A trajetória de Blenia Paiva com o filho, O.L, hoje com seis anos, começou a mudar há pouco mais de um ano, quando a família decidiu apostar na Cannabis medicinal como parte do tratamento do menino para o TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Desde então, Blenia conta que viu o filho se transformar — de uma criança agitada, com dificuldades de comunicação e rigidez comportamental e cognitiva, para um menino mais tranquilo, comunicativo e social.
“Quando ele tinha um ano e quatro meses, começamos o processo de investigação. Ele era muito imperativo, não falava e não dava funções corretas aos objetos. Também não tinha senso de perigo”, relembra a mãe. A partir dessa observação, a família buscou um neurologista, que solicitou exames e indicou o início de terapias com diferentes profissionais até chegar ao diagnóstico — fechado quando a criança completou um ano e sete meses.
O início do tratamento com Cannabis medicinal
A decisão de iniciar o tratamento com Cannabis veio depois que Blenia teve acesso ao relato de outra mãe de uma criança atípica, que compartilhava os benefícios da terapia canabinoide. “Vimos esse tratamento como uma opção. Começamos no dia 19 de julho de 2024, e há um ano e três meses ele vem sendo acompanhado pelo doutor Vinícius Mesquita”, conta.
Antes da introdução da Cannabis, o menino utilizava o Neozine, um medicamento prescrito para ajudá-lo a dormir, já que o sono sempre foi um dos principais desafios para ele e para a família. “Para que ele esteja funcional e com vitalidade para iniciar as atividades diárias, ele precisa dormir bem”, explica.
No entanto, os efeitos colaterais, como o aumento de peso, levaram Blenia e o médico a iniciarem o desmame gradual do medicamento, substituindo-o por uma formulação natural com THC, que auxilia tanto no sono quanto na regulação comportamental.
Resultados que transformaram a rotina
A mudança foi perceptível. Segundo Blenia, os resultados começaram a aparecer logo nos primeiros meses de tratamento. “Antes do uso da Cannabis, ele era muito agressivo, tinha uma rigidez cognitiva forte. Hoje, ele consegue regular bem esses comportamentos”, relata.
O acompanhamento médico é feito a cada seis a oito meses, e atualmente, utiliza o óleo de Cannabis em duas doses diárias — pela manhã e à noite. Os efeitos foram notáveis em diversas áreas do desenvolvimento: concentração, redução da ansiedade e melhora nas funções cognitivas.
“Hoje, a qualidade de vida é muito melhor. Ele aprendeu a socializar, obedecer comandos e a lidar com as situações de forma tranquila. A fala se desenvolveu, ele entende o que pedimos e responde de forma adequada. Antes, ele não sabia o que era um copo, por exemplo. Agora, entende e se comunica com clareza”, diz emocionada.
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Uma criança mais independente
Para Blenia, o principal ganho foi ver o filho se tornar mais independente e participativo. “Hoje, ele é uma criança funcional. Ele realiza as demandas aplicadas pelas pessoas que estão com ele. Isso, pra mim, é algo surreal, incrível”, afirma.
A mãe reforça também que, desde o início do uso da Cannabis medicinal, o filho não apresentou nenhum efeito colateral relevante. Pelo contrário — a rotina se tornou mais leve e o desenvolvimento, mais visível a cada dia.
Quebrando preconceitos e abrindo caminhos
Mais do que uma escolha terapêutica, Blenia enxerga o tratamento com Cannabis como uma oportunidade de transformação — não apenas para o filho, mas também para outras famílias que enfrentam desafios semelhantes.
“Eu acredito que o preconceito pode ser quebrado quando a gente entende que a felicidade e a possibilidade de avanço dos nossos filhos são o mais importante. Quando me abri para novas oportunidades, vivi uma experiência única. Só quem vive sabe. Então, eu digo: se permitam. Abram a mente para essa condição que pode oferecer uma vida melhor aos seus filhos. A resposta que buscamos pode estar exatamente nisso”, conclui.
Importante!
Os avanços observados no tratamento O.L reforçam a importância do acompanhamento profissional em todas as etapas. Cada organismo responde de forma única aos canabinoides, e o acompanhamento médico é essencial para ajustar as doses e garantir a segurança e eficácia do tratamento.
No Brasil, a prescrição e o uso de produtos à base de Cannabis só podem ser feitos com indicação médica, conforme as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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