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Cannabis e síndromes metabólicas: o potencial do THCV no controle de distúrbios metabólicos

Cannabis e síndromes metabólicas: o potencial do THCV no controle de distúrbios metabólicos

“THCV tem a particularidade de agir de forma oposta ao THC nos receptores CB1. Mas age de forma seletiva: em baixas doses faz com que se iniba este receptor e consequentemente não se tenha tanta fome”, explica a médica Dra. Paula Vinha sobre este fitocanabinoide.

Publicado em

1 de agosto de 2025

• Revisado por

Fala, escreve e pesquisa sobre Cannabis, saúde e bem-estar. Mestre em Comunicação e Cultura, com passagem pela Unesco, já produziu milhares de histórias e conversas que mostram como a Cannabis transforma vidas. Mãe de dois, acredita em um mundo onde conhecimento e consciência caminham junto da planta.

Segundo o médico Dr. Alexandre Hohl, endocrinologista e Diretor da Abeso – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, “os distúrbios metabólicos, incluindo obesidade, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia e hipertensão arterial, representam um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil”. 

Não é para menos: estima-se que milhões de brasileiros convivam com ao menos um dos fatores de risco associados a essas disfunções, que aumentam significativamente as chances de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. 

Além disso, o aumento exponencial da obesidade e dos hábitos de vida sedentários nas últimas décadas agravou ainda mais esse cenário, tornando urgente a busca por estratégias terapêuticas inovadoras e eficazes.

Ainda segundo Dr. Hohl, a síndrome metabólica é uma condição clínica caracterizada pela presença concomitante de um conjunto de fatores de risco cardiometabólicos.

“Segundo os critérios mais utilizados internacionalmente, como os do National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), a síndrome metabólica é diagnosticada quando o paciente apresenta pelo menos três dos cinco critérios. Obesidade abdominal (circunferência da cintura ≥102 cm em homens e ≥88 cm em mulheres – valores podem variar por etnia e diretrizes locais); triglicerídeos elevados (≥150 mg/dL ou uso de medicação específica); colesterol HDL reduzido (<40 mg/dL em homens e <50 mg/dL em mulheres ou uso de medicação); pressão arterial elevada (≥130/85 mmHg ou uso de anti-hipertensivos); ou ainda glicemia de jejum elevada (≥100 mg/dL ou diagnóstico prévio de diabetes mellitus tipo 2)”, pontua.

THCV: uma possível alternativa para a síndrome metabólica?

Nesse contexto, o canabinoide tetrahidrocanabivarin (THCV) tem ganhado destaque por suas propriedades potenciais no controle do peso corporal, regulação do apetite e melhora do metabolismo.

Segundo a médica Paula Vinhas, diferentemente do THC, o THCV apresenta um perfil farmacológico distinto, que pode contribuir no enfrentamento de distúrbios metabólicos sem os efeitos colaterais associados à euforia ou alteração de consciência.A atuação do THCV se dá através do sistema endocanabinoide. “É através do SEC que o THCV atua, o tratamento é e deve ser muito personalizado”, pontua Dra. Vinhas. 

Embora o uso de canabinoides ainda não esteja plenamente incorporado aos protocolos clínicos dessas entidades, o avanço das evidências científicas abre espaço para o diálogo sobre novas ferramentas terapêuticas..

As síndromes metabólicas envolvem uma série de alterações endócrinas, muitas vezes relacionadas ao excesso de tecido adiposo visceral, inflamação crônica de baixo grau e desequilíbrio hormonal. A endocrinologia moderna busca não apenas o controle dos parâmetros laboratoriais, mas uma visão mais integrada do paciente, o que inclui aspectos comportamentais, nutricionais, psicológicos e, agora, farmacológicos com moléculas emergentes como o THCV.

https://www.cannabisesaude.com.br/thcv-uma-nova-fronteira-terapeutica/

O THCV é um fitocanabinoide não psicoativo encontrado em concentrações mais altas em algumas variedades específicas de Cannabis sativa. Enquanto o THC atua como agonista parcial dos receptores canabinoides CB1 e CB2, o THCV pode agir como antagonista do CB1 em baixas doses — o que significa que, em vez de estimular o apetite, pode inibi-lo, como explicou anteriormente Dr. Vinhas.

Essa propriedade torna o THCV uma molécula promissora no tratamento da obesidade, resistência à insulina e outros elementos da síndrome metabólica. Estudos iniciais também apontam seu possível efeito na melhora da tolerância à glicose e regulação do metabolismo lipídico.

Apesar dos dados promissores, são necessárias pesquisas clínicas robustas e padronizadas para determinar a eficácia, segurança e indicações precisas do canabinoide em contextos metabólicos. Na prática clínica, médicos especialistas em cannabis medicinal têm começado a explorar o uso do THCV como parte de protocolos personalizados. 

Leia mais:

https://www.cannabisesaude.com.br/substituir-mounjaro-thcv-marcosdias/

THCV e outros canabinoides como CBD

O uso de fitocanabinoides, como o CBD e o THCV, pode impactar a produção de anandamida e a saúde mental dos pacientes. “É importante equilibrar as doses para evitar efeitos adversos, como ansiedade ou depressão. O THC em doses baixas pode ter um efeito ansiolítico, mas em altas doses pode agravar a ansiedade e a depressão. Essa característica torna necessário um manejo cuidadoso do tratamento”, pontua Dra. Vinhas

“Óleos de THCV vem ou isolados ou associados ao Canabidiol. O CBD atenua o efeito de não prozuir anandamida, equilibrando ansiedade e o sistema endocanabinoide. É uma medicação segura”, pontua. 

Por fim, a médica explica que a reeducação alimentar pode causar um sentimento de privação nos pacientes, levando a uma maior depressão. E, assim, é essencial compreender a relação emocional que as pessoas têm com a comida.

“Dependendo do casos há pacientes que podem ficar deprimidos assim como em qualquer tratamento. Ser humano usa a comida para tudo, e fomos criados com este conceito. Hoje sabemos que as intervencoes são diferentes, nao falo em dieta, eu falo em pensamento magro, o alimento deve ser visto de maneira racional assim como dinheiro”, finaliza. 

Por fim, cabe combinar o THCV com o CBD pode potencializar os efeitos positivos no tratamento de ansiedade e emagrecimento. Essa associação é benéfica para aumentar a resiliência dos pacientes.

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