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Tratamentos para epilepsia: opções, eficácia e cuidados essenciais

Tratamentos para epilepsia: opções, eficácia e cuidados essenciais

Publicado em

9 de junho de 2025

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diagnostico e tratamentos para epilepsia

Os tratamentos para epilepsia têm como principal objetivo controlar o surgimento das convulsões — episódios de movimentos involuntários que podem acometer uma parte do corpo ou o corpo inteiro.

Essas convulsões são causadas por descargas elétricas anormais no cérebro, e podem se manifestar de maneiras muito diferentes: desde breves lapsos de consciência ou espasmos musculares, até crises prolongadas e mais intensas.

Vale lembrar que ter uma convulsão isolada não significa, necessariamente, ter epilepsia. Estima-se que até 10% da população possa experimentar uma convulsão ao longo da vida sem desenvolver a doença.

O diagnóstico de epilepsia é confirmado quando há pelo menos duas crises espontâneas. Trata-se de uma das condições médicas mais antigas registradas pela humanidade, com menções que datam de cerca de 4.000 a.C.

Apesar dos avanços na medicina, os tratamentos para epilepsia nem sempre são eficazes para todos os pacientes — especialmente nos casos refratários, quando as crises continuam mesmo com o uso adequado de medicamentos.

Ainda assim, é muito importante explorar todas as opções disponíveis até o momento, desde os medicamentos mais antigos até as novas terapias em estudo.

Portanto, prossiga com a leitura e aprenda sobre:

  • O que é epilepsia e como ela se manifesta? 
  • Como é feito o diagnóstico de epilepsia? 
  • Conheça os principais tratamentos para epilepsia 
  • Como funciona o tratamento da epilepsia com a Cannabis? 
  • Cuidados durante o tratamento para epilepsia

O que é epilepsia e como ela se manifesta?

tipos de tratamentos para epilepsia

A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada pela ocorrência recorrente de crises epilépticas, causadas por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro. 

Essas crises podem se manifestar de diferentes formas, dependendo da região cerebral afetada. 

Em alguns casos, envolvem convulsões com perda de consciência e movimentos involuntários; em outros, causam apenas alterações sensoriais, confusão momentânea ou comportamentos automáticos, sem desmaio. 

Embora não haja cura conhecida para a epilepsia, avanços nos tratamentos possibilitaram que a maioria das pessoas com a condição possa ter um grau de qualidade de vida relativamente alto.

Após dois anos sem convulsões, é possível considerar a redução ou descontinuação dos medicamentos e terapias.

Como é feito o diagnóstico de epilepsia?

como sao feitos os tratamentos para epilepsia

Em geral, o diagnóstico começa com uma conversa detalhada com o médico, onde o paciente — ou alguém próximo que presenciou o episódio — relata exatamente o que aconteceu antes, durante e depois da crise. 

Esses detalhes ajudam a diferenciar a epilepsia de outras condições que podem se parecer com ela, como desmaios ou distúrbios do sono.

A partir daí, o neurologista costuma solicitar exames complementares. O mais comum é o eletroencefalograma (EEG), que registra a atividade elétrica do cérebro e pode mostrar padrões típicos de uma atividade epiléptica. 

No entanto, nem sempre o EEG detecta anormalidades logo de cara. Por isso, às vezes é preciso repetir o exame ou realizá-lo durante o sono, ou até com privação de sono, para aumentar as chances de captar qualquer alteração.

Além disso, exames de imagem, como a ressonância magnética, ajudam a identificar possíveis causas estruturais da epilepsia, como cicatrizes, tumores ou malformações. 

Esses achados também guiam as escolhas dos tratamentos para epilepsia, que variam de acordo com o tipo de crise, a frequência dos episódios e o perfil do paciente.

Em certos casos, outros exames mais específicos podem ser necessários, principalmente quando se pensa em tratamentos para epilepsia mais complexos, como cirurgia ou uso de Cannabis medicinal. 

Conheça os principais tratamentos para epilepsia

sintomas e tratamentos para epilepsia

Quando se fala em tratamentos para epilepsia, o que se busca é controlar as crises e permitir que a pessoa leve a vida da forma mais próxima possível do normal. 

Em alguns casos, o tratamento consegue eliminar completamente as crises por longos períodos. Em outros, o controle é parcial. 

A cura definitiva nem sempre é possível, especialmente nos tipos de epilepsia que não têm uma causa específica identificável ou reversível.

Ainda assim, os tratamentos evoluíram bastante nos últimos anos. Hoje, existe uma variedade de abordagens que podem ser combinadas conforme o tipo de epilepsia, a frequência das crises e a resposta de cada pessoa. 

Todos os tratamentos para epilepsia exigem um acompanhamento contínuo, ajustes ao longo do tempo e, muitas vezes, paciência até encontrar a melhor estratégia. 

Mas o mais importante é saber que há caminhos possíveis — e que o tratamento certo pode fazer toda a diferença. Conheça alguns deles:

 

1. Tratamento com anticonvulsivantes

Os anticonvulsivantes são, quase sempre, a primeira opção entre os tratamentos para epilepsia. Eles previnem ou interrompem convulsões, sendo eficientes em aproximadamente 7 em cada 10 casos.

Alguns dos medicamentos anticonvulsivantes mais prescritos como parte dos tratamentos para epilepsia incluem:

  • Carbamazepina; 
  • Ácido valproico; 
  • Fenitoína
  • Fenobarbital; 
  • Clobazam
  • Clonazepam; 
  • Etossuximida; 
  • Gabapentina; 
  • Topiramato; 
  • Lamotrigina; 
  • Primidona; 
  • Levetiracetam; 
  • Vigabatrina.

Efeitos colaterais comuns incluem sonolência, alterações de comportamento, atenção e humor, impacto no apetite e problemas de coordenação.

Efeitos raros e graves abrangem reações alérgicas severas na pele (como síndrome de Stevens-Johnson), ou problemas hepáticos e da medula óssea.

É imprescindível monitorar crianças em tratamento devido à possibilidade de efeitos colaterais relacionados à idade, desenvolvimento e possíveis interações medicamentosas.

2. Uso da dieta cetogênica

A dieta cetogênica foi desenvolvida como uma estratégia para o controle de convulsões, especialmente em casos resistentes, sendo considerada um dos tratamentos para epilepsia mais eficientes.

Essa abordagem alimentar consiste em uma alta ingestão de gorduras, consumo moderado de proteínas e uma drástica redução de carboidratos.

A principal ideia é induzir um estado metabólico de cetose, no qual o corpo passa a utilizar corpos cetônicos, produzidos a partir da gordura, como principal fonte de energia em vez da glicose.

A produção de corpos cetônicos e a redução dos níveis de glicose diminuem a excitabilidade dos neurônios, aumentam a produção de GABA e reduzem a liberação de glutamato.

Esses mecanismos permitem reduzir convulsões em pacientes com epilepsia resistente aos tratamentos de primeira linha. Em crianças e adultos, a redução pode ser superior a 50% ou desaparecer completamente.

É um dos tratamentos para epilepsia mais indicados para conter os sintomas da síndrome de Lennox-Gastaut e da epilepsia mioclônica grave da infância.

Embora eficaz, a dieta cetogênica apresenta efeitos colaterais como constipação, hipoglicemia, acidose metabólica e, a longo prazo, possíveis deficiências nutricionais.

3. Estimulação do nervo vago

tratamentos para epilepsia

A estimulação do nervo vago (ENV) é um dos tratamentos para epilepsia indicados para adultos e crianças a partir de 4 anos.

Ela ajuda a prevenir ou reduzir as convulsões ao enviar pulsos suaves de energia elétrica ao cérebro através do nervo vago.

O tratamento envolve a implantação de um dispositivo sob a pele na área esquerda do peito, conectado a um fio que se enrola ao redor do nervo vago no pescoço.

Esse dispositivo é programado para fornecer pulsos regulares de estimulação, e a pessoa não sente a estimulação enquanto ela está acontecendo.

Alguns modelos mais recentes de dispositivos de estimulação detectam um aumento rápido na frequência cardíaca e automaticamente enviam uma estimulação extra para ajudar a interromper as convulsões.

No entanto, a ENV não é recomendada para pessoas com problemas respiratórios graves, apneia do sono ou problemas cardíacos, pois há um risco de agravamento dessas condições. 

4. Intervenção cirúrgica cerebral

A cirurgia é um dos últimos tratamentos para epilepsia a ser considerado, prescrita apenas quando pelo menos dois medicamentos ou terapias anticonvulsivantes não conseguem controlar o quadro.

Os procedimentos normalmente consistem em remover a área do cérebro onde ocorrem as convulsões. Entre as opções cirúrgicas, estão:

  • Cirurgia ressectiva: A mais comum, envolve a remoção de uma pequena porção dos lobos temporais, que controla a memória visual, a compreensão da linguagem e as emoções;
  • Estimulação cerebral profunda: Um dispositivo é implantado no cérebro para emitir sinais elétricos que interrompem a atividade indutora de convulsões. O gerador do pulso elétrico é implantado no tórax;
  • Calosotomia: Remove total ou parcialmente a parte do cérebro que conecta os lados direito e esquerdo. Usada em crianças com atividade cerebral irregular;
  • Hemisferectomia: Remove um lado do córtex cerebral. Realizada principalmente em crianças com convulsões originadas em vários locais de um hemisfério devido a condições congênitas.

Além de ajudar no controle das convulsões, a cirurgia pode diminuir as mortes relacionadas às convulsões e reduzir a necessidade de medicamentos.

5. Atividade física como aliada no controle das crises 

Os exercícios melhoram o humor e aliviam o estresse, que é um gatilho comum para as crises epilépticas.

Pesquisas mostram que exercícios aeróbicos regulares, como corrida, caminhada, natação ou ciclismo, reduzem a frequência das convulsões e trazem outros benefícios à saúde geral.

Então, para manter uma rotina de exercícios como parte dos tratamentos para epilepsia, aqui estão algumas dicas:

  • Comece com sessões curtas e regulares de atividade que sejam fáceis de realizar e se tornem parte da sua rotina diária;
  • Faça caminhadas curtas regularmente, aumentando gradualmente a distância;
  • Exercite-se ao som de músicas que você gosta;
  • Evite exercícios logo após uma refeição;

O importante é encontrar uma atividade que você goste e que possa integrar facilmente ao seu dia a dia.

Como funciona o tratamento da epilepsia com a Cannabis?

tratamentos para epilepsia com cbd

Cerca de um terço dos pacientes com epilepsia não respondem bem aos medicamentos convencionais. Além de pouco eficazes em muitos casos, esses fármacos costumam trazer efeitos colaterais que afetam a qualidade de vida. 

Diante desse cenário, cresceu o interesse por alternativas mais seguras e promissoras — e é aí que a Cannabis medicinal passou a ser considerada uma opção real entre os tratamentos para epilepsia.

A Cannabis contém mais de 500 compostos, sendo pelo menos 140 canabinoides, como o THC e o CBD (Canabidiol), os mais estudados até hoje. 

Mais recentemente, compostos como o Canabigerol (CBG) e a Canabidivarina (CBDV) também começaram a atrair atenção por seus efeitos terapêuticos. 

Esses canabinoides agem principalmente diminuindo a liberação de neurotransmissores excitatórios que, em excesso, favorecem as crises epilépticas. 

Além disso, modulam canais de cálcio, promovem neuroproteção, reduzem inflamação e têm impacto positivo na plasticidade sináptica.

O Canabidiol, em particular, apresenta uma ampla ação terapêutica — é anticonvulsivante, ansiolítico, anti-inflamatório e neuroprotetor. 

Seu efeito vem de uma atuação complexa em receptores de serotonina (5-HT1A), canais TRPV, regulação da recaptação de adenosina e interação com o receptor GPR55.

Tais benefícios levaram à aprovação do Epidiolex, um medicamento à base de CBD purificado, por órgãos como a FDA e a EMA para epilepsias graves e resistentes. 

Estudos clínicos reforçam sua eficácia. Em 1978, Mechoulam e Carlini testaram 200 mg diários de CBD em pacientes com epilepsia resistente: dois deles ficaram completamente livres de crises e outros dois apresentaram melhora parcial. 

Em outro estudo duplo-cego, com doses de até 300 mg/dia, quatro dos oito pacientes tratados deixaram de ter crises, enquanto três melhoraram substancialmente.

Além do controle das convulsões, a Cannabis pode melhorar o humor, reduzir a ansiedade, proteger os neurônios e até potencializar a ação de anticonvulsivantes convencionais. 

Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?

Iniciar um tratamento com Cannabis medicinal para epilepsia requer acompanhamento profissional. 

Portanto, o primeiro passo é agendar uma consulta com um médico experiente na prescrição de canabinoides, que poderá avaliar seu caso de forma individualizada, discutir os benefícios e, se for indicado, prescrever o produto.

Para facilitar esse processo, você pode contar com a plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.

O agendamento é simples: basta clicar aqui, buscar por profissionais especializados na condição que você deseja tratar, preencher seus dados e confirmar o horário. Todo o processo leva poucos minutos.

Caso a prescrição seja feita, o profissional também orientará sobre as melhores opções de produtos, métodos de uso (como óleos, cápsulas ou outros formatos), dose inicial e como será o acompanhamento.

Com o suporte de médicos prescritores experientes, você terá mais segurança ao incorporar a Cannabis entre os tratamentos para epilepsia.

Quais são as abordagens mais recentes no controle da epilepsia

tratamentos para epilepsia com cannabis

Nos últimos anos, surgiram terapias mais modernas e eficazes, pensadas especialmente para quem convive com formas mais resistentes da epilepsia. 

E não estamos falando apenas de novos medicamentos, mas de abordagens inovadoras que unem tecnologia, precisão e mais qualidade de vida.

Confira algumas dessas inovações:

  • Estimulação cerebral profunda: Trata-se de um dispositivo implantado no cérebro, capaz de emitir impulsos elétricos programados para interromper a atividade que dá origem às crises. É uma alternativa indicada para casos mais severos, com bons resultados em pacientes refratários;
  • Neuroestimulação responsiva: Funciona como um “marcapasso cerebral”. O dispositivo monitora a atividade elétrica em tempo real e, ao identificar os primeiros sinais de uma crise, atua imediatamente para bloqueá-la. Tem um menor risco de efeitos adversos, se comparado à estimulação profunda;
  • Terapia térmica intersticial a laser: Opção minimamente invasiva, guiada por ressonância magnética. Utiliza laser para remover pequenas áreas do tecido cerebral que desencadeiam as crises, sem a necessidade de cirurgias mais agressivas.

Além desses avanços, um passo importante foi dado na esfera pública. Em abril de 2023, o estado de Sergipe aprovou a Lei nº 9.178/23, que criou a Política Estadual de Cannabis para fins terapêuticos, medicinais, veterinários e científicos. 

Com essa lei, o acesso a tratamentos à base de Cannabis passou a ser garantido de forma gratuita pelo SUS.

Nesse primeiro momento, o foco está nos pacientes diagnosticados com síndrome de Dravet, síndrome de Lennox–Gastaut (SLG) e complexo da esclerose tuberosa (CET) — condições reconhecidamente graves.

Cuidados durante o tratamento para epilepsia

tratamentos para epilepsia opcoes medicamentosas

Medidas de cuidado são importantes para o controle adequado da epilepsia e a minimização de seus impactos em atividades cotidianas. Elas também permitem uma melhor adesão aos tratamentos.

Abaixo estão algumas práticas que você deve adotar para lidar como parte dos tratamentos para epilepsia. 

1. Manter consultas médicas regulares

Manter consultas médicas regulares é uma das principais medidas de cuidado, pois permitem que o médico avalie a eficácia dos tratamentos para epilepsia em curso.

Nessas consultas, os pacientes também podem ter suas preocupações e dificuldades com o tratamento, solicitando ajustes conforme a necessidade.

2. Seguir os horários corretos dos medicamentos

A adesão estrita ao regime de medicação prescrita ajuda a manter níveis estáveis dos medicamentos no sangue, o que é importante para que eles façam efeito.

É comum que os médicos prescrevam a medicação para ser tomada duas ou três vezes ao dia, dependendo do tipo de medicamento e da resposta do paciente.

Em todo caso, os pacientes devem ser diligentes em estabelecer uma rotina que facilite a adesão aos horários de medicação.

Além de tomar os medicamentos nos horários corretos, é igualmente importante não interromper o uso abruptamente. Parar a medicação sem orientação médica resulta em efeito rebote.

3. Identificar possíveis desencadeadores de convulsões

A identificação de fatores causadores de crises permite que os pacientes tomem medidas preventivas para evitar situações de risco.

Alguns dos desencadeadores comuns incluem estresse, privação de sono, consumo de álcool, luzes intermitentes (como em videogames) e certas medicações.

Cada paciente tem seus próprios gatilhos, e mantê-los sob controle requer um esforço contínuo de monitoramento e ajuste de estilo de vida.

Conclusão

Os tratamentos para epilepsia, incluindo as abordagens com Cannabis, têm demonstrado resultados encorajadores.

Pacientes que utilizam essa abordagem relataram uma redução de até 50% na frequência de crises, além de melhorias na qualidade de vida em geral.

E se você quer aprender mais sobre os benefícios da terapia canabinoide, não deixe de explorar os artigos disponíveis no portal Cannabis & Saúde e mantenha-se informado sobre as últimas descobertas nesse campo.

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