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Síndromes neurológicas: conheça os tipos, causas e sintomas

Síndromes neurológicas: conheça os tipos, causas e sintomas

Publicado em

29 de maio de 2025

• Revisado por

sindromes neurologicas

As síndromes neurológicas não são exclusivas de pessoas mais velhas. Elas já estão muito mais próximas da sua rotina do que você imagina. 

Grande parte da população associa o termo “síndromes neurológicas” a algo grave e distante, como epilepsia, Alzheimer ou Parkinson. 

Só que, na verdade, essas condições envolvem alterações silenciosas no funcionamento do sistema nervoso que afetam seu humor, coordenação, linguagem, atenção e até o jeito de sentir o próprio corpo. 

O problema é que, sem informação, os sintomas são normalizados — ou pior, tratados isoladamente, como se não tivessem relação entre si.

Então, se alguma coisa não faz mais sentido no seu próprio funcionamento, siga a leitura abaixo e descubra como as síndromes neurológicas podem estar por trás disso: 

  • O que são síndromes neurológicas e como se manifestam?
  • Diferença entre síndrome, doença e transtorno neurológico
  • Quais são os tipos mais comuns de síndromes neurológicas?
  • Quais síndromes neurológicas são consideradas raras?
  • Quais os sintomas das síndromes neurológicas?
  • Síndromes neurológicas infantis: o que observar nas crianças?
  • Como é feito o diagnóstico de uma síndrome neurológica?
  • Qual a diferença entre síndromes neurológicas e mentais?

O que são síndromes neurológicas e como se manifestam?  

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Síndromes neurológicas são conjuntos de sintomas que afetam o sistema nervoso, seja o cérebro, a medula espinhal ou os nervos periféricos, e que, juntos, apontam para uma condição específica. 

Esses sintomas variam dependendo da região afetada, mas costumam incluir alterações motoras, mudanças sensoriais, como formigamentos ou perda de sensibilidade, e disfunções cognitivas. 

Em muitos casos, sintomas de ansiedade e depressão também estão presentes, seja como reação à condição neurológica, seja como parte direta do quadro, devido a desequilíbrios químicos no cérebro.  

A manifestação dessas síndromes depende de fatores como a causa subjacente, a idade do paciente e até o estilo de vida. 

Por exemplo, uma lesão na medula espinhal pode levar à paralisia de membros inferiores, enquanto uma disfunção em áreas cerebrais relacionadas ao humor pode desencadear sintomas emocionais, mesmo sem um gatilho claro. 

É importante ressaltar que nem sempre há uma única causa identificável, o que complica o entendimento do problema. 

Algumas síndromes surgem de forma abrupta, como após um trauma, outras evoluem lentamente, como nas condições degenerativas, e muitas vezes se sobrepõem a outras condições de saúde, criando um cenário complexo para o paciente.  

As síndromes neurológicas não são diagnósticos finais, mas sim “bandeiras vermelhas” que indicam a necessidade de investigação mais profunda.

Elas podem ser temporárias, como em casos de enxaqueca com aura, ou permanentes, como em lesões cerebrais irreversíveis

Diferença entre síndrome, doença e transtorno neurológico  

A síndrome, a doença e o transtorno são termos frequentemente usados como sinônimos, mas têm significados distintos. 

Uma síndrome é um conjunto de sintomas que ocorrem juntos e sugerem uma condição específica, mesmo que a causa não seja conhecida. 

Por exemplo, a síndrome do túnel do carpo envolve dor e formigamento nas mãos, mas pode ter várias origens, como compressão do nervo ou até mesmo doenças sistêmicas. 

uma doença neurológica tem causa definida, como um vírus, uma mutação genética ou um trauma físico. A esclerose múltipla, por exemplo, é uma doença desmielinizante com mecanismos patológicos bem estudados.  

O transtorno neurológico, por sua vez, refere-se a uma disfunção no sistema nervoso que altera seu funcionamento padrão, sem necessariamente ter uma causa clara ou um conjunto fixo de sintomas. 

Epilepsia e enxaqueca são exemplos: são condições reconhecidas, mas com manifestações variáveis entre indivíduos. 

Uma síndrome pode evoluir para o diagnóstico de uma doença, se a causa for descoberta, ou permanecer como um transtorno, se os mecanismos forem desconhecidos. 

A presença de sintomas de depressão, aliás, pode complicar ainda mais essa classificação, já que esses quadros frequentemente interagem com condições neurológicas, dificultando a distinção entre causas físicas e psicológicas. 

Quais são os tipos mais comuns de síndromes neurológicas?  

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As síndromes neurológicas podem ser agrupadas em categorias diversas, cada uma com características próprias:

  • Doenças degenerativas: Caracterizadas pela morte gradual de neurônios, as doenças degenerativas levam a um declínio progressivo das funções cognitivas, motoras ou ambas. A causa pode ser genética, como na doença de Huntington, ou multifatorial, como no Alzheimer, onde placas de proteína se acumulam no cérebro;
  • Doenças cerebrovasculares: Resultam de alterações na circulação sanguínea cerebral, como AVCs isquêmicos ou hemorrágicos. Os efeitos dependem da área afetada: desde paralisias até perda de fala. Alguns pacientes se recuperam quase totalmente, outros têm sequelas permanentes. Hipertensão e diabetes são fatores de risco comuns;
  • Doenças desmielinizantes: Aqui, o problema é a destruição da bainha de mielina, estrutura que protege e acelera a transmissão nervosa. A esclerose múltipla é o exemplo mais conhecido, com surtos de sintomas como visão turva e fraqueza muscular.

Quais síndromes neurológicas são consideradas raras?  

Síndromes neurológicas raras são distúrbios do sistema nervoso que afetam poucas pessoas na população. 

Elas envolvem alterações no cérebro, medula espinhal ou nervos periféricos e podem causar sintomas variados, como dificuldades motoras, cognitivas ou sensoriais. 

Muitas vezes têm origem genética, autoimune ou desconhecida, e o diagnóstico pode ser desafiador. Por serem pouco comuns, em geral, não possuem cura, apenas tratamento sintomático.

Veja algumas delas:

  • Miastenia gravis: É uma doença autoimune que ataca a comunicação entre nervos e músculos, causando fraqueza que piora com o esforço físico. 
  • Mucopolissacaridoses: São um grupo de sete doenças genéticas que acumulam substâncias tóxicas nas células, afetando ossos, órgãos e, claro, o sistema nervoso. Crianças com essa condição podem ter traços faciais distintos, rigidez nas articulações e comprometimento cognitivo. Alguns tipos já contam com terapias, mas o prognóstico é delicado. 
  • Doença de Niemann-Pick tipo C: Provoca um erro no metabolismo do colesterol que gera acúmulo de gordura em células do cérebro, fígado e baço. Os sintomas começam discretos, como dificuldade de mover os olhos verticalmente, e progridem para demência, perda de fala e convulsões. 
  • Deficiência de biotinidase: Sem a enzima que recicla a biotina (vitamina B7), o corpo não processa nutrientes corretamente, levando a convulsões, erupções na pele e atraso no desenvolvimento. O teste do pezinho identifica a condição, e o tratamento é simples (suplementos de biotina);
  • Doença de Gaucher: Causada pelo acúmulo de gordura em órgãos como baço e fígado, tem variações que afetam o cérebro, com rigidez muscular e movimentos anormais.

Quais os sintomas das síndromes neurológicas?  

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Nem todo sintoma surge com intensidade. Às vezes, a mudança é sutil, aparece aos poucos, e só chama atenção quando começa a interferir na rotina. 

Nas síndromes neurológicas, isso é comum. Os sinais podem afetar diferentes partes do corpo e da mente, e nem sempre vêm com dor ou alterações visíveis. 

Em muitos casos, é o comportamento que começa a mudar. Pequenos esquecimentos, dificuldade para manter o foco ou reações desproporcionais a estímulos simples já podem ser pistas.

Há também manifestações motoras. Algumas síndromes neurológicas provocam alterações na coordenação, na força muscular ou no equilíbrio. 

A pessoa pode começar a andar de maneira diferente, ter quedas frequentes ou sentir os músculos mais rígidos ou fracos. A fala e os movimentos faciais também podem ser afetados em certos quadros.

Síndromes neurológicas podem interferir na percepção de dor, temperatura, som ou luz. 

Em quadros mais específicos, surgem alucinações, mudanças bruscas de humor, dificuldades de linguagem e até crises de riso ou choro. Tudo depende da região do sistema nervoso afetada.

Existem síndromes neurológicas mais conhecidas, mas há outras que passam despercebidas por anos por não apresentarem um padrão claro. 

A seguir, listamos os sintomas mais comuns:

  • Alterações motoras involuntárias: como tiques, espasmos ou tremores que surgem de forma irregular, geralmente sem motivo aparente;
  • Perda de força muscular: principalmente em membros superiores ou inferiores, dificultando ações simples como segurar objetos;
  • Comprometimento da fala ou da deglutição: resultado de falhas nos músculos responsáveis pela articulação ou pelo reflexo de engolir;
  • Problemas cognitivos: incluem falhas de memória, raciocínio lento, dificuldade de organização mental e confusão em situações comuns;
  • Crises epilépticas: com ou sem perda de consciência, podem ocorrer de forma esporádica ou recorrente, variando em intensidade;
  • Alterações de humor e comportamento: irritabilidade, apatia, euforia fora de contexto ou comportamentos compulsivos podem estar presentes;
  • Distúrbios sensoriais: como visão embaçada, zumbidos, formigamentos persistentes ou hipersensibilidade a estímulos simples;
  • Movimentos oculares anormais: olhos que se movimentam rapidamente sem controle, ou que não acompanham o foco visual;
  • Problemas de coordenação: tropeços frequentes, dificuldade em manter o equilíbrio, ou andar cambaleante sem motivo físico claro.

Esses sintomas não aparecem todos ao mesmo tempo, nem na mesma ordem. O mais importante é notar quando algo começa a funcionar diferente no corpo ou na mente. E, a partir disso, observar os padrões. 

Síndromes neurológicas infantis: o que observar nas crianças?  

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Crianças não são miniadultos: seus sintomas neurológicos muitas vezes passam despercebidos, porque os pais acham que é “fase” ou “manha”. 

Mas um sinal clássico é o atraso no desenvolvimento motor: bebês que não sustentam a cabeça aos quatro meses, não engatinham até um ano, ou demoram a andar. 

Em certas síndromes neurológicas, esse atraso vem acompanhado de rigidez nas articulações, como se a criança estivesse “travando” aos poucos. 

Outro alerta são as regressões: uma criança que já falava algumas palavras e para de conversar, ou que tinha equilíbrio e volta a cair frequentemente. 

Mudanças comportamentais abruptas também merecem atenção. Crianças que eram calmas e ficam agressivas, ou que perdem o interesse por brincadeiras favoritas, podem estar sinalizando algo errado. 

Observar esses detalhes pode fazer toda a diferença. Claro, nem todo atraso é sinal de doença rara, mas a persistência de sintomas incomuns merece uma conversa com o pediatra. 

Afinal, o sistema nervoso das crianças está em pleno desenvolvimento, e qualquer interferência pode ter repercussões a longo prazo.  

Desenvolvimento atrasado, convulsões e dificuldades de linguagem  

O desenvolvimento atrasado não é só sobre não cumprir tabelas de crescimento, é sobre perder conexões básicas, como não conseguir segurar um brinquedo aos dois anos, ou não responder ao próprio nome. 

Em síndromes neurológicas, esse atraso costuma vir acompanhado de outros sinais, como rigidez muscular, movimentos repetitivos ou até falta de coordenação para atividades simples, como subir escadas. 

E não é raro que sintomas de ansiedade apareçam junto, especialmente em crianças mais velhas, que percebem a diferença entre elas e os colegas, gerando frustração ou isolamento.  

As crises convulsivas, por outro lado, são um sinal de que algo não está certo no sistema nervoso. 

Elas não são todas iguais: tem aquelas que fazem a criança cair no chão e se debater, mas também existem crises de ausência, em que ela fica “desligada” por alguns segundos, sem reagir a estímulos. 

Em síndromes como a epilepsia mioclônica juvenil, os espasmos musculares ao acordar são comuns, e muitas vezes os pais confundem com sustos ou “tiques nervosos”. 

Já as dificuldades de linguagem são um dos sinais mais subestimados. No autismo não verbal, a criança pode até desenvolver uma linguagem com gestos ou sons, mas sem conseguir se comunicar de forma funcional. 

Em outros casos, como na afasia infantil pós-trauma, a perda repentina da fala assusta toda a família. 

Como é feito o diagnóstico de uma síndrome neurológica?  

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Diagnosticar uma síndrome neurológica começa com uma anamnese: o médico pergunta sobre histórico familiar, gestação, parto, marcos do desenvolvimento e até hábitos diários. 

Depois vem a observação clínica. Um neurologista pediátrico, por exemplo, vai testar reflexos, força muscular, coordenação e resposta a estímulos sensoriais. 

Em crianças com autismo, a falta de contato visual ou a resistência ao toque já são indicativos. 

Em adultos com esclerose múltipla, o sinal de Lhermitte — um choque elétrico que desce pela coluna ao inclinar a cabeça — é uma pista importante. 

Exames complementares entram em cena quando a suspeita se fortalece. Testes genéticos, por exemplo, ajudam a identificar doenças como a síndrome de Angelman, ligada a uma anomalia no cromossomo 15.

Eletroencefalogramas (EEGs) detectam atividade elétrica cerebral anormal, útil em casos de epilepsia não controlada. 

Mas mesmo com tecnologia, o diagnóstico nem sempre é rápido: algumas síndromes, como a doença de Huntington, só se manifestam claramente após anos de sintomas leves. 

Às vezes, é preciso meses de acompanhamento para ver como os sintomas evoluem, se novos sinais aparecem ou se há resposta a intervenções simples. 

E mesmo quando o nome da síndrome é descoberto, o impacto emocional persiste: muitos pacientes podem ter alívio, mas também medo do futuro, o que reforça a necessidade de suporte psicológico paralelo. 

Exames clínicos, de imagem e testes neuropsicológicos  

Na hora de investigar uma síndrome neurológica, os exames são os olhos dos médicos para enxergar o que está invisível. 

Os exames clínicos são a primeira camada: testes de força, equilíbrio, coordenação e sensibilidade. 

Um exemplo simples é o teste de Romberg, em que o paciente fica de pé com os pés juntos e os olhos fechados. Se balançar muito, pode indicar problemas no cerebelo ou na propriocepção. 

Em crianças pequenas, brincadeiras orientadas, como encaixar blocos ou imitar gestos, revelam atrasos motores ou cognitivos. 

Os exames de imagem são o próximo passo. A ressonância magnética mostra detalhes do cérebro e da medula, como lesões desmielinizantes na esclerose múltipla ou atrofia cerebral em doenças degenerativas. 

Já a tomografia computadorizada é rápida e útil em emergências, como suspeita de AVC hemorrágico. 

Em síndromes raras, como a doença de Niemann-Pick tipo C, a imagem pode revelar aumento do fígado e baço antes mesmo dos sintomas neurológicos. 

Por fim, os testes neuropsicológicos avaliam funções como memória, atenção, linguagem e raciocínio. 

Para idosos com suspeita de Alzheimer, testes de recall de palavras ou desenho de relógios ajudam a diferenciar demência de envelhecimento normal.

Já em crianças com TDAH, tarefas que exigem foco sustentado expõem dificuldades de inibição de impulsos. 

A verdade é que nenhum exame é 100% definitivo. Às vezes, a ressonância mostra tudo normal, mas os sintomas persistem, deixando famílias em um limbo. 

Outras vezes, os testes neuropsicológicos apontam déficits que os exames de imagem não explicam. E é aí que a experiência do médico faz diferença, juntando todas as peças para montar um quadro coerente. 

Qual a diferença entre síndromes neurológicas e mentais?  

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A confusão entre síndromes neurológicas e mentais é comum, mas a diferença está na origem dos sintomas. 

Síndromes neurológicas envolvem alterações estruturais ou funcionais no sistema nervoso, como danos em neurônios, vasos sanguíneos ou na mielina. 

Já os transtornos mentais, como depressão ou esquizofrenia, estão ligados a desequilíbrios químicos, padrões de pensamento ou respostas emocionais, sem lesões físicas detectáveis em exames de rotina. 

Na prática, uma pessoa com epilepsia (neurológica) tem descargas elétricas visíveis em um EEG, enquanto alguém com transtorno de pânico (mental) pode ter sintomas físicos, mas sem alterações estruturais nos órgãos.  

Um ponto importante é que as síndromes neurológicas apresentam sinais objetivos: paralisia, tremores, perda de sensibilidade. Nas mentais, os sintomas são subjetivos: medo irracional, tristeza profunda, delírios. 

Claro, a linha pode ser tênue. Condições como Alzheimer começam com alterações neurológicas (acúmulo de placas no cérebro), mas geram sintomas mentais, como perda de memória e mudanças de personalidade. 

Por outro lado, sintomas de ansiedade e depressão podem surgir em ambas: em um AVC (neurológico), por danos em áreas de regulação emocional, ou num transtorno de ansiedade generalizada (mental), sem causa física clara.  

Outra diferença está na abordagem diagnóstica. Síndromes neurológicas exigem exames de imagem, testes genéticos ou análise do líquido cefalorraquidiano. 

Já as mentais dependem de critérios clínicos, como os do DSM-5, que listam comportamentos e relatos do paciente. Isso não significa que uma seja mais “real” que a outra, mas o tratamento muda radicalmente. 

A sobreposição de sintomas em ambos os grupos complica ainda mais. Pacientes com esclerose múltipla (neurológica) podem desenvolver depressão devido à inflamação cerebral, não apenas à carga emocional da doença. 

Da mesma forma, uma pessoa com transtorno bipolar (mental) pode ter alterações neuroquímicas que afetam o humor, sem lesões visíveis. 

Existe cura ou controle para síndromes neurológicas?  

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Depende da síndrome. Algumas, como a epilepsia idiopática (sem causa conhecida), podem ser controladas com medicamentos, permitindo uma vida normal. 

Outras, como o Alzheimer, são progressivas e sem cura, mas com intervenções que retardam a evolução. 

Mas mesmo em condições incuráveis, é possível gerenciar sintomas, reduzir complicações e manter a qualidade de vida.  

Doenças degenerativas, como Parkinson, são um exemplo. Não há como reverter a morte neuronal, mas fármacos como a levodopa repõem a dopamina, aliviando tremores e rigidez. 

Em doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla, imunomoduladores reduzem a frequência de surtos. 

Já em síndromes causadas por deficiências nutricionais, como a neuropatia por falta de vitamina B12, a reposição adequada pode reverter completamente os sintomas.  

O prognóstico também depende do diagnóstico precoce. Na doença de Huntington, por exemplo, saber da mutação genética antes dos sintomas permite planejar cuidados paliativos, mesmo sem tratamento curativo. 

Em crianças com paralisia cerebral, fisioterapia intensiva nos primeiros anos melhora a mobilidade e previne contraturas musculares. 

Algumas síndromes neurológicas têm cura, mas são exceções. A hidrocefalia, quando tratada com derivação ventricular, pode ser resolvida sem sequelas. Infecções como a meningite bacteriana, se combatidas a tempo, também podem deixar poucos danos. 

No entanto, a maioria das condições exige controle contínuo, adaptações no estilo de vida e acompanhamento multidisciplinar.  

Medicamentos, terapias complementares e reabilitação  

O arsenal farmacológico contra síndromes neurológicas é completamente extenso. Uma série de medicamentos podem ser utilizados: 

  • Anticonvulsivantes, como a carbamazepina, estabilizam a atividade elétrica cerebral em epilepsias;
  • Relaxantes musculares, como o baclofeno, aliviam espasticidade em paralisias;
  • Em doenças como Parkinson, os medicamentos focam em repor ou imitar neurotransmissores deficientes. 

Mas atenção: muitos desses fármacos têm efeitos colaterais, como sonolência ou ganho de peso, que podem agravar sintomas de ansiedade e depressão, exigindo ajustes frequentes.  

as terapias complementares entram como aliadas. Fisioterapia mantém a amplitude de movimento em doenças degenerativas, evitando atrofia. 

Terapia ocupacional adapta atividades diárias para quem tem limitações motoras, como usar talheres especiais para comer com tremores. 

Fonoaudiologia restaura ou compensa perdas de linguagem em afasias pós-AVC. Até a musicoterapia mostra resultados em pacientes com demência, estimulando memórias afetivas e reduzindo a agitação.  

A reabilitação neuropsicológica é menos conhecida, mas igualmente importante. Ela trabalha funções cognitivas prejudicadas, como memória ou atenção, através de exercícios específicos. 

Para alguém com traumatismo craniano, isso pode significar reaprender a organizar tarefas simples, como fazer compras. Em crianças com TDAH, técnicas de organização reduzem a impulsividade. 

Até a nutrição tem sua função: dietas ricas em antioxidantes podem proteger neurônios em doenças degenerativas, e a cetogênica é usada como coadjuvante em epilepsias refratárias.  

Mas lembrando que nenhuma abordagem é universal. O que funciona para um paciente com esclerose múltipla pode ser inútil para outro com epilepsia. 

O que conta é a personalização do cuidado, considerando os sintomas físicos, emocionais e o contexto de vida de cada um. E mesmo sem cura, avanços na medicina continuam abrindo portas para mais controle e dignidade.

Canabidiol no tratamento de síndromes neurológicas

O uso do Canabidiol em síndromes neurológicas não é novidade, mas ainda está longe de ser um assunto simples. 

Quando falamos de distúrbios neurológicos como epilepsia, dor neuropática, esclerose múltipla, doença de Parkinson, Huntington, entre outros, o que se busca não é cura, mas alívio funcional, que permita viver com mais dignidade. 

Em 2021, uma revisão sistemática trouxe dados que ajudaram a enxergar isso melhor: foram analisados estudos sobre o uso de CBD como tratamento complementar para síndromes neurológicas, com resultados positivos.

Um bom exemplo é o estudo aberto com 199 pacientes que tinham esclerose tuberosa. Metade desses pacientes reduziu as crises convulsivas em mais de 50%. Alguns chegaram a ter redução de 75% ou até de 100%. 

Claro que não foi todo mundo, nem foi isento de efeitos adversos, mas a maioria tolerou bem o uso contínuo. 

Em junho de 2020, a FDA aprovou o Epidiolex — um CBD altamente purificado — para tratar essas crises, o que mostra como os dados acumulados já são sólidos o suficiente para considerar o uso de Canabidiol como um tratamento. 

Na doença de Parkinson, o foco tem sido nos sintomas que ficam de lado nos tratamentos convencionais: agitação, insônia, alterações de humor, picos de ansiedade. 

O CBD ajuda a melhorar tremores e a rigidez muscular, entrando como suporte para pacientes com qualidade de vida prejudicada. 

Sua aplicação em distúrbios do movimento como distonia, tiques, tremores e outros segue essa mesma lógica. 

O CBD não tem impacto direto sobre a cura da doença em si, mas age nas dores escondidas, na insônia que atrapalha a recuperação e na tensão emocional que agrava os sintomas físicos. 

Essa mudança no bem-estar mental é um dos principais motivos pelos quais o uso medicinal da Cannabis vem ganhando espaço. 

Reabilitação neurológica, espasticidade e o impacto do CBD

Reabilitar o corpo após uma lesão neurológica é um processo duro, demorado e, muitas vezes, frustrante. 

O paciente que vive com espasticidade sente o corpo travado, os músculos se contraem sem controle, a marcha fica comprometida, e cada passo pode ser um desafio. 

O CBD entra como um aliado nesses casos, não porque ele vai recuperar a função motora sozinho, mas porque ajuda o paciente a suportar o processo de reabilitação com menos dor e mais tolerância ao desconforto.

Estudos mostram que o uso de canabinoides pode reduzir os espasmos musculares, melhorar o tônus, facilitar a movimentação e diminuir a dor. Isso, por si só, já melhora o engajamento na fisioterapia, que é útil nessa fase. 

Pacientes com esclerose múltipla, AVC, paralisia cerebral, ou que passaram por traumas cranianos e medulares, podem sentir melhora real na rigidez, além de mais estabilidade emocional para lidar com a recuperação. 

O uso de Canabidiol nesses cenários tem mostrado bons resultados, especialmente quando a espasticidade vem junto com a fadiga, náusea, dor, distúrbios do sono, ansiedade e depressão.

A importância da prescrição médica e acompanhamento contínuo

Cada organismo reage de um jeito ao uso do Canabidiol, e só um acompanhamento adequado permite identificar o momento certo de ajustar, pausar ou continuar. 

A mesma lógica se aplica aos quadros demenciais, onde o objetivo não é curar, mas oferecer conforto, reduzir agitação, agressividade, e ajudar o paciente a viver com menos sofrimento.

Portanto, é preciso entender que qualquer decisão sobre uso de CBD precisa ser tomada junto a um profissional de saúde, com acompanhamento contínuo e prescrição personalizada. 

Se você convive com a síndrome neurológica (ou conhece alguém que foi diagnosticado com uma), vale conversar com um médico que entenda de medicina canabinoide.

É possível fazer isso hoje mesmo, clicando aqui. Agende sua consulta com nossos parceiros prescritores e descubra se o Canabidiol pode fazer parte da sua rotina de tratamento. 

Conclusão

Nenhuma síndrome neurológica se resume aos sintomas físicos. Existe sempre um impacto invisível — nas emoções, na rotina, nas relações. 

Quem convive com espasticidade, dor crônica, crises convulsivas ou qualquer disfunção do sistema nervoso central, carrega junto um desgaste mental que vai se acumulando, dia após dia. 

Hoje, a medicina já oferece alternativas que vão além do protocolo convencional. O uso medicinal da Cannabis é uma delas — e, quando bem indicado, pode aliviar muito mais do que se imagina. 

E se quiser entender melhor o assunto, aprofunde-se no acervo completo de conteúdos aqui no portal Cannabis & Saúde. 

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