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A necessária atualização do NatJus sobre o uso de Canabidiol em crianças com TEA

A necessária atualização do NatJus sobre o uso de Canabidiol em crianças com TEA

Atualmente, mais de 80% das ações judiciais que buscam o fornecimento de Canabidiol (CBD) para crianças e adolescentes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão sendo negadas no Estado de São Paulo.

Publicado em

16 de abril de 2025

• Revisado por

Advogado, formado pela PUC-Campinas, pós-graduado na primeira turma de Direito Penal Empresarial da Fundação Getúlio Vargas sob a coordenação do Professor Doutor Antônio Carlos Malheiros, Pós-graduado em Direito Penal Econômico e Europeu pela Universidade de Coimbra/Portugal, atuou como consultor legal para empresas multinacionais do agronegócio e farmacêutico, especialmente no Canadá, Reino Unido e Estados Unidos, com enfoque no direito regulatório para a implantação de empresas estrangeiras no Brasil. A partir de 2016, com a experiencia adquirida na defesa dos Direitos e Garantias fundamentais do cidadão e com a atuação para empresas do segmento de Cannabis Medicinal, engaja-se com o tema, direcionando o exercício da Advocacia para a luta pelo Direito à Saúde, propiciando tratamento digno para quem precisa.

Esse número expressivo acende um alerta sobre a forma como o Poder Judiciário tem enfrentado essas demandas, sobretudo quando comparado à alta taxa de deferimento de outras terapias voltadas ao tratamento do autismo.

Um dos principais fatores que influenciam essas decisões judiciais é a atuação dos Núcleos de Apoio Técnico do Poder Judiciário – os chamados NatJus. Esses núcleos são responsáveis por elaborar pareceres técnicos que subsidiam os magistrados em processos que envolvem o direito à saúde, funcionando como espécie de órgão consultivo sobre a viabilidade e a efetividade dos tratamentos pleiteados.

Ocorre que, na maioria das vezes, os relatórios emitidos pelo NatJus sobre o uso de canabidiol no tratamento de crianças com TEA são padronizados, baseados em estudos limitados ou defasados, e resultam em pareceres não-favoráveis. Esses documentos, mesmo sem força vinculante, acabam exercendo forte influência sobre o convencimento do juiz, contribuindo para a rejeição dos pedidos de liminar, mesmo quando há prescrição médica clara, respaldo técnico do profissional assistente e ausência de alternativas eficazes oferecidas pelo SUS.

Essa postura técnica conservadora, aliada à morosidade na atualização dos pareceres, não acompanha os avanços científicos recentes sobre os efeitos positivos do canabidiol em sintomas comportamentais associados ao TEA, como agressividade, agitação e crises convulsivas. Há cada vez mais pesquisas nacionais e internacionais demonstrando a eficácia e a segurança do uso do CBD em contexto clínico, especialmente quando os tratamentos convencionais não são suficientes.

Dessa forma, é urgente que o NatJus atualize seus referenciais técnicos, ampliando o diálogo com a comunidade científica, profissionais da saúde e entidades de pesquisa, para que os pareceres reflitam a realidade atual da medicina e da ciência. O direito à saúde é um direito fundamental, e as decisões judiciais que o limitam com base em relatórios desatualizados correm o risco de perpetuar injustiças e agravar o sofrimento de famílias que já enfrentam inúmeros desafios.

O Judiciário deve estar atento a essas distorções e agir com sensibilidade e compromisso com a dignidade da pessoa humana, sobretudo em casos que envolvem crianças com necessidades especiais. O acesso ao canabidiol, quando indicado por profissionais habilitados e com respaldo técnico, não pode ser barrado por pareceres genéricos que ignoram a evolução do conhecimento e da prática médica.

O Portal Cannabis & Saúde  conta com colunistas especializados que refletem o conteúdo sério e com rigor científico que trabalhamos em relação à Cannabis. Todas as colunas e informações são responsabilidade dos colunistas. E a propriedade intelectual dos textos são de seus autores. 

Recentemente realizamos a live “Cannabis medicinal e o direito fundamental à saúde” com a participação do advogado Fabio Candello.

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Advogado, formado pela PUC-Campinas, pós-graduado na primeira turma de Direito Penal Empresarial da Fundação Getúlio Vargas sob a coordenação do Professor Doutor Antônio Carlos Malheiros, Pós-graduado em Direito Penal Econômico e Europeu pela Universidade de Coimbra/Portugal, atuou como consultor legal para empresas multinacionais do agronegócio e farmacêutico, especialmente no Canadá, Reino Unido e Estados Unidos, com enfoque no direito regulatório para a implantação de empresas estrangeiras no Brasil. A partir de 2016, com a experiencia adquirida na defesa dos Direitos e Garantias fundamentais do cidadão e com a atuação para empresas do segmento de Cannabis Medicinal, engaja-se com o tema, direcionando o exercício da Advocacia para a luta pelo Direito à Saúde, propiciando tratamento digno para quem precisa.

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