Letícia Dos Santos Tessaro, de 29 anos, já havia percorrido diversos caminhos da medicina convencional quando a possibilidade da Cannabis medicinal entrou em sua vida. Diagnosticada com Doença de Huntington — uma condição genética rara, neurodegenerativa e progressiva —, enfrentava uma rotina marcada por oscilações de humor, crises de agitação e movimentos involuntários que escapavam ao seu controle.
“A Cannabis foi o medicamento que mais se ajustou ao quadro dela, entre todos que ela já tomou”, afirma a mãe.
“Ela chegou a tomar muitos medicamentos, mas era sempre assim: melhorava uma coisa e piorava outra”, lembra. Alguns remédios intensificavam os próprios sintomas motores da doença. “Teve um que até aumentava os movimentos involuntários. Não dava para continuar.”
Foi então que a ideia da Cannabis surgiu pela primeira vez, trazida por uma das sobrinhas, enfermeira, que vinha ouvindo relatos positivos sobre o uso medicinal da planta em condições neurológicas. Mas, mesmo com o incentivo, a família hesitou. “Fiquei quase um ano relutante. Não é fácil mudar assim, ainda mais quando o assunto é tão cercado de estigmas.”
A reviravolta veio em uma conversa direta, proposta por outra sobrinha muito próxima. “Ela me pediu para escutar com a mente aberta. Ela já tinha conversado com médicos e pesquisado bastante sobre o assunto. Quando percebi que estava tudo encaminhado, então resolvemos tentar.”
Cannabis medicinal: um novo capítulo no cuidado com a Doença de Huntington
A consulta com o Dr. Vinícius Mesquita foi o primeiro passo para a transição do tratamento. Hoje, Letícia faz uso exclusivo de canabidiol (CBD) e o acompanhamento com o médico é feito a cada seis meses, com ajustes na dosagem conforme a necessidade.
Os ganhos são claros: mais calma, menos episódios de agitação, quase nenhuma crise de impulsividade. Os movimentos involuntários, que antes eram constantes, agora aparecem apenas em momentos de ansiedade — e de forma muito mais sutil.
A Doença de Huntington ainda é pouco conhecida, apesar de seus impactos profundos. Ela afeta diretamente o sistema nervoso central, provocando alterações motoras, cognitivas e comportamentais. É causada por uma mutação genética que leva à morte de neurônios em áreas específicas do cérebro. Não há cura, mas o tratamento — quando bem conduzido — pode preservar a autonomia e o bem-estar por mais tempo.
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No caso de Letícia, a Cannabis passou a ocupar esse lugar: o de uma aliada na tentativa de frear a marcha da doença e devolver alguma previsibilidade ao dia a dia. “A diferença é nítida. Hoje, ela está mais tranquila. Não tem mais aqueles surtos de querer sair correndo, de sumir. A rotina ficou muito mais leve.”
Para além dos efeitos no comportamento e no controle motor, os benefícios mais importantes são os menos visíveis: mais qualidade de vida, mais estabilidade e mais presença. “Só quem tem uma pessoa com algum tipo de problema que necessita de utilizar esse tratamento é que pode ter a compreensão da necessidade e do valor que essa medicação agrega na rotina da pessoa.”
Quando perguntada se houve algum momento marcante nessa nova fase do tratamento, a resposta não vem em forma de uma cena específica, mas de uma constatação acumulada no tempo: “Tudo o que aconteceu desde que ela começou a usar foi para melhor. O comportamento dela é outro. Para a Letícia, foi só ganho”, finaliza.
Importante!
Para quem busca orientação médica sobre o uso da Cannabis, o Dr. Vinícius Mesquita — responsável pelo acompanhamento de Letícia — atende por meio da plataforma Cannabis & Saúde. A prescrição médica é uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para adquirir os produtos de forma segura e legal. Acesse e agende sua consulta aqui.