O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) acaba de inaugurar, em São Paulo, o Núcleo de Tecnologias Avançadas para Bem-Estar e Saúde Aplicados às Ciências da Vida (Nutabes). O projeto, que recebeu cerca de R$ 18 milhões em investimentos do Governo do Estado, pretende reunir pesquisas em biotecnologia, saúde digital, bioengenharia, xenotransplantes e Cannabis medicinal.
“Todas estas linhas de pesquisas estarão juntas em um espaço estratégico para impulsionar pesquisas de alto impacto, formar especialistas e ampliar o acesso a tecnologias capazes de transformar vidas”, afirmou o diretor-presidente do IPT, Anderson Ribeiro Correia.
Instalado em uma área de 1.650 m², o novo núcleo abriga um laboratório multipropósito, um biotério de suínos com tecnologia de ponta para estudos em xenotransplantes e uma sala de realidade estendida voltada ao desenvolvimento de projetos em realidade virtual e aumentada.
Linha de pesquisa em Cannabis medicinal
A pesquisa em Cannabis medicinal integra as linhas estratégicas do Nutabes e busca aprimorar o conhecimento sobre a composição química da planta.
O trabalho envolve o desenvolvimento de métodos para mapear e quantificar canabinoides e terpenos em formulações medicinais, aplicando recursos analíticos como cromatografia e espectrometria de massas para garantir precisão e reprodutibilidade dos resultados.
Embora o CBD e o THC sejam os compostos mais conhecidos, o núcleo pretende ampliar o olhar para outras moléculas que também participam da ação terapêutica da planta. O objetivo é oferecer parâmetros científicos que auxiliem laboratórios, empresas e instituições públicas a assegurar qualidade, segurança e padronização aos produtos derivados da Cannabis.
“Com o Nutabes, o IPT amplia sua atuação em áreas de impacto direto na vida da população, como diagnóstico e prevenção de doenças, inovação terapêutica e saúde mental”, afirmou a pesquisadora Helena Corrêa de Araújo Gomes, gerente técnica do núcleo.
O projeto também prevê a ampliação das análises para incluir a detecção de metais pesados e micotoxinas em produtos de Cannabis.
Ciência integrada e inovação tecnológica
O Nutabes foi criado a partir do conceito One Health, que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental. A ideia é desenvolver soluções integradas e sustentáveis, alinhadas às tendências internacionais de inovação em saúde.
De acordo com o IPT, a estruturação do núcleo começou a ser desenhada em 2021, com a proposta de acompanhar o avanço dessas tendências e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população por meio da pesquisa aplicada, inovação tecnológica e articulação entre diferentes áreas do conhecimento e setores produtivos.
Além da Cannabis medicinal, o Nutabes também atua em áreas como saúde digital, saúde ambiental, bioengenharia e xenotransplantes — este último em parceria com o Instituto do Coração (InCor), o Instituto de Biociências da USP, a EMS, a XenoBrasil e o Instituto de Zootecnia.
“Com o Nutabes, o IPT se consolida como um centro de excelência em pesquisa aplicada, capaz de conectar ciência, tecnologia e sociedade para antecipar o futuro da saúde”, destacou Helena Gomes.
Importante!
Aqui no Brasil, o uso de produtos derivados da Cannabis depende de prescrição médica, seguindo as regras estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por isso, o primeiro passo para explorar os possíveis benefícios da Cannabis medicinal é consultar um médico. Nossa plataforma reúne centenas de profissionais, disponíveis tanto para atendimentos presenciais quanto por telemedicina, capazes de orientar individualmente e esclarecer todas as questões sobre o tratamento.