) e ∆9-tetrahidrocanabinol (THC).

Logo da American College of Physicians

Com sede nos EUA, a American College of Physicians possui membros de mais de 100 países

Quem deve evitar o uso de Cannabis para dor crônica

O guia recomenda que alguns grupos evitem o uso de produtos com canabinoides para tratar a dor crônica. Entre eles:

  • Adolescentes e jovens, devido ao desenvolvimento cerebral ainda em curso.
  • Pessoas com histórico de dependência de substâncias.
  • Pacientes com transtornos psiquiátricos, como transtorno bipolar ou esquizofrenia.
  • Indivíduos com risco aumentado de queda.
  • Grávidas, lactantes ou que estejam tentando engravidar.

Efeitos colaterais mais comuns

Os efeitos colaterais mais comuns observados nos estudos foram:

  • Tontura
  • Sonolência
  • Náusea

Em pessoas mais vulneráveis, especialmente aquelas que já utilizam medicamentos que atuam no sistema nervoso central, os efeitos podem ser intensificados, aumentando o risco de quedas e acidentes.

É importante ter cautela com os comestíveis, pois seus efeitos demoram mais para aparecer. Isso pode levar alguns pacientes a consumir doses excessivas, o que aumenta o risco de reações adversas, como crises de ansiedade ou pânico.

Além disso, os pesquisadores relataram falta de informações sobre os efeitos do uso prolongado de medicamentos à base de Cannabis.

Como médicos devem orientar os pacientes

O guia recomenda que os médicos:

  • Mantenham uma comunicação aberta com os pacientes, explicando os benefícios e possíveis riscos.
  • Desencorajem o uso entre os grupos considerados de risco.
  • Orientem a preferência por produtos de uso oral ou sublingual, evitando formas inaladas ou vaporizadas.
  • Realizem acompanhamento clínico regular para monitorar os efeitos do tratamento.

Além disso, as diretrizes destacaram que a maioria dos participantes dos estudos conseguiu reduzir o uso de analgésicos convencionais, como opioides, com o uso concomitante de medicamentos à base de Cannabis.

Os pacientes também relataram benefícios adicionais, como melhora na qualidade do sono, do humor e redução da ansiedade.

Canabidiol para dor neuropatica cannabis

Como a Cannabis age no corpo no tratamento da dor crônica

Os medicamentos com canabinoides agem principalmente por meio do sistema endocanabinoide — uma rede complexa de comunicação celular que regula funções importantes como dor, humor, sono, memória e resposta imunológica.

Nesse sistema, existem três componentes principais:

  • Receptores canabinoides, sendo os principais o CB1 (presente principalmente no sistema nervoso central) e o CB2 (relacionado ao sistema imune).
  • Endocanabinoides, substâncias produzidas pelo próprio corpo.
  • Enzimas que sintetizam e degradam esses compostos.

O THC ativa os receptores CB1, modulando a transmissão de sinais relacionados à dor, o que pode reduzir sua intensidade e percepção.

O CBD, por sua vez, não se liga diretamente aos receptores do sistema endocanabinoide, mas modula sua atividade de forma indireta. Ele pode aumentar os níveis naturais de endocanabinoides ao inibir as enzimas que os degradam. Além disso, interage com outros receptores relacionados à percepção da dor, como o TRPV1 e de serotonina.

Desse modo, o canabidiol pode ter efeitos anti-inflamatórios e ansiolíticos, diminuir a hipersensibilidade e melhorar o bem-estar geral, sem provocar efeitos colaterais.

O que dizem os especialistas em dores crônicas

Em entrevista sobre o uso de canabinoides no tratamento da dor crônica, o Dr. Mauro Araújo, especialista no tema, afirmou que os profissionais da saúde estão aderindo ao uso de medicamentos à base de Cannabis à medida que a ciência comprova sua eficácia.

Dr. Mauro Araújo é anestesista especializado em dor crônica

Dr. Mauro Araújo é anestesista especializado em dor crônica

“A prática clínica tem mostrado que, quando bem utilizada, a Cannabis pode ser uma ferramenta valiosa no tratamento da dor crônica.

Com o avanço das pesquisas e a mudança gradual na aceitação por parte dos médicos, acredito que, em poucos anos, a Cannabis será amplamente utilizada no tratamento da dor crônica. A medicina convencional, cada vez mais, a verá como uma opção viável e segura.”

Como iniciar um tratamento para dores crônicas com medicamento à base de Cannabis

É fundamental que o tratamento para dores crônicas seja acompanhado por um profissional da saúde, especialmente se o paciente utiliza medicamentos à base de Cannabis. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige uma prescrição médica para adquirir os produtos legalmente.

Portanto, se você deseja começar a usar medicamentos com canabinoides, marque uma consulta com um médico experiente nesse tipo de prescrição na nossa plataforma de agendamento. São centenas de profissionais de diversas especialidades, inclusive especialistas em dor, todos preparados para avaliar o seu caso e, se necessário, recomendar algum produto à base de Cannabis.

Então, inicie sua jornada com segurança e responsabilidade: marque uma consulta!

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