A princípio, o objetivo do ortopedista Sérgio Eduardo Reis Santos dentro da Medicina era claro: “Tinha a vontade de impactar a vida das pessoas, em uma especialidade que eu pudesse executar com prazer.”
Por isso, concluiu a especialização em Ortopedia e, como de praxe, seguiu para as subespecializações: ombro, joelho e quadril. “ Entretanto, os anos foram passando e fiquei um pouco insatisfeito com a rotina de prescrição. A Ortopedia é muito engessada. Em outras palavras, é sempre anti-inflamatório e cirurgia.”
“De fato, era uma sensação de impotência. Estava faltando alguma coisa e eu não sabia por onde começar a estudar. Pelas vias tradicionais, congresso, curso, ninguém falava nada, além de cirurgia e medicamento comum.”
O ortopedista e a busca por alternativas
Em seguida, saiu em busca de alternativas. “Cheguei a estudar Medicina Regenerativa, Nutrição, Fitoterapia e achei muito legal. Comecei a responder algumas perguntas que o caminho convencional não estava me respondendo.”
Até que, em meio a essa busca, acabou se deparando com a Cannabis medicinal. “Antes mesmo de fazer Medicina, eu lembro de algumas reportagens de televisão, falando do uso em pacientes com epilepsia.”
“Quando eu vi que alguns produtos de Cannabis começaram a ser liberados, eu comecei a assistir a algumas aulas sobre o assunto e o interesse aumentou. Eu não posso perder a oportunidade de começar a trabalhar com isso.”
Se aprofundou nos estudos e, aos poucos, começou a prescrever aos pacientes com dor. “Depois, comecei a ser procurado para outras queixas e, em cima disso, fui estudando, conhecendo a literatura, e a experiência está sendo muito boa.”
“O sistema endocanabinoide é um sistema de regulação do nosso organismo. Tem interação com vários órgãos e, às vezes, pode ter alguma ruptura nesse equilíbrio e a Cannabis entra participando dessa função, trazendo o equilíbrio do organismo.”
Arsenal do ortopedista
Há cerca de 1,5 ano, o ortopedista incluiu a Cannabis medicinal em sua rotina. “Também me especializei em Homeopatia e tudo está em meu arsenal terapêutico e, hoje, estudo muito para entender cada caso, para poder prescrever com tranquilidade e segurança.”
“Você tem diversos medicamentos em um só. Cada pessoa vai precisar de um remédio, uma dose e isso pode mudar com o tempo. Pode precisar usar para a vida toda, mas pode usar até melhorar e parar. Depende de cada caso.”
“É a satisfação dos pacientes que estimula a gente a continuar.”
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