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Trema micrantha blume: ainda é cedo para falar em uso medicinal

Trema micrantha blume: ainda é cedo para falar em uso medicinal

Enquanto a Trema micrantha blume chama a atenção por seus canabinoides, pesquisadores reforçam a necessidade de mais estudos

Publicado em

20 de janeiro de 2025

• Revisado por

Jornalista e editor especializado em Comunicação e Saúde, pós-graduando em Drogas, Sociedade e Práticas Educativas. Escreve sobre ciência e sobre o uso da Cannabis na saúde humana e animal. É também fundador da Editora Vista Chinesa, onde publicou livros como “A História da Cannabis em Quadrinhos” e “Mila”.

Um estudo recente publicado na revista Nature destacou para uma planta nativa do Brasil, a Trema micrantha blume, que chamou a atenção da comunidade científica. De acordo com a pesquisa, a planta contém compostos semelhantes aos encontrados na Cannabis, como canabidiol (CBD), delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) e as suas formas ácidas, o ácido canabidiólico (CBDA) e o ácido tetrahidrocanabinólico (THCA).

A convite dos pesquisadores, visitamos o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde o estudo foi conduzido. Lá, conversamos com a equipe responsável pela pesquisa, que destacou o potencial e os desafios relacionados à Trema micrantha.

O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem e a análise de canabinoides

Foto do prédio onde fica localizado o LBCD

Prédio do Instituto de Química da UFRJ onde fica localizado o LBCD

O LBCD foi reinaugurado em 2015 para realizar testes antidoping durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro. Desde então, tornou-se referência em exames antidoping no Brasil.

A partir de 2021, o laboratório passou a colaborar com projetos relacionados à Cannabis. Com equipamentos de última geração, os pesquisadores analisam produtos feitos por associações de pacientes, verificando a concentração de canabinoides e a presença de contaminantes, além de auxiliar na otimização dos processos produtivos.

Mônica Padilha, vice-coordenadora do LBCD, destacou que a infraestrutura avançada e a experiência acumulada em testes antidoping e no projeto com a Cannabis foram fundamentais para os resultados precisos do estudo com a Trema.

“Usamos a infraestrutura do LBCD, que é uma tecnologia de ponta com cromatografia líquida, analisa os óleos e envia os resultados para as associações. Então, a gente já tinha um conhecimento sobre essa molécula, alguns padrões que deram para a gente a possibilidade de unir os esforços e procurar essas moléculas em outras matrizes: na Trema”, explicou Mônica.

Pesquisadora Monica Padilha no laboratório onde estudo a planta Trema micrantha blume

Mônica Padilha no Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem

Cannabis e os resultados inesperados da Trema

A Cannabis é uma planta utilizada há séculos para fins medicinais, ritualísticos e sociais. Até então, não se conhecia nenhum outro vegetal que produzisse os canabinoides, compostos ativos com propriedades terapêuticas valiosas para o tratamento de diversas condições de saúde.

A identificação de canabinoides na Trema surpreendeu até mesmo os pesquisadores. Mônica compartilhou sua reação:

“Fiquei surpresa. Quando a gente fez a parte analítica, o CBD estava lá e eu não esperava. Imediatamente, falei com outro pesquisador e ele falou para repetirmos para ter certeza. A gente repetiu várias vezes, refez a extração com a ajuda de um botânico. Então, recoletamos o material, refizemos o trabalho. Sim, eu me surpreendi.”

Cautela é necessária para uso medicinal

Embora encontrar canabidiol em uma planta que não é a Cannabis seja animador, os pesquisadores alertam para a necessidade de prudência. Esta foi uma pesquisa inicial, e o uso medicinal da Trema micrantha blume ainda não é viável.

Perguntados sobre a viabilidade do uso medicinal da Trema, os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais pesquisas. Segundo o grupo de pesquisadores, é possível que a planta contenha substâncias tóxicas ainda não detectadas, e mais estudos são necessários antes de considerar qualquer aplicação prática e a melhor forma de extração dos compostos. Além disso, a concentração de CBD encontrada na Trema é consideravelmente mais baixa do que na Cannabis, tornando-a menos promissora com as informações disponíveis atualmente.

Como fazer uso seguro de canabidiol

O CBD tem propriedades terapêuticas que podem contribuir para o tratamento de dezenas de condições de saúde, no entanto é uma substância controlada e seu uso precisa seguir regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A agência exige que o tratamento utilizando canabidiol ou qualquer outro composto da Cannabis tenha o acompanhamento de um médico. Portanto, se você deseja incluir medicamentos à base da planta na rotina de cuidados, o primeiro passo é consultar um especialista experiente nesse tipo de prescrição.

Acessando a nossa plataforma de agendamento, você pode marcar uma consulta com um entre mais de 300 médicos capacitados para analisar o seu caso e recomendar o melhor caminho. Além disso, o acompanhamento contínuo é indispensável para ajustar a dose ou a formulação à medida que o indivíduo reage ao tratamento. Então acesse já a nossa plataforma e marque uma consulta!

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