O tratamento com Cannabis medicinal vem transformando a rotina de uma adolescente que, após anos de crises convulsivas frequentes, está prestes a completar três anos sem novos episódios. A mudança, relatada pelo pai, Welber, representa não apenas um avanço clínico, mas também um ganho significativo em autonomia e qualidade de vida.
As crises surgiam principalmente no início ou no fim do sono e, por vezes, em momentos inesperados ao longo do dia. “Passamos dois anos sem saber o que fazer. As crises vinham quando ela dormia, acordava ou até em outros horários, o que nos deixava sem controle da situação”, recorda.
Ajustes no tratamento e estabilidade com a Cannabis medicinal
O cenário começou a mudar após a consulta com o neurologista Dr. Antonio Andrade, que sugeriu a inclusão da Cannabis medicinal como adjuvante no tratamento. Até então, o adolescente fazia uso apenas de anticonvulsivantes convencionais, como Trileptal (oxcarbazepina) e Frisium (clobazam). Ambos continuam em uso, mas em doses menores, em um processo de desmame gradual.
Inicialmente, a paciente utilizou o óleo Full Spectrum, mas foi com o Broad Spectrum de 3000 mg — administrado em 9 gotas pela manhã e 9 gotas à noite — que os resultados começaram a se consolidar. A melhora, porém, não foi imediata. “A Cannabis começou a mostrar efeito de fato depois de quase um ano de ajustes. Desde então, ele não teve mais crises”, afirma Welber.
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Três anos sem crises e uma nova rotina de normalidade
O último episódio convulsivo aconteceu há quase três anos, na casa de familiares. Desde então, o adolescente retomou atividades que antes eram limitadas, como participar plenamente da vida escolar, conviver com amigos no condomínio e desenvolver sua independência. “Hoje ele vive como uma adolescente normal. Isso nos trouxe tranquilidade e confiança”, reforça o pai.
Apesar da evolução, Welber observa que ainda existe resistência social quanto ao uso da Cannabis medicinal. Para ele, a falta de informação é a principal causa. “Sempre que tenho oportunidade, inclusive na igreja onde congrego, falo sobre os benefícios que vimos na prática. É importante quebrar esse preconceito para que mais famílias tenham acesso a essa alternativa”, conclui.
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O caso evidencia o potencial da Cannabis medicinal no controle de epilepsia refratária, especialmente quando integrada ao tratamento convencional. Para famílias como a de Welber, a terapia significa não apenas o controle das crises, mas a possibilidade de reconstruir uma rotina de normalidade.
Importante!
O uso de canabinoides tem se destacado por contribuir para uma melhor qualidade de vida em diferentes condições de saúde. Porém, para que o tratamento seja seguro e eficaz, é fundamental o acompanhamento de um profissional, que possa indicar a formulação mais adequada para cada paciente. Consultas presenciais ou por telemedicina estão disponíveis em nossa plataforma, onde você pode escolher entre especialistas experientes nesse tipo de prescrição.