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“Com a Cannabis, percebi que, além de tratar os sintomas, há um ganho significativo em termos de bem-estar e satisfação do paciente”

“Com a Cannabis, percebi que, além de tratar os sintomas, há um ganho significativo em termos de bem-estar e satisfação do paciente”

Dr. Marco Túlio Rodovalho compartilha sua trajetória e experiência com a Cannabis medicinal, destacando seus benefícios no tratamento de condições como dor crônica e transtorno do espectro autista (TEA)

Publicado em

28 de março de 2025

• Revisado por

Jornalista e pós-graduada em Filosofia e Literatura, com 13 anos de experiência em comunicação, conteúdo e estratégias digitais. Atuou como repórter, redatora, roteirista, ghost writer e head de conteúdo. Especialista em Thought Leadership e storytelling, acredita no poder das narrativas para conectar pessoas e ideias.

A terapia com Cannabis medicinal tem se consolidado como uma alternativa importante no tratamento de diversas condições, sendo cada vez mais reconhecida por médicos e pacientes. Dr. Marco Túlio Rodovalho, médico especialista em Medicina de Família e Comunidade, compartilhou sua trajetória e a experiência com a Cannabis em sua prática clínica. De pacientes com dor crônica a crianças com transtorno do espectro autista (TEA), ele tem acompanhado de perto os benefícios e desafios dessa terapia.

O início da trajetória do Dr. Marco Túlio Rodovalhcom a Cannabis

A história de Dr. Marco Túlio com a Cannabis medicinal começou de forma gradual, ainda durante sua residência em Medicina de Família e Comunidade. “Minha preceptora já era prescrotora e uma defensora do uso terapêutico da planta. Ela sempre nos estimulava a pensar sobre isso. Foi ali que a imersão começou para mim. Foi um aprendizado muito valioso, com o auxílio dela, na prática e na teoria”, explica o médico.

Esse início o ajudou a entender a importância da Cannabis como uma ferramenta terapêutica, o que fez com que ele seguisse explorando seu uso ao longo da carreira.

Motivação e primeiras percepções sobre a terapia canabinoide

Ao refletir sobre o que o motivou a entrar nesse campo, Dr. Marco Túlio revela que a principal diferença que observou entre a Cannabis e os medicamentos alopáticos foi a capacidade de melhorar a qualidade de vida do paciente.

“Os medicamentos tradicionais muitas vezes conseguem atingir um alvo terapêutico, mas isso não necessariamente melhora a qualidade de vida do paciente. Com a Cannabis, percebi que, além de tratar os sintomas, há um ganho significativo em termos de bem-estar e satisfação do paciente. Isso foi o que mais me motivou a continuar com essa prática.”

Ele observa também que, enquanto os remédios alopáticos têm um foco mais direcionado e rápido, a Cannabis tem uma abordagem diferente. “A grande diferença dessa terapia é que ela busca o bem-estar global do paciente, oferecendo uma melhora mais gradual e duradoura na qualidade de vida, algo que muitas vezes falta nos tratamentos convencionais.”

Condições comuns e benefícios visíveis

No cotidiano clínico, Dr. Marco Túlio trabalha principalmente com pacientes que sofrem de insônia, dor crônica e transtornos neurológicos, como Parkinson. No entanto, ele revela que a maior procura vem de famílias com crianças diagnosticadas com TEA.

“A maior parte da minha experiência tem sido com pacientes pediátricos, especialmente crianças com transtorno do espectro autista. Nesses casos, o uso da Cannabis tem mostrado benefícios claros, especialmente em relação à redução dos sintomas do transtorno, como dificuldade de interação e comunicação.”

Ele destaca que os resultados mais visíveis são a melhoria na interação social das crianças. “É impressionante como, com o tempo, vemos essas crianças começando a ter contato visual de maneira mais frequente, a interagir de forma mais ativa e a realizar atividades diárias que antes eram difíceis para elas, como ir ao banheiro sozinhas.”

Casos marcantes 

Quando questionado sobre um caso que o tenha surpreendido, Dr. Marco Túlio compartilha uma história de uma criança de cinco anos com TEA.

“Eu lembro de um caso de uma criança de cinco anos que estava utilizando risperidona mas estava sofrendo com efeitos colaterais como ganho de peso e distúrbios gastrointestinais, incluindo diarreia e gastrite. Ela começou a usar a Cannabis e, nas primeiras semanas, não vimos muitos resultados. Mas depois de um ajuste na dosagem, em cerca de 15 dias, os pais já notaram uma melhora significativa, tanto nos sintomas do TEA quanto na qualidade de vida da criança. Esse tipo de evolução gradual é uma das diferenças mais marcantes quando comparamos com medicamentos alopáticos, que têm uma ação imediata.”

A resposta gradual e controlada é uma das características que Dr. Marco Túlio aponta como sendo essencial na terapia com Cannabis. “É um processo de titulação da dose que deve ser feito com muito cuidado e paciência. Não é um remédio que vai ter efeito de imediato, mas quando bem ajustado, os resultados são realmente muito positivos.”

O futuro da medicina Canábica

Em relação à receptividade dos pacientes, Dr. Marco Túlio observa que, apesar do estigma ainda presente, a aceitação tem sido positiva. “A receptividade, em geral, tem sido boa. Claro, ainda existe um estigma até mesmo dentro da comunidade médica. Porém, percebo que, aos poucos, as pessoas começam a entender que há uma grande diferença entre o uso medicinal e o recreativo da planta.”

Ele também observa que o uso de Cannabis medicinal está sendo cada vez mais aceito, inclusive como primeira linha de tratamento em algumas condições. “Em casos como epilepsia, por exemplo, a Cannabis está se tornando uma escolha cada vez mais comum, até mesmo como primeira opção, em vez de esperar por outras alternativas. Além disso, ela tem um grande diferencial: os efeitos colaterais são muito menores, o que a torna uma alternativa válida para muitas condições, como dor crônica”, diz. 

Com base na experiência acumulada, Dr. Marco Túlio acredita que o futuro é muito promissor. “A medicina canábica tem um grande potencial de crescimento. Estamos apenas no começo dessa jornada. As possibilidades são imensas e, com a evolução da pesquisa e da prática clínica, tenho certeza de que vamos ver ainda mais médicos adotando essa terapia e mais pacientes se beneficiando dela.”

Ele finaliza com otimismo: “Ainda temos muito a avançar, mas estamos caminhando na direção certa. A medicina canábica tem muito a oferecer, especialmente quando olhamos para o alívio de sintomas e a melhoria na qualidade de vida dos pacientes”, finaliza. 

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