Você já encontrou na nossa plataforma de agendamentos um médico ou médica experiente na área da terapia canabinoide e realizou sua consulta. Já está seguro para adquirir seu produto à base de Cannabis e está prestes a começar seu tratamento com fitocanabinoides. Porém, agora surgiu a dúvida: há interação medicamentosa com Cannabis?

Seguindo a nossa série sobre as dúvidas mais comuns em pacientes que irão começar o seu tratamento com Cannabis, convidamos a Dra. Juliana Paiva Gouvea Sicoli (CRM 129530) para esclarecer esta questão.

O que é interação medicamentosa?

Primeiramente, é importante esclarecer que interações medicamentosas ocorrem quando dois ou mais medicamentos reagem entre si no organismo, podendo alterar seus efeitos, eficácia ou segurança. Essas interações podem ocorrer quando dois ou mais medicamentos são tomados ao mesmo tempo, causando efeitos que não seriam observados, se os medicamentos fossem tomados separadamente. 

Existem interações medicamentosas com Cannabis, mas elas podem ser vantajosas ou desagradáveis

As interações medicamentosas podem variar de leves a graves. Algumas interações podem ser benignas e não causar efeitos adversos significativos. 

Neste sentido, Dra. Juliana avalia que o uso de fitocanabinoides com outros alopáticos pode, sim, apresentar interações medicamentosas:

“Existem interações medicamentosas, mas elas podem ser vantajosas ou podem ser desagradáveis. É preciso avaliar. Quando coloco mais de um medicamento, pode acontecer uma sinergia, trazendo mais resultados. Porém, se há um exagero na dose, ou se não cuido desta questão, a interação medicamentosa pode ser negativa”.

Portanto, é fundamental que, durante a consulta com o profissional que irá prescrever Cannabis para o seu tratamento, você informe os medicamentos alopáticos de que faz uso.

Importante estabelecer em quais horários você irá tomar seu produto à base de Cannabis

Além de saber quais outros medicamentos você toma, é imprescindível ter disciplina em relação os horários que os remédios são administrados. Segundo a Dra. Juliana, um remédio pode potencializar ou prejudicar os efeitos de outro.

“Uma interação que é bem relevante com fitocanabinoides é o uso anticoagulantes, claro que não são todos. Mas não podemos dar juntos, pois pode exagerar na anticoagulação. Por isso, é necessário analisar a saúde como um todo. E ajustar dose e horário do uso dos fitocanabinoides”, sinaliza.

Atenção à dose de fitocanabinoides

“É muito comum pensar que um paciente que só usa CBD terá menos riscos, mas isso nem sempre é verdade. Por exemplo, na questão dos anticoagulantes. O THC interage menos que o Canabidiol. Quando dou um óleo com quantidades parecidas de CBD e THC em uma dose pequena, é uma coisa, mas quando dou isolado de CBD, posso precisar de uma dose maior. E quanto maior a dose, maior a interação”, esclarece.

Veja a entrevista com Dra. Juliana aqui:

Qual é o nível de segurança do uso de Cannabis?  

Mas além das interações medicamentosas, Dra. Juliana destaca a segurança que existe no uso de canabinoides. Principalmente, se o uso é como monoterapia, onde os riscos são “bem pequenos”.

“Como toda a medicação, também pode ter algum efeito negativo, mas isso teria relação com a dose. Por exemplo, o CBD para tratar a ansiedade, em uma dose adequada, vai cuidar da ansiedade e deixar o paciente alerta. Mas se eu exagero no CBD, o paciente pode ter sono durante o dia. É preciso cuidar da dose. Agora, quando tenho interação medicamentosa, há uma camada a mais de preocupação. Mesmo assim, o uso pode ser bem seguro, desde que com o médico experiente e com esta preocupação, de avaliar a saúde como um todo e atentar para os medicamentos que o paciente já usa”, finaliza.

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