Desde 2023, a epidermólise bolhosa ganhou maior visibilidade no Brasil com a história do Guilherme Gandra, jovem torcedor cruzmaltino. Ele se tornou símbolo de luta e resistência, inspirando iniciativas importantes, como uma lei estadual no Rio de Janeiro e até a criação de uma personagem com a doença na Turma da Mônica.
Em entrevista, a mãe do Gui, Tayane Gandra, contou que o uso de medicamentos à base de Cannabis trouxe benefícios significativos, como redução das dores e melhora nas lesões de pele. Agora, um novo estudo reforça esse potencial: pacientes com epidermólise bolhosa relataram melhorias na coceira e no bem-estar geral após o uso de derivados da planta.
Como a Cannabis pode ajudar nos sintomas da epidermólise bolhosa
A epidermólise bolhosa é um grupo de doenças genéticas raras que provocam bolhas dolorosas, coceira intensa e feridas que podem lembrar queimaduras. Apesar da gravidade, muitas pessoas conseguem levar uma vida autônoma e realizar tarefas do dia a dia normalmente.
De acordo com o estudo Cannabinoids for Epidermolysis Bullosa Symptom Management: A Survey, publicado na revista da Academia Norte-americana de Dermatologia, muitos pacientes com epidermólise bolhosa têm recorrido a medicamentos à base de Cannabis e relatado alívio expressivo dos sintomas.

O que os pacientes relataram
Os pesquisadores entrevistaram 244 pacientes diagnosticados com epidermólise bolhosa. As respostas revelaram que:
- 44% já haviam utilizado canabinoides para controlar sintomas
- As vias mais comuns foram oral (35%), tópica (27%) e inalação (25%)
- 12% usaram apenas CBD, 24% apenas THC e 53% combinaram os dois canabinoides
Os sintomas que a Cannabis alivia na epidermólise bolhosa
Entre os pacientes que usaram medicamentos com canabinoides, os efeitos relatados foram:
- 86% perceberam melhora da dor
- 80% relataram mais bem-estar
- 66% tiveram redução na coceira
Outro ponto de destaque: 28% afirmaram que o uso de derivados da Cannabis trouxe mais alívio que medicamentos convencionais.
Mesmo quem nunca usou quer experimentar
O estudo também mostrou o interesse de pacientes que ainda não utilizaram a Cannabis nos sintomas da epidermólise bolhosa: 76% disseram que gostariam de tentar no futuro.
As principais preocupações envolvem:
- Eficácia do tratamento
- Segurança e possíveis efeitos colaterais
- Custo dos produtos

O que falta para virar protocolo médico
Os resultados do estudo indicam que quase metade dos pacientes com epidermólise bolhosa já recorrem ao uso de medicamentos à base de Cannabis para controlar os sintomas. Os relatos sugerem que os canabinoides podem ser uma alternativa promissora para lidar com dor, coceira e impacto emocional da doença.
No entanto, os autores alertam: ainda são necessários estudos clínicos robustos para criar protocolos médicos oficiais para o tratamento da condição.
Nesse sentido, estudos anteriores também apontaram bons resultados. Uma pesquisa realizada anteriormente com pomada de CBD mostrou melhora na cicatrização de feridas em 55% dos participantes. O próximo passo pode ser avaliar outros compostos da planta, como THC e CBG, em diferentes formulações.
Hoje, os cuidados para a epidermólise bolhosa envolvem uma abordagem multidisciplinar, com foco no alívio dos sintomas e na melhora da qualidade de vida. Nesse contexto, os derivados da Cannabis têm se mostrado uma ferramenta complementar promissora, ajudando a controlar dor, coceira e inflamações.
Além dos novos recursos em estudo, o Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece gratuitamente algumas estratégias de cuidado, como:
- Reabilitação física para manter autonomia e mobilidade
- Diagnóstico e acompanhamento de complicações associadas à doença
- Tratamento das feridas, que exigem cuidados constantes para evitar infecções
Assim, a Cannabis não substitui as terapias convencionais, mas pode se integrar a esse conjunto de cuidados para ampliar o bem-estar dos pacientes.
Como utilizar produtos tópicos à base de Cannabis
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a prescrição de medicamentos à base de Cannabis há mais de 10 anos. Porém, no caso de pomadas e géis, o acesso ainda depende da importação, regulada pela RDC 660, que exige receita médica.
Portanto, se você quer experimentar os benefícios terapêuticos dos derivados da Cannabis para condições dermatológicas, acesse a nossa plataforma de agendamento e marque uma consulta. Lá, estão centenas de médicos, inclusive dermatologistas experientes nesse tipo de prescrição.
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