Aconteceu na última quarta-feira, 16/03, o Hemp Fair Experience Brasília. O quinto de uma série de encontros que passaram por diferentes regiões do Brasil falando sobre Cannabis e cânhamo, convidando para o Hemp Fair Brasil.
O evento na capital federal tinha o objetivo de levar o debate sobre o uso medicinal e industrial da Cannabis para os legisladores e reguladores, que têm papel fundamental para desenvolver a regulação da planta.
Acompanhamos o Hemp Fair Experience Brasília de perto e trouxemos aqui o que rolou de melhor no encontro no DF.
Sem tempo, irmão
O Hemp Fair Experience Brasília é organizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (ABICANN), assim como o Hemp Fair Brasil. O evento foi organizado em painéis que levaram técnicos e profissionais para debater o potencial da planta na medicina, economia, agricultura e meio ambiente.
Foi no evento do DF que o Ministro Paulo Teixeira afirmou que devemos plantar, extrair e produzir a Cannabis aqui no Brasil.
Para o Presidente do Conselho Gestor da ABICANN, Thiago Ermano, é urgente estabelecer leis para desenvolver esse mercado.
“A gente precisa de regulamentação e legislação rápida. A vida está acontecendo agora, a doença também e a morte também. Então, não dá muito para pensar, mas o que a gente tem visto nas comunicações, na sinalização é que o novo governo tem a abertura maior para falar sobre a temática. Tanto que nós temos aqui representantes de ministérios.”
Deputado Goura Nataraj e a Lei Pétala
Na falta de uma legislação federal, muitos estados estão se antecipando e aprovando medidas locais sobre pesquisa, importação e distribuição de Cannabis. Nesse sentido, esteve presente no Hemp Fair Brasília o parlamentar que foi autor de uma legislação desse tipo no estado do Paraná, a Lei Pétala, o deputado estadual Goura Nataraj levou um pouco da experiência paranaense para o Distrito Federal.
“O estado do Paraná já fornece medicamento para 220 pacientes que ganharam na justiça os direitos de ter este acesso. E sentíamos falta de uma legislação específica, que ajudasse nas decisões judiciais. Então, a lei Pétala tem um aspecto simbólico, mas tem um aspecto prático também. É uma lei que vai dar segurança jurídica para essas ações que estão chegando no judiciário paranaense. E a ideia é trazer essa experiência do Paraná aqui para o evento, mostrar que sim as casas legislativas, as assembleias estaduais têm esse papel de trazer o debate, de fortalecer essa massa crítica sobre a discussão canábica.”
Cannabis e ESG
Além disso, o uso medicinal, a Cannabis tem potencial para a produção industrial, outro aspecto dessa planta tão versátil é o poder que ela tem de reter carbono regenerar o solo. São características que chamam a atenção de empresas que seguem a agenda ESG (Governança ambiental, social e corporativa, na tradução da sigla em inglês). Então, essa é uma abordagem que empresas estão tomando para serem mais responsáveis em relação ao meio ambiente e à sociedade.
O engenheiro florestal e especialista em regeneração ambiental com produtividade Elder Rodrigues esteve no painel Agroindústrias e os benefícios da Cannabis medicinal e do cânhamo na economia nacional e falou sobre a capacidade que o cultivo dessa planta tem para gerar créditos de carbono.
“O cânhamo tem um crescimento bem acelerado, um ganho de biomassa significativo. Ele tem um percentual de carbono na sua composição também significativo e essa capacidade de sequestrar, reter o carbono que está na atmosfera na sua biomassa.
Quando você não está com foco em produzir a flor para medicação, o cânhamo se dá muito bem em solos um pouco mais pobres. É uma espécie que tem pouca exigência nutricional e por isso é ideal para recuperar áreas que estão degradadas melhorando esse solo e tornando eles aptos a outras culturas mais exigentes como florestas, soja e milho. Até mesmo uma integração com a pecuária que é um setor de grande emissão de carbono, principalmente no Brasil.”
Hemp Fair Brasil
Agora, ABICANN se prepara para o Hemp Fair Brasil, que acontecerá entre 13 e 15 de abril em São Paulo. A feira será maior e vai contar com a presença de comitivas de 25 países para estabelecer relações e fazer networking visando um mercado canábico brasileiro.
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