A primeira crise convulsiva aconteceu quando Vitor Rodrigues Ceresini tinha 20 anos. Desde então, ele passou por diferentes tratamentos e enfrentou efeitos adversos severos com medicamentos convencionais. “O primeiro remédio que tomei, a carbamazepina, me causou uma reação alérgica muito forte. Fiquei internado uma semana, com a pele descamando. Foi um baque, mas também um aprendizado”, relembra.
O aprendizado que ele menciona, inaugurou o que seria uma longa busca por um tratamento mais equilibrado e com menos efeitos colaterais. “Eu já conhecia a planta, mas de forma muito superficial. Só mais tarde comecei a entender de fato o potencial medicinal da Cannabis para a epilepsia refratária”, conta.
Tratamento com Cannabis trouxe menos crises e mais equilíbrio a Vitor Rodrigues Ceresini
O tratamento com a Cannabis foi iniciado há cerca de três anos e meio, com prescrição médica e acompanhamento contínuo. Vitor utiliza o óleo full spectrum e também uma goma de CBD isolado para auxiliar no sono e no controle da ansiedade.
“O tratamento é muito individualizado. A dosagem vai sendo ajustada conforme a resposta. Quando passei a seguir corretamente a prescrição, percebi uma melhora nítida tanto nas crises, quanto no espaçamento entre elas”, explica.
Antes do uso do óleo, as crises eram mensais. Com o tratamento, ele chegou a ficar 44 dias sem convulsões, resultado que considera significativo. “Os benefícios são graduais, mas perceptíveis. Além da redução das crises, melhorei muito na ansiedade, no sono e até na imunidade. É um equilíbrio geral, parece que o corpo funciona melhor.”
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Vitor relembra um episódio que reforçou sua confiança na terapia. “Um dia, por engano, caiu uma gota a mais do óleo na dosagem. Pensei que pudesse me causar algum efeito diferente, mas não. Pelo contrário: senti mais foco e calma. Foi uma experiência que mostrou como o medicamento é seguro e não causa reações indesejadas como os remédios alopáticos.”
Estigma e acolhimento
Mesmo com resultados positivos, Vitor reconhece que ainda há preconceito em torno do uso medicinal da Cannabis. “Foram mais de 85 anos de proibicionismo e de desinformação. Muitas pessoas ainda associam a planta a usos recreativos ou ilegais, sem saber o quanto ela pode ajudar em condições graves, como a epilepsia.”
Ele acredita que a mudança começa pelo diálogo. “Acredito que o estigma se quebra com acolhimento, não com imposição. Quando a gente entende o outro lado e mostra resultados reais, as barreiras começam a cair.”
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Hoje, Vitor faz acompanhamento mensal com o médico prescritor e segue ajustando o tratamento conforme a necessidade. Ele também compartilha informações sobre o tema em suas redes, especialmente no LinkedIn, com o objetivo de ajudar outros pacientes que enfrentam condições semelhantes.
“O importante é fazer o tratamento com orientação e responsabilidade, sempre com acompanhamento médico. A Cannabis é uma planta milenar e poderosa, mas o uso correto é o que garante seus verdadeiros benefícios”, conclui.
Importante!
Os canabinoides têm mostrado resultados promissores na melhoria da qualidade de vida de pessoas com diferentes condições de saúde. No entanto, para garantir um tratamento seguro e eficaz, é essencial contar com o acompanhamento de um profissional, que possa indicar a formulação e a dosagem mais adequadas a cada caso.
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